No cenário em constante evolução do século XXI, as cidades despontam como modelos de inovação em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Criativamente, enfrentam desafios urbanos urgentes, como densidade populacional, transporte, habitação e resiliência. Possuem o potencial de liderar uma agenda climática abrangente, atuando como laboratórios para iniciativas sustentáveis, inovações inter-setoriais e estratégias orientadas para a comunidade. As cidades agem como catalisadoras de revoluções, implementando soluções impactantes que podem ser aplicadas globalmente.
Resiliência: O mais recente de arquitetura e notícia
Cidades em destaque: lições de 2023 sobre resiliência ambiental
MVRDV e Orange Architects projetam complexo de uso misto em Kiev, na Ucrânia
O MVRDV e a Orange Architects estão colaborando no projeto NUVO, um novo complexo de uso misto que será construído na capital da Ucrânia. A equipe de arquitetos revelou o design de três dos edifícios que farão parte do projeto. Comissionado pela Kovalska, o projeto está sendo retomado após ser interrompido devido à guerra na Ucrânia. As duas empresas estão trabalhando juntas para aprimorar o plano diretor que foi iniciado pela APA Wojcehowski Architects.
Foster + Partners e BIG são selecionados para recuperar província de Hatay após terremoto na Turquia
O Conselho de Design da Turquia (TDC) reuniu 13 escritórios de arquitetura, incluindo Foster + Partners e Bjarke Ingels Group, para trabalhar na recuperação da província histórica de Hatay, uma área gravemente danificada pelo terremoto de magnitude 7.8 em fevereiro deste ano. A Foster + Partners foi selecionada para liderar o projeto do novo plano diretor para a cidade de Antakya, conhecida na antiguidade como Antioquia, enquanto outros escritórios, incluindo os turcos DB Architects e KEYM (Urban Renewal Center), trabalharão juntos para reconstruir a cidade. Detalhes do plano diretor deverão ser divulgados em 2024.
Como as cidades podem criar resiliência frente aos desastres naturais
À medida que o mundo luta contra os efeitos das mudanças climáticas, desastres naturais como inundações e a propagação de incêndios incontroláveis estão cada vez mais ameaçando as cidades e seus habitantes. Embora a arquitetura e o urbanismo não possam evitar esses eventos, há estratégias para minimizar os danos associados a esses eventos e ajudar a proteger os cidadãos. Eventos trágicos ao longo do último ano, como o terremoto que atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria em fevereiro deste ano ou o terremoto mais recente no oeste do Afeganistão, as inundações e o rompimentos de barragens na Líbia, e os incêndios que devastaram a cidade de Lahaina, no Havaí, demonstram a urgência de implementar medidas preventivas e de mitigação, além de criar procedimentos para intervenção de emergência. Este artigo explora as estratégias e recursos disponíveis para arquitetos e urbanistas enfrentarem esses desafios em três tipos de desastres naturais: enchentes, incêndios florestais e terremotos.
A importância do design regenerativo para a sustentabilidade ambiental
Estamos vivendo um momento de emergência. Desde o início da industrialização, temos corrido pelos recursos finitos de nosso planeta como se fossem ilimitados, esgotando e desestabilizando os próprios ecossistemas dos quais dependemos para nosso sustento, economia, alimentação, saúde e qualidade de vida.
Em apenas 50 anos, perdemos mais da metade da vida selvagem do mundo. No momento, a Terra está a caminho de aquecer além de 1,5 graus celsius, o que os cientistas alertam ser um limite planetário rígido para os ecossistemas existentes na Terra. Este é um “código vermelho para a humanidade”, conforme descrito no Sexto Relatório de Avaliação do IPCC. Continuar em nosso caminho atual significará danificar irreversivelmente as próprias condições que sustentam a vida neste planeta.
Projeto português "Fertile Futures" explora uso da água para imaginar futuros resilientes
O projeto Fertile Futures, participação portuguesa na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, organizou em julho o Seminário Internacional de Verão no município de Fundão, promovendo abordagens alternativas à arquitetura e destacando o futuro promissor do próprio projeto. O seminário teve como objetivo promover a conscientização temática, experiências colaborativas e um campo expandido de ação entre os participantes.
