Os processos de planejamento e desenvolvimento das cidades fazem parte de redes complexas, que muitas vezes demandam a articulação de diferentes ferramentas voltadas para o planejamento físico, mas também social, econômico, político, entre outros. O Plano Diretor é um dos principais instrumentos que existem para isso, e desempenha um papel fundamental para a regulamentação do território de uma cidade.
Segundo a definição da NBR 12267, que estabelece as normas para elaboração de Planos Diretores, estes são o “instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados”.
A HerCity é uma plataforma digital, criada pela UN-Habitat em parceira com o Laboratório de Idéias Global Utmaning, voltada à promoção da participação e inclusão de jovens mulheres nos processos de planejamento e desenvolvimento urbano de nossas cidades. Disponibilizando ferramentas que possam contribuir para a construção de cidades mais inclusivas e equitativas e delegando às mulheres um maior poder de decisão, a plataforma foi concebida com o principal objetivo de fornecer as ferramentas necessárias para se garantir o estabelecimento de processos de planejamento e desenvolvimento urbano mais inclusivos e atentos às reais demandas de todos os usuários—sem exceções.
Lançada no Dia Internacional da Mulher, no último dia 08 de Março, o guia para o planejamento e desenho urbano da HerCity é um esforço colaborativo desenvolvido entre a UN-Habitat e o Global Utmaning, um laboratório de ideias independente com sede na Suécia. Recentemente, o ArchDaily teve a oportunidade de bater uma papo com as líderes do grupo por trás desta importante iniciativa, durante o qual pudemos conversar sobre o processo de criação e as estratégias definidas pela nova plataforma HerCity.
Enquanto em muitos países do mundo os setores da construção, da arquitetura, da engenharia e do planejamento urbano ainda estão dominados por homens, as iniciativas que empoderam as mulheres nestas disciplinas estão surgindo em todo o mundo. Estes movimentos, - que desempenham um papel fundamental na integração do poder feminino - adotam muitas formas como sites, plataformas, organizações, etc. que trabalham com profissionais, artesãs e trabalhadoras.
Desde capacitar e conectar mulheres de destaque, garantir exposição e promover o trabalho de pioneiras, essas iniciativas têm o objetivo comum de estimular o setor feminino a causar impacto em suas cidades.
Todos os países do mundo enfrentam problemas de mobilidade. Muitos destes entraves têm a ver com a própria infra-estrutura disponível mas, construir mais estradas nem sempre resultará em melhores índices de mobilidade urbana. Nos Estados Unidos, algumas cidades ficaram famosas por seus congestionamentos quilométricos, como Los Angeles, Minneapolis e Atlanta, cidades onde a relação entre quilômetros de infra-estrutura viária por habitante está na ordem de 8 para 1.000. Isso também tem a ver com a forma que o transporte público opera nestas cidades, onde os sistemas de mobilidade urbana são os menos eficientes. Então, por que continuamos a construir estradas cada vez maiores, mais largas e mais rápidas e como isso afeta os congestionamentos nas cidades?
Quase um ano após o início da pandemia de COVID-19, parece que estamos começando a recuperar minimamente o sentido de normalidade—ou de uma nova normalidade. Com a esperança injetada pela chegada das primeiras vacinas, voltamos a pensar sobre o futuro e os impactos da pandemia em nossos modos de vida. Durante o primeiro lockdown, testemunhamos um esvaziamento da maioria dos grandes centros urbanos, passando a habitar cidades fantasmas à medida que aqueles que podiam, buscavam refúgio em áreas menos densas e próximas à natureza. Passamos a nos questionar se estávamos de fato vivendo um fenômeno de êxodo urbano, contrário ao alarmante incremento da população urbana testemunhado ao longo das últimas décadas. Esta tendência, entretanto, foi apenas temporária e as pessoas estão finalmente voltando para a cidade.
