O mundo mudou e aceitar este fato não é mais uma questão de escolha, e sim, de sobrevivência. Nossos regimes de chuvas, períodos de seca, temperaturas médias, nível do mar, tudo está em constante mudança e o posicionamento negacionista de muitos países, incluindo o Brasil, tem gerado situações calamitosas como esta que estamos enfrentando agora.
As enchentes que devastaram o sul do país nos últimos dias não podem ser consideradas fatos isolados. Por conta do aquecimento global, eventos climáticos como esse serão cada vez mais recorrentes. Ou seja, infelizmente, não poderemos impedir que eles aconteçam, mas podemos – e devemos - tornar nossas cidades mais resilientes a essas situações.
Gillespie, Kidd & Coia projetaram o Seminário São Pedro - outrora eleito o melhor edifício moderno da Escócia - que foi durante muito tempo vítima do destino, largado à decadência depois de ser abandonado apenas vinte anos após sua inauguração. Este artigo, originalmente publicado na Metropolis Magazine como "Ruin Revived," explica como mesmo neste estado de ruínas, estra dramática estrutura brutalista já está mostrando seu valor como equipamento cultural.
A arquitetura moderna, costumava-se dizer, era inadequada pois os materiais industrializados dos edifícios modernos não os permitiriam envelhecer com graça. O que poderiam essas carcaças retangulares comunicar às gerações futuras?
O Seminário de São Pedro em Cardross, Escócia, é um exemplo vívido para este pensamento: construído em 1966 e abandonado 20 anos mais tarde, o seminário atingiu um estado de 'decrepitude agradável'. Vidro e gesso já se foram faz tempo. O concreto permanece em grande parte intacto, mas manchado e descascado. Coberturas e escadas cederam. Os únicos sinais de vida são os murais de grafite nos "interiores". No entanto, o sentido do lugar perdura, suas formas nobres ainda permanecem extremamente assertivas - se destacando diante da densa floresta circundante - e otimista.
Em agosto do ano passado, muitos preciosos monumentos da antiga cidade de Palmyra foram danificados ou completamente destruídos pelas forças do ISIS em uma violenta tentativa de mandar uma mensagem ao resto do mundo. A questão debatida agora pela comunidade de preservação do patrimônio é como reconstruir e preservar estes edifícios e monumentos. O processo exige, evidentemente, um reconhecimento completo dos danos causados.
Logo após Palmyra ter sido retomada da ocupação do ISIS, a Iconem, uma companhia francesa especializada na digitalização de sítios arqueológicos, chegou a Palmyra para liderar a pesquisa. Em parceria com a DGAM (Direction Générale des Antiquités et des Musées) da Síria, a Iconem recebeu acesso ao cidade para analisar a extensão dos danos causados aos templos de Bel e Baalshamin, ao Arco Monumental, ao Vale das Tumbas e ao museu - todos sítios do mais elevado valor cultural e, portanto, grandes alvos da violência do ISIS.
O 2014 World Monuments Fund/Knoll Modernism Prize foi concedido ao Comitê Finlandês pelo restauro da Biblioteca Viipuri de Alvar Aalto em Vyborg, Rússia. "Projetada por Aalto e construída entre 1927 e 1935, na cidade de Viipuri (até então na Finlândia)", informava o comunicado de imprensa do WMF, "a biblioteca reflete a emergência da distinta combinação de formas e materiais orgânicos com os princípios de clara expressão funcionalista, que se tornou a marca da arquitetura de Aalto."
Uma citação de Barry Bergdoll e mais imagens, a seguir.
Ultimamente os arquitetos têm compartilhado uma fascinação crescente por ruínas. À medida que as tecnologias para imaginar os edifícios do futuro se tornaram mais precisas - nos permitindo não apenas caminhar por eles, sobrevoá-los e dissecar suas paredes, mas também calcular as quantidades exatas de materiais, capacidades estruturais e custos - nossa fascinação por ruínas, um processo governado por leis da natureza e do tempo, espacialmente imprevisível e raramente uniforme, também tem se tornado mais popular.
https://www.archdaily.com.br/br/625553/a-ascensao-do-ruin-pornShayari De Silva
Os arquitetos do escritório NRJA foram selecionados como curadores da participação da Letônia na Bienal de Veneza 2014. Baseada na afirmação de que "(não) há modernismo na Letônia", a exposição Unwritten confrontará a falta de pesquisa e avaliação da arquitetura moderna letã do pós-guerra.