A imensa fama, especialmente quando deixada para trás por um artista falecido, pode levar a uma compreensão hierárquica de seu legado – fazendo com que um aspecto ofusque outras dimensões cruciais de sua vida e obra. O reconhecimento meteórico de Jean-Michel Basquiat, nascido no Brooklyn, como artista e influência cultural ao longo da década de 1980, fez com que suas pinturas enérgicas semelhantes a mapas mentais fossem adquiridas amplamente por museus e coleções particulares, além de serem comercializadas em massa em uma variedade de produtos, como roupas de moda rápida e itens de souvenir relacionados a Nova York. Basquiat: King Pleasure, uma nova exposição organizada pelas irmãs de Jean-Michel, Lisane Basquiat e Jeanine Heriveaux, rompe o mito em torno da ascensão lendária do falecido artista das ruas sombrias de Nova York dos anos 1980 para um sucesso artístico raramente alcançado.
Revista Metropolis: O mais recente de arquitetura e notícia
Exposição sobre Basquiat projetada por Adjaye Associates vai além do mito sobre o artista
Mariam Kamara pode mudar profundamente a pedagogia do design em qualquer lugar
A arquiteta Mariam Kamara - fundadora do escritório Atelier Masōmī, sediado em Niamey, no Níger - é contrária à pedagogia do design como a que é amplamente praticada hoje. Para Kamara, moderno não é sinônimo de formas europeias, arquitetura não é apenas para os ocidentais, e o chamado cânone dos grandes edifícios na verdade ignora a maior parte do mundo construído. O escritório de rápido crescimento da arquiteta sediada no Níger influenciou uma série de palestras que ela deu recentemente no MIT, na Columbia University GSAPP, no African Futures Institute em Gana e em Harvard GSD.
Como a arquitetura pode ajudar a combater a ansiedade?
Seres humanos geralmente se sentem física e emocionalmente confortáveis em determinados tipos de espaços públicos. Há aqueles que preferem ler um livro na varanda de um café, outros preferem estar sentados em um sofá aconchegante no salão de beleza ou aguardando o trem na estação. Fato é que alguns espaços, ainda que longe de casa, tendem a incitar uma sensação muito parecida com aquela que experimentamos no aconchego do nosso lar.
Através da psicologia ambiental aplicada à arquitetura, os fatores espaciais que contribuem para a sensação de conforto passaram a ser mais tangíveis, e agora, arquitetos e designers podem contar com a ajuda de especialistas para desenvolver projetos e espaços mais confortáveis e agradáveis.
Casas sem cozinha: co-living e novos interiores
A ascensão do co-living começou a moldar radicalmente o design de interiores. Em projetos residenciais e empreendimentos comerciais, o co-living está ligado ao surgimento da ideia de uma moradia sem cozinha. Iniciada pela arquiteta espanhola Anna Puigjaner, essa ideia está conectada a uma série de inovações em design de interiores e co-living construídas nos últimos cinco anos. Por sua vez, esses novos interiores começaram a contar uma história de habitação e experiência espacial enraizada na vida moderna.
Entendendo as contribuições de Ray Eames ao design
Na esteira do aniversário de 80 anos do Eames Office, data marcada por uma exposição e por sneakers inspirados em Ray, o diretor Eames Demetrios falou ao Metropolis sobre a matriarca que continua inspirando o design.
Como o metaverso será projetado?
Michael Beneville abriu seu estúdio no distrito de Flatiron, na cidade de Nova York, há uma década. O escritório reformado de dois andares tem pé-direito de 6 metros, móveis sob medida e uma parede de janelas em arco que miram a 19th Street. Beneville e sua equipe não têm estado no estúdio juntos de maneira regular há meses – pelo menos não fisicamente. Os funcionários do pequeno estúdio criativo, conhecido por seu trabalho de design em experiências imersivas como o megacomplexo de entretenimento AREA15, em Las Vegas, estão todos espalhados pelo país por conta da pandemia, mas se reúnem frequentemente em uma réplica virtual do estúdio para reuniões, sentando em torno de uma mesa digital, seus avatares segurando copos digitais de café.
Exposição em Nova Iorque celebra o legado modernista no Egito e alerta sobre seu futuro
Em exibição no Center for Architecture na cidade de Nova Iorque, a exposição intitulada Cairo Modern apresenta uma lista de 20 projetos de arquitetura moderna realizados, nunca construídos e também demolidos no Cairo, lançando um alerta sobre o futuro incerto do legado modernista no Egito.
Cairo Modern, a mais nova exposição organizada pelo Center for Architecture de Nova Iorque, apresenta 20 importantes projetos de arquitetura moderna realizados no Cairo entre 1930 e 1970, entre os quais projetos nunca construídos e também outros que já não existem mais—destacando a crescente ameaça ao patrimônio moderno construído no Egito e em outros países.