Conforme o arquiteto Alejandro Echeverri, Medellín soube disseminar a ideia de que esteve imersa em processo de inclusão e transformação urbana. Anualmente a cidade recebe incontáveis visitantes que, segundo o colombiano, parecem mais convencidos do que os próprios moradores sobre como a cidade encontrou respostas aos seus desafios sócio-espaciais. Atuando com a Universidade Nacional da Colômbia e famílias vítimas de conflitos armados entre final de 2014 e início de 2016, observei nuances entre os avanços que a cidade vivenciou a partir de sua atuação direta em territórios em situação de vulnerabilidade e desafios que persistem com o aumento da desigualdade sócio-econômica.
Ao longo da história, reformadores religiosos e arquitetos-estrelas visionários tentaram imaginar o futuro de nossas cidades: da cidade modelo veneziana de Palmanova ao complexo habitacional de vários andares para 5.000 pessoas desenhado pelo arquiteto italiano Paolo Soleri, da Broadacre City de Frank Lloyd Wright a Ville Radieuse de LeCorbusier, vários planos foram elaborados para ilustrar algumas das ambições sem precedentes.
Desde que as cidades existem, surge uma questão fundamental para o seu futuro: "O que torna as áreas urbanas desejáveis?" Mais da metade dos habitantes do mundo vive em cidades e esse número deve aumentar na próxima década, com mais de 5 bilhões de pessoas vivendo em centros urbanos em todo o mundo. Para se preparar para essa demanda, as cidades estão encontrando maneiras de ser mais desejáveis e atrair talentos para grandes e pequenas empresas, enquanto encontram outras maneiras de criar oportunidades de vida igualitárias para todos.
Compreender os motivos que engendram desigualdades econômicas e sociais em nossa sociedade é um dos tópicos mais controversos e amplamente debatidos no campo do urbanismo. É evidente que esta é uma questão complexa, onde muitos fatores devem ser considerados—sendo um deles a localização e acessibilidade às áreas verdes em uma cidade. Embora parques urbanos sirvam como espaços de convívio e lazer, construindo comunidades, seus benefícios para a saúde pública nem sempre compensam. Em muitos casos, a instalação de áreas verdes se dá às custas de um amplo processo de gentrificação e expulsão das comunidades mais pobres. Neste contexto, nos cabe pensar em soluções que nos permitam construir cidades melhores, mais verdes e principalmente, mais inclusivas e portanto, menos desiguais.
Tente imaginar como seria projetar uma cidade inteira do zero; desenhar cada uma de suas ruas, casas, edifícios comerciais, praças e espaços públicos. Uma folha em branco onde tudo é possível e sua única missão é criar uma cidade com identidade própria. Talvez esse seja o sonho de todo arquiteto e urbanista, e para a sorte de alguns poucos felizardos, esse sonho pode muito bem se tornar realidade em um futuro próximo.
Ao longo das últimas duas décadas, cidades inteiras foram construídas do zero em uma escala sem precedentes, a maioria delas na Ásia, Oriente Médio, África e também na América Latina. Além disso, o nosso planeta conta atualmente com mais de 150 novas cidades em processo de implementação. Esta nova tipologia de desenvolvimento urbano tem se mostrado particularmente sedutora em países de economia emergente, iniciativas propagandeadas como elementos estratégicos capazes de impulsionar o crescimento econômico e atrair novos investimentos.
Autodeclarado um movimento unido em torno da ideia de que o ambiente físico pode ter impacto direto no oferecimento de vidas mais prósperas e felizes aos habitantes, o Novo Urbanismo surgiu enquanto conceito nos Estados Unidos na década de 1990 e se consolidou por meio dos Congressos do Novo Urbanismo (CNU), realizados anualmente desde 1993.
Em 1996, três anos após o I Congresso do Novo Urbanismo, é lançada a Carta do Novo Urbanismo com o objetivo de estabelecer os ideais e princípios norteadores do movimento e, dessa forma, explorar as possibilidades do desenvolvimento das cidades norte-americanas.
Cercado ao sul, leste e oeste pelo Oceano Atlântico, o estado da Flórida, nos Estados Unidos, possui um litoral de mais de dois mil quilômetros de extensão e é caracterizado pela grande presença de lagos, rios e poços em todo o seu território. Com booms de crescimento significativos ao longo do tempo, sobretudo no último século, o rápido desenvolvimento de bairros, comunidades e cidades no estado frequentemente incorporaram os recursos hídricos abundantes no território, nem sempre de forma bem sucedida.
