Um dado muito citado na indústria da arquitetura é que o ambiente construído é responsável por cerca de 40% das emissões globais de carbono. Esse fato preocupante coloca uma imensa responsabilidade sobre os profissionais da construção. A ideia de sustentabilidade na arquitetura surgiu com urgência como uma forma de remediar os danos ambientais. Várias práticas de sustentabilidade não visam mais do que tornar os edifícios “menos ruins”, servindo como medidas inadequadas para a arquitetura atual e do futuro. O problema com a arquitetura sustentável é que ela se resume a "sustentar".
Para manter o estado atual do meio ambiente, a comunidade de arquitetura tem trabalhado para meios de produção mais ecológicos. Convencionalmente, um edifício verde emprega características ativas ou passivas como ferramenta de redução e conservação de recursos. A maioria dos projetos sustentáveis vê os edifícios como um recipiente próprio, em vez de partes integradas de seu ecossistema. Com as necessidades atuais do planeta, essa abordagem não é suficiente. Não basta sustentar o ambiente natural, deve-se também restaurar os processos ambientais.
O arquiteto Daniel Libeskind revelou planos para transformar a torre Boerentoren, localizada no centro de Antuérpia, na Bélgica, em um novo centro cultural público. A torre Art Déco será ampliada para abrigar espaços de exposição, uma plataforma de observação panorâmica, um jardim de esculturas na cobertura e novos restaurantes e bares. Segundo o arquiteto, as características originais do edifício histórico serão preservadas, ao mesmo tempo em que o seu estatuto de marco será reforçado com a intervenção. Se os planos forem aprovados pelas autoridades patrimoniais e urbanísticas e pelos bombeiros, o edifício deverá ser inaugurado em 2028.
O escritório de arquitetura Herzog & de Meuron divulgou seu projeto de intervenção na estação Liverpool Street, em Londres. A proposta inclui “atualizações vitais” destinadas a transformar a estação da era vitoriana em um centro de transporte totalmente acessível e adequado para acomodar as 135 milhões de pessoas que usam o equipamento todos os anos.
A proposta também inclui a construção de 84 mil metros quadrados de escritórios e um hotel de mais de 17 mil metros quadrados em duas novas estruturas, de 10 e 6 pavimentos, respectivamente. Essas intervenções atraíram críticas de grupos conservacionistas e, no momento, a proposta está em sua primeira rodada de consulta pública. O projeto é supervisionado pela Stellar, que trabalha junto a MTR, a operadora de serviços de transporte ferroviário e a Network Rail.
Meu primeiro encontro com a requalificação de um edifício me levou a uma viagem ao Departamento de Polícia de Long Beach. Um amigo e eu estávamos frustrados porque nossa cidade natal estava demolindo boas construções – visto que elas não correspondiam ao estilo arquitetônico atual – apenas para substituí-las por estacionamentos! Tudo em nome do "progresso". Em 1988, quando soubemos que o Edifício Jergins Trust, uma preciosidade Beaux-Arts, estava programado para ser demolido sem que nada estivesse planejado para aquele terreno, entramos em ação e nos acorrentamos ao prédio para impedir sua demolição. Nossos esforços o mantiveram vivo por mais quatro horas. E então, ele se foi para sempre.
Em 3 de novembro de 2022, o Instituto Indiano de Administração de Ahmedabad (IIMA) anunciou a decisão de encerrar as obras de restauração de parte do campus projetado por Louis Kahn com os arquitetos indianos Balkrishna V. Doshi e Anant Raje em 1962. A decisão afeta os blocos do corpo docente, o complexo de salas de aula e os dormitórios, exceto o dormitório D15. De acordo com o comunicado, a instituição pretende substituir alguns dos edifícios, uma vez que o complexo “enfrenta danos estruturais, deterioração e se tornou inabitável, representando uma preocupação de segurança para os residentes do campus”. Isso significa uma mudança na decisão de cancelar os primeiros planos de demolição após protestos, anunciada em janeiro de 2021.
O EUROPARC, coletivo de design pan-europeu, foi anunciado como vencedor do concurso internacional para reformar o Edifício Paul Henri SPAAK em Bruxelas, na Bélgica. O edifício do Parlamento da União Europeia tem muitas deficiências, mas os vencedores do concurso reconhecem que sua demolição e substituição podem não ser a solução mais responsável ou sustentável. O edifício existente é, portanto, reimaginado e adaptado para melhor atender às necessidades e à identidade da UE. O EUROPARC é constituído por cinco estúdios de arquitetura de cinco países europeus: JDS Architects (Dinamarca/Bélgica), Coldefy (França), CRA-Carlo Ratti Associati (Itália), NL Architects (Holanda) e Ensamble Studio (Espanha), com o apoio das empresas de engenharia UTIL (Bélgica) e Ramboll (Dinamarca).
O Museu Hirshhorn e o Jardim de Esculturas do Smithsonian selecionou Skidmore, Owings & Merrill e Selldorf Architects para desenvolver em conjunto o projeto de modernização do interior e da praça do Museu Hirshhorn. Como a primeira reforma nos últimos cinquenta anos, o museu planeja atualizar suas galerias e espaços públicos para atender às exigências contemporâneas de um museu público de arte moderna. Ele também representa uma resposta ao aumento da frequência de visitação durante os últimos cinco anos. O contrato federal foi concedido após um processo competitivo pela Smithsonian Facilities em consulta com o Hirshhorn. O projeto conceitual, a ser apresentado em 2023, será submetido a uma consulta pública.