Arquitetura para comunidades resilientes no Congresso Mundial de Arquitetos UIA 2023
O Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 é um convite aos arquitetos de todo o mundo para se encontrarem em Copenhague de 2 a 6 de julho e explorar como a arquitetura influencia os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Há mais de dois anos, a Science Track e seu Comitê Científico internacional analisam as várias formas pelas quais a arquitetura responde aos ODS. O trabalho resultou na formulação de seis painéis científicos: arquitetura para Adaptação Climática, arquitetura para Repensar Recursos, arquitetura para Comunidades Resilientes, arquitetura para Saúde, arquitetura para Inclusão e arquitetura para Parcerias e Mudanças.
Uma chamada internacional de trabalhos foi divulgada em 2022 e 296 das mais de 750 inscrições de 77 países foram convidadas a participar do Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2023 em Copenhague. O ArchDaily está colaborando com a UIA para compartilhar artigos relacionados aos seis temas como preparação para a abertura do Congresso.
Neste terceiro artigo, nos reunimos com os co-presidentes do painel arquitetura para Comunidades Resilientes, Anna Rubbo, Pesquisadora Sênior, Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável (CSUD), The Climate School, Columbia University, e Juan Du, Professor e Reitor da John H. Daniels Faculty of Architecture, Landscape and Design Universidade de Toronto.
Vice-presidente dos EUA Kamala Harris defende soluções baseadas na natureza
No Dia da Terra, a Vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, destacou os muitos benefícios das soluções baseadas na natureza e reconheceu o importante papel dos arquitetos paisagistas neste trabalho. Na Universidade de Miami, ela também anunciou US$ 562 milhões em financiamento para projetos de resiliência costeira, apoiando 149 projetos em 30 Estados, por meio da Iniciativa de Prontidão Climática das Costas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). As observações da Vice-Presidente Harris se baseiam no apoio da administração Biden-Harris ao planejamento e ao design com sistemas ecológicos de maneira equitativa.
Pavilhão da Irlanda explora a resiliência de suas ilhas remotas na Bienal de Veneza 2023
O Pavilhão Nacional da Irlanda apresentará uma exposição intitulada Em busca de Hy-Brasil na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. O pavilhão tem como objetivo explorar diversas culturas, comunidades e experiências das ilhas remotas da Irlanda em busca de novas formas de habitar o mundo. Uma equipe de cinco arquitetos foi selecionada como curadores da exposição: Peter Carroll, Peter Cody, Elizabeth Hatz, Mary Laheen e Joseph Mackey. O pavilhão estará aberto ao público de 20 de maio a 26 de novembro de 2023. Posteriormente, a instalação percorrerá a Irlanda em 2024, trazendo vozes de locais periféricos para conversas sobre nosso futuro global.
Projetado para durar: como criar edifícios para durar séculos
Alguns edifícios resistiram ao teste do tempo e depois de séculos ou mesmo milênios, eles permaneceram estruturalmente sólidos, reverenciados como espaços habitáveis da história e inovação humana. Alguns ainda estão em uso hoje, muitas vidas depois que seus projetistas originais morreram.
Esses edifícios, de propósito ou por acidente, foram projetados para durar. É um conceito cada vez mais relevante. A construção e operação de edifícios é responsável por uma quantidade preocupante de emissões de dióxido de carbono. O carbono incorporado que resulta da produção de materiais de construção e construção soma cerca de 11% de todas as emissões globais de carbono. De acordo com um novo livro sobre edifícios de vida longa, projetar edifícios para permanecer em pé por muito mais tempo – e sobreviver às várias voltas e reviravoltas que acompanham essa vida útil mais longa – é um novo imperativo para os arquitetos.
Conheça o plano de reflorestamento de Nova Orleans baseado na equidade
Nova Orleans tem o efeito de ilha de calor urbano mais forte dos EUA, com temperaturas quase 5°C mais altas do que as áreas naturais próximas. A cidade perdeu mais de 200 mil árvores com o furacão Katrina, diminuindo a área sombreada para apenas 18,5%.
