Uma nova instalação de luzes e lasers projetada pelo estúdio Luftwerk e Iker Gil transformou o famoso Pavilhão Barcelona de Mies van der Rohe. Intitulada Geometry of Light, a instalação foi pensada para destacar os materiais e a estrutura através da luz e do som. Partindo da grade tridimensional que define as superfícies do pavilhão, a instalação oferece uma nova camada interpretativa que percorre e reimagina o espaço arquitetônico.
Pavilhão de Barcelona: O mais recente de arquitetura e notícia
Pavilhão Barcelona é transformado em uma instalação de luz por Luftwerk & Iker Gil
Um laboratório de arquitetura: a história das exposições mundiais
Exposições Mundiais têm sido importantes no avanço da inovação e do discurso arquitetônico. Muitos dos nossos monumentos mais amados foram projetados e construídos especificamente para as feiras mundiais, apenas para permanecerem como objetos icônicos nas cidades que os hospedam. Mas como as Expos já criaram marcos arquitetônicos tão duradouros, e esse ainda é o caso hoje? Ao longo da história, cada nova Expo ofereceu aos arquitetos uma oportunidade de apresentar ideias radicais e usar esses eventos como um laboratório criativo para testar inovações ousadas em tecnologia de projeto e construção. As feiras mundiais inevitavelmente encorajam a concorrência, com todos os países se esforçando para dar o melhor de si a qualquer custo. Essa carta branca permite que os arquitetos evitem muitas das restrições programáticas das comissões diárias e se concentrem em expressar ideias em sua forma mais pura. Muitas obras-primas como o Pavilhão Alemão de Mies van der Rohe (mais conhecido como o Pavilhão de Barcelona), para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929 são tão dedicadas à sua abordagem conceitual que só poderiam ser possíveis no contexto de um pavilhão de exposições.
Reunimos algumas das mais importantes Exposições Mundiais da história para observar mais de perto o impacto delas no desenvolvimento arquitetônico.
Pavilhão de Barcelona é "desmaterializado" em intervenção de Anna & Eugenias Bach
O Pavilhão de Barcelona, icônico projeto de Mies van der Rohe, está sendo transformado em uma "maquete 1:1" de si mesmo, através de uma intervenção proposta por Anna & Eugeni Bach intitulada "Mies missing materiality".
A partir da próxima semana, a estrutura temporária de maior duração na história da arquitetura moderna - será completamente coberta de vinil branco, dissimulando toda a sua materialidade e seus elementos característicos de mármore, travertino, aço, inox e vidro.
A intervenção procura estabelecer uma reflexão sobre a importância dos materias no projeto original, bem como do simbolismo da superfície branca na arquitetura moderna.
Perda da síntese: o Pavilhão de Mies / Josep Quetglas
«Pavilhão alemão oficial
O arquiteto van der Rohe fez algo modernista muito acentuado, somente com linhas retas horizontais e verticais, e com materiais ricos, como blocos de mármores, do país e italianos, e paredes duplas de vidro misterioso.
Resulta distinguido seu conjunto: raro por sua estrutura, com dois espelhos d’água, sala oficial e amplos corredores. Foi dito que os cristais são misteriosos porque uma pessoa colocada em frente a um desses muros se vê refletida como num espelho, e se se traslada para trás daquele, então vê perfeitamente o exterior. Nem todos os visitantes se fixam em tão curiosa particularidade, cuja causa se ignora.» —Eliseo Sanz Balza, Notas de um visitante, Barcelona, 1930
Para um explorador é importante prestar a máxima atenção a quanto digam os indígenas, porque aí irá encontrar pronunciadas –sem tradução nem reserva alguma– as ingênuas emoções que desperta no imaculado selvagem cada impressão recebida. Remontando então o curso em direção às fontes –partindo da palavra pronunciada, passando pelo sentimento expressado, deixando para trás a impressão recebida– o explorador poderá chegar assim ao objeto que produziu tudo: o Pavilhão da Alemanha, em nosso caso, de outra forma desconhecido para qualquer investigador moderno.