Pense na cidade onde você mora. Quanto tempo você leva para chegar ao supermercado a pé? A sua escola ou trabalho é perto o suficiente para ir caminhando? Que tal um parque público, um consultório médico, uma creche ou qualquer outro lugar que você visita diariamente? Enquanto algumas cidades já entenderam a importância de se viver perto de todas essas necessidades, outras estão reformulando suas estratégias de planejamento urbano e projetando seus bairros para serem mais amigáveis aos pedestres, com o conceito de “cidades de 15 minutos”.
A UN-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo foco principal é lidar com os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de expansão urbana em países em desenvolvimento, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas nos usuários e nos processos participativos. Pensando nisso, o ArchDaily se associou a UN-Habitat para trazer notícias semanais, artigos e entrevistas que destacam neste setor, disponibilizando conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
Conforme estimativa publicada pelas Nações Unidas, as 440 cidades que mais crescem em países de economias emergentes serão responsáveis sozinhas por quase metade de todo o crescimento econômico mundial até 2025. Isso significa que, se bem executado e gerido, o processo de urbanização destas cidades “poderá ser transformador, criando novas oportunidades de empregos, reduzindo a pobreza e melhorando a distribuição de renda e infra-estrutura além de promover a qualidade de vida de seus habitantes”. Neste contexto, o Programa das Nações Unidas para o Futuro das Cidades, ou Global Future Cities Programme (GFCP), é uma ferramenta concebida para ajudar estes países a encontrar o caminho certo. Com base em princípios de planejamento urbano sustentável, mobilidade e resiliência urbana, o programa foi pensado para operar como uma forma de “assistência técnica que procura incentivar o desenvolvimento urbano sustentável assim como promover a saúde econômica e a prosperidade das cidades em desenvolvimento e expansão urbana, ao mesmo tempo que procura atenuar os altos níveis de pobreza—característica muito comum nestes contextos”.
Ao longo de quase um século, o maior sonho do americano médio era comprar uma casa com jardim, garagem e uma cerquinha branca. O sonho da casa própria e a ideia de viver em um bairro familiar afastado da agitação da centro da cidade eram considerados o estilo de vida ideal e o auge do sonho americano. Mas com o passar do tempo e as sucessivas crises econômicas e sociais que abalaram os Estados Unidos ao longo das últimas décadas, as autoridades locais começaram a perceber que bairros suburbanos exclusivamente residenciais não necessariamente eram um sonho, mas sim, um pesadelo.
A Un-Habitat ou agência das Nações Unidas para o desenvolvimento urbano sustentável, cujo foco principal é lidar com os desafios impostos pelo rápido e voraz processo de expansão urbana em países em desenvolvimento, vem desenvolvendo abordagens inovadoras no campo da arquitetura e do urbanismo, centradas nos usuários e nos processos participativos. Pensando nisso, p ArchDaily se associou à UN-Habitat para trazer notícias semanais, artigos e entrevistas que destacam neste setor, disponibilizando conteúdos em primeira mão e direto da fonte.
Com a principal intenção de apoiar e dar suporte aos governos locais de países em processo de desenvolvimento no que se refere a implementação de uma Nova Agenda Urbana que esteja de acordo com os objetivos traçados para estabelecer processos de Desenvolvimento Urbano Sustentável, a UN-Habitat acaba de lançar um Guia de Planejamento Urbano Participativo, “uma espécie de roteiro ou guia para avaliar, projetar, operacionalizar e implementar processos participativos de planejamento urbano sustentável”. O livro guia propõe um cronograma dividido em fases, blocos e atividades, ajudando os líderes comunitários assim como todas as partes interessadas a ter uma visão mais abrangente e estratégica do projeto à execução.
A proposta da Henning Larsen para o Vale de Seul foi selecionada como vencedora do Concurso de Desenvolvimento Central da cidade. Com a intenção de configurar um novo lar para o público no centro da cidade, o empreendimento de uso misto"mescla o perfil comercial global de Seul com uma pegada ecológica, enfatizando à vida dos pedestres no centro da cidade". Outras propostas incluíram projetos do MVRDV e SOM.