A ONG Sustaining Our Urban Landscape (SOUL) fez uma parceria com arquitetos paisagistas da Spackman Mossop Michaels (SMM) para criar um plano de reflorestamento acessível e focado na equidade. O plano fornece um roteiro para alcançar a marca de 24% de área coberta por árvores até 2040. Mais importante, o plano também busca igualar a área sombreada por árvores, de modo que pelo menos 10% de todos os 72 bairros estejam cobertos. Atualmente, mais da metade dos bairros está abaixo da marca de 10%.
Arquitetura e planejamento urbano podem combater as mudanças climáticas?
As mudanças climáticas têm sido um dos tópicos mais urgentes deste ano, e por um bom motivo. Seus efeitos são visíveis não apenas em habitats naturais, mas também em ambientes urbanos. A indústria da construção civil tem um papel importante nesta dinâmica. Ao longo do ano, eventos como a COP27 enfatizaram a importância dos esforços para zerar as emissões líquidas e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento afetados por desastres naturais, cada vez mais devastadores. Possíveis direcionamentos rumo ao desenvolvimento incluem ações em vários estágios e escalas, desde a otimização de espaços verdes para controle de calor urbano até o uso de materiais de construção locais e inovadores para minimizar a pegada de carbono, ou a aprovação de leis que ajudam a criar ambientes urbanos e naturais mais sustentáveis.
Este artigo representa um resumo de artigos publicados no ArchDaily durante o ano de 2022 com temas relacionados às mudanças climáticas e o potencial da arquitetura para fazer a diferença. Ele divide o tópico em quatro questões principais: O que as cidades estão fazendo para mitigar o calor urbano? Como enfrentar o aumento do nível do mar? O que foi a COP27 e por que ela é importante? Os materiais de construção podem ajudar a atingir esses objetivos? A última seção apresenta um panorama das novas legislações aprovadas ao longo de 2022, como forma de entender como os governos estaduais e municipais estão impondo essa necessidade de mudança.
O significado da COP27 para a arquitetura e a indústria da construção
A Conferência das Partes das Nações Unidas de 2022, também conhecida como COP27, foi realizada entre 6 e 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito. A conferência contou com mais de 90 chefes de estado e cerca de 35.000 representantes, ou delegados, de 190 países. Essas conferências têm como objetivo encorajar e orientar os países a tomarem medidas efetivas contra as mudanças climáticas. Embora abordem mais questões, o ambiente construído é reconhecido por desempenhar um papel importante na garantia de que as metas de sustentabilidade sejam alcançadas.
Proteção contra tempestades baseada na natureza
“A supertempestade Sandy em 2012 foi um alerta para Nova York e fez a cidade perceber que precisava se preparar melhor para as mudanças climáticas”, disse Adrian Smith, vice-presidente da ASLA e líder da equipe de projetos de capital de Staten Island com a NYC Parks. Devido às tempestades de Sandy, “várias pessoas em Staten Island morreram e milhões foram perdidos em danos materiais”.
No 10º aniversário de Sandy, Smith, junto com Pippa Brashear, diretora da SCAPE, e Donna Walcavage, diretora da Stantec, explicaram como projetar com a natureza pode levar a comunidades costeiras mais resilientes. Durante a Semana do Clima de Nova York, elas conduziram centenas de pessoas por dois projetos on-line interconectados no extremo sudoeste da ilha: Living Breakwaters e seu companheiro em terra — o Tottenville Shoreline Protection Project.
Conviver na Amazônia no século XXI: guia de planejamento e desenho urbano para as cidades da floresta peruana
Dirigindo-se ao universo da maior floresta tropical do mundo, o livro "Convivir en la Amazonía en el Siglo XXI: Guía de Planificación y Diseño Urbano para las ciudades en la selva baja peruana" ( em português, "Conviver na Amazônia do Século XXI: Guia de planejamento e desenho urbano para as cidades da selva baixa peruana"), foi selecionado como finalista na categoria de publicações da XII Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo. A edição, publicada em 2019 como parte das Publicações de Arquitetura PUCP, no âmbito do projeto CASA [Ciudades Auto-Sostenibles Amazónicas] da iniciativa Ciudades Resilientes al Clima do IDRC, FFLA e CDKN, concentra suas pesquisas no departamento de Loreto, apresentando-se como "um guia para arquitetura e desenho urbano, para assentamentos na floresta amazônica, incluindo os processos sociais a serem considerados".