Organizar, enquadrar, empilhar. Transformar a matéria-prima bruta que surge do solo em arquitetura. Esse é um desafio que muitos arquitetos latino-americanos se propõem a enfrentar, mostrando que a escassez é desafiadora, mas também um prato cheio para liberar a criatividade.
O uso de materiais extraídos do próprio solo tem um objetivo duplo. Do ponto de vista econômico, nos países ou regiões onde a industrialização ocorreu com intensidade reduzida, essa prática faz sentido por conta dos altos custos de materiais industrializados - como concreto e aço - que geralmente precisam vir de longe. Já no âmbito ecológico, a preocupação ambiental em um projeto começa na escolha dos materiais, e priorizar os encontrados localmente diminui deslocamentos e emissões de gás carbônico.
Fazer arquitetura envolve mobilizar aspectos diversos em relação ao meio onde se insere o edifício: contexto sócio-cultural, político, econômico; estética, legislação, funcionalidade, e, dentro desta última, eficiência de uso, ocupação e conforto. As obras de Laurent Troost têm mostrado a articulação entre esses diversos fatores, com particular atenção ao último: o conforto, especialmente o térmico. Em geral, seus projetos priorizam a ventilação natural em detrimento do uso de climatização artificial, quase que obrigatória nas construções dentro do modelo de cidade atual.
A humanidade está enfrentando um novo desafio coletivo sem precedentes. O isolamento, impulsionado pela auto-quarentena, por um período desconhecido. É um experimento social sem resultado previsível, porém uma constante na equação é a arquitetura.
Com mais da metade da população mundial habitando em cidades ou áreas densamente povoadas, atualmente bilhões de pessoas residem em pequenos espaços, separadas uns dos outros por tijolos, concreto e aço. O experimento de habitação social dos anos 50 e 60 originou uma nova tipologia arquitetônica, composta pela construção social subjacente, impulsionada pelo capitalismo, que nos orientava a cuidar de nossos próprios negócios. De alguma forma, durante a era dos arranha-céus, a ideia de isolamento se transformou em um símbolo de status, já que coberturas particulares, acessadas por elevadores privativos, hoje flutuam sobre as ruas da cidade.
A arquitetura balcânica contemporânea se materializa de forma profundamente integrada às características naturais de sua paisagem, além de consciente de seu passado e de sua história. Deste lado do oceano atlântico, pouco se sabe sobre a Bulgária e muito menos sobre a sua arquitetura. Esta nação balcânica conta com um território diversificado, banhado à leste pelo Mar Negro, passando por um interior montanhoso e repleto de vales, até seus limites mais ocidentais com a Sérvia e a Macedônia. Todos estes dados, geográficos, históricos, sociais e culturais, têm especial consequência na arquitetura contemporânea búlgara. A série de novos projetos residenciais que apresentaremos à seguir é um ótimo exemplo desde complexo panorama definido pela prática projetual da arquitetura na Bulgária ao longo dos últimos anos.
O escritório holandês de arquitetura Benthem Crouwel Architects, foi nomeado o grande vencedor do concurso internacional organizado pela Penta Real Estate em Praga. Aberta à comunidade internacional de arquitetos, a convocatória tinha como objetivo selecionar o melhor projeto para a construção de um novo bairro residencial na capital da República Checa. Trabalhando em conjunto com a empresa local RA15, o Benthem Crouwel superou uma concorrência de mais de 160 diferentes escritórios de arquitetura, dos quais 44 projetos foram pré-secelicionados para finalmente vencer os outro quatro finalistas e levar o grande prêmio para casa. Em um veredicto unânime, o júri elogiou a proposta dos arquitetos holandeses, a qual procura integrar o projeto com o entorno através da criação de um novo grande parque público acessível.
O projeto 11 Hoyt, do Studio Gang, teve sua estrutura concluída. Localizado no Brooklyn, Nova Iorque, o arranha-céu tem 190 metros de altura. Com 481 unidades residenciais de alto padrão e interiores desenhados por Michaelis Boyd Associates, o 11 Hoyt apresenta uma fachada ondulada, marcada por janelas em relevo que se destacam do edifício e definem um movimento espiral ascendente nas faces do arranha-céu.