Elaborado inicialmente por Renzo Piano e desenvolvido pela RPBW e OBR, o Waterfront di Levante é um projeto que visa transformar o que antes era o fundo de um porto em uma nova fachada urbana para o mar. O projeto está previsto para se tornar um novo marco na frente marítima de Gênova, Itália, trazendo novas funções urbanas e portuárias, tanto públicas quanto privadas, para uma área subutilizada. Ao controlar a relação entre a área construída e aberta, o complexo procura também melhorar a conexão entre a cidade e o mar. O projeto introduz funções como o novo Parque Urbano, uma nova doca, residências, escritórios, alojamentos estudantis, instalações comerciais, apart-hotéis e um novo pavilhão esportivo.
O Museu de História Natural de Lille, na França, passará por uma transformação arquitetônica significativa para seu 200º aniversário. Snøhetta, selecionado para restaurar e modernizar o complexo, com uma equipe transdisciplinar com a cenógrafa Adeline Rispal e os arquitetos paisagistas da Taktyk, idealiza uma revitalização que apoiará a ambição da cidade de combinar a renovação urbana com a preservação da arquitetura histórica da cidade. Prevista para ser concluída em 2025, com um total de 7.500 m², a restauração acomodará áreas de exposição flexíveis, amplas áreas de armazenamento e jardins.
O estádio St. Jakob-Park, casa do FC Basel, está recebendo uma reforma para estender sua vida útil após 20 anos de uso. Originalmente projetada por Herzog & de Meuron, a reforma arquitetônica visa proporcionar melhor hospitalidade aos visitantes, reestruturando o acesso e melhorando a segurança para manter o estádio aberto mesmo em dias sem jogos. A proposta também contempla a substituição da icônica fachada por uma cobertura ampla para dar ao estádio uma aparência unificada e transmitir os eventos do lado de fora.
A Sydney Opera House reabriu seu maior espaço de apresentação, o Concert Hall. Desde que o local foi fechado para renovações em fevereiro de 2020, o espaço passou por amplas reformas para melhorar o desempenho acústico, o acesso para pessoas com necessidades de mobilidade e atualizar os sistemas do palco. O processo de renovação respeita o projeto original, ao mesmo tempo, em que equipa melhor o salão para apresentar uma ampla gama de espetáculos. Este é o maior e último projeto da Década de Renovação da Opera House, um programa de 10 anos de obras totalizando quase 300 milhões de dólares para atualizar o monumento tombado pelo Patrimônio Mundial antes de seu 50º aniversário em 2023.
A equipe de projeto europeia integrada pelos escritórios JDS Architects, Coldefy & Associates, Carlo Ratti Associati, NL Architects e Ensamble Studio foi a vencedora do concurso internacional de projeto para a renovação do Edifício Paul-Henri SPAAK, o plenário do Parlamento Europeu em Bruxelas, Bélgica.
A Conferência “Reconstructing the Future for People and Planet”, organizada pela Bauhaus Earth e pela Pontifícia Academia de Ciências (PAS), começou na Casina Pio IV nos jardins do Vaticano. A conferência foi aberta com um discurso de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. O extenso programa reúne renomados cientistas, arquitetos, pessoas que planejam espaços e que formulam políticas, para discutir a transformação do ambiente construído de um impulsionador de crises climáticas e sociais em uma força de regeneração.
O premiado escritório londrino Jan Kattein Architects usa seus projetos arquitetônicos para concretizar oportunidades cívicas e espaciais. Desta forma, busca estabelecer um legado social e físico, alcançado ao adotar um processo de design aberto e interativo que responde positivamente às necessidades e aspirações dos clientes.
Ao permitir que o processo conduza cada projeto individualmente, seu método estimula uma arquitetura inovadora, buscando agregar benefícios através da educação, do crescimento econômico, das atividades culturais e uma maior coerência comunitária.
Enquanto a cidade continua a evoluir e se transformar, cantos mortos na paisagem urbana começam a emergir, reduzindo, em consequência, os níveis de atividades no nosso ambiente construído. Essas "zonas mortas" se referem a áreas onde falta engajamento ativo, elas permanecem vazias e privadas de pessoas, já que não se mostram mais úteis ou atraentes. Enquanto a pandemia de Covid-19 se aproxima do fim, a primeira questão que podemos enfrentar após a pandemia é a retomada do nosso ambiente urbano. Um sopro de vida em uma paisagem urbana cansada e desatualizada...
O elemento focal na criação de um ambiente urbano ativo e saudável é o aumentar a vitalidade através da ocupação e criação de espaços. Criar lugares diversos e interessantes para morar, florescer, e trabalhar. Aqui estão cinco estratégias regenerativas que animam a paisagem urbana e produzem ambientes resilientes, atraentes e flexíveis.
A arquitetura é um ofício ou prática que, na maioria dos casos, envolve a construção de estruturas físicas e materiais. A arquitetura procura dar forma a edifícios destinados a servirem diferentes propósitos como trabalho, moradia, convivência, oração entre outros tantos. Estruturas construídas e intervenções arquitetônicas, no entanto, necessitam de um espaço físico para materializar-se. Dito isso, a melhor compreensão a relação intrínseca entre espaço e arquitetura, pode ser a chave para estabelecermos práticas mais sustentáveis nos campos da arquitetura, engenharia e construção civil.