Diretrizes sanitárias e pandêmicas para a arquitetura
No artigo desta semana da Metropolis Magazine, Madeline Burke-Vigeland, arquiteta associada ao American Institute of Architects, credenciada pela LEED e diretora na Gensler, e Benjamin A. Miko, doutor em medicina e professor assistente do Centro Médico da Columbia University exploram juntos como a padronização de soluções técnicas e construtivas poderiam ser a solução que todos precisamos para melhor proteger as pessoas da COVID-19 e de futuras pandemias.
Abordando os desafios climáticos, habitacionais e de equidade social
Para celebrar o retorno às aulas, a Northeastern University de Boston, Massachussets, em parceria com a The Rudy Bruner Award for Urban Excellence (RBA) está organizando uma série de conferências virtuais para os seus alunos e todos os demais interessados (cadastre-se aqui), um evento que conta com a participação de palestrantes das cidades de Boston, Dallas, Los Angeles e Nova Iorque. Chamado de Myra Kraft Open Classroom Inspiring Design: Creating Beautiful, Just, and Inspiring Places in America, o programa de 14 semanas está focado na divulgação de projetos de planejamento urbano capazes de promover a inclusão e a igualdade social, promovendo a resiliência de comunidades locais frente aos principais desafios do presente, como a crise climática, a pandemia de COVID-19 e o déficit habitacional. Os palestrantes estão aproveitando desta oportunidade para reforçar o valor do engajamento das lideranças locais e da capacitação e formação das comunidades na implementação de projetos de planejamento urbano mais inclusivos e equitativos. Os principais tópicos das palestras realizadas até agora respondem à três diferentes seções temáticas: Planejando Igualdade, Engajando Comunidades, e Promovendo Igualdade Social, com outras duas seções programadas para irem ao ar nos próximos dias.
Devemos nos preocupar mais com os trabalhadores e menos com os espaços de trabalho
“As mudanças estimulam a inovação e por isso, devemos repensar e transformar sempre os nossos espaços de trabalho”, disse Nicole Senior, diretora dos escritórios do Tinder. Mudança, inovação e engajamento no ambiente de trabalho foram alguns dos tópicos abordados em um recente Think Tank que foi ao ar no último dia 17 de dezembro, apresentado pelo Rapt Studio e intitulado “Observando o passado e pensando no futuro: lições para serem aprendidas em 2021”.
Como a pandemia mudou o modo de experienciar arte em espaços públicos?
O acesso à arte pública é um privilégio o qual, os nova-iorquinos mal param para pensar sobre. Espalhada pelos quatros cantos da cidade, a arte pública é parte integral do cityscape da cidade de Nova Iorque, ocupando parques, praças, becos e terraços abertos a centenas de metros acima do chão. Enquanto as instalações de arte pública mais famosas e celebradas encontram-se já enraizadas na textura urbana da cidade, como a Love de Robert Indiana na Sexta Avenida ou a Gay Liberation de George Segal junto ao Monumento Nacional de Stonewall, não podemos esquecer aquelas “obras de arte” que assumem um caráter mais efêmero. Independente disso, instalações de arte pública tem o poder de despertar as mais diversas reações, com um histórico de interpretações polarizadas que em determinados casos, acabaram até em processos judiciais e ações públicas.
Por que paisagens projetadas para inundar são consideradas ecológicas?
Uma “paisagem inundada” pode ser vista como uma contradição em termos: a inundação se espalha para onde a gravidade levar, cobrindo a topografia usual com um manto escuro, cinza e uniforme. Nesse sentido, a inundação é amorfa, pois pode distorcer e ocultar temporariamente formas e características da paisagem visível - nada que pudesse ser descrito como uma “fuga” no sentido de um cenário articulado e significativo.
Mas quando os limites de uma enchente não são definidos apenas pela quantidade ou velocidade da água, mas também por formas de relevo e estruturas cuidadosamente projetadas e colocadas para influenciar e moldar o "desastre", o resultado pode ser considerado como uma paisagem, física e culturalmente definida pela inundação.
Primeiro hotel da América do Norte com estrutura de madeira engenheirada é inaugurado
O Hotel Magdalene é a mais recente incorporação da empresa do setor hoteleiro Bunkhouse Group, a qual se dedica a promover a cultura musical e o estilo de vida característico da cidade de Austin, Texas. Adicionando outros 89 quartos à rede El Cosmico, a qual ficou mundialmente conhecida após se tornar uma febre no instagram, o Hotel Magdalene é o primeiro edifício deste tipo a ser completamente construído em estrutura de madeira engenheirada [Mass Timber] em toda América do Norte.
Preservação e resiliência em Miami Beach
Ao longo do século XX, Miami Beach passou por inúmeras e profundas transformações, desde seu importante papel durante os anos dourados na virada do século, passando a ser conhecida como a capital americana do Art Déco até se transformar em um dos principais destinos de luxo da metade do século—para logo depois cair no esquecimento durante os anos 1970. Depois de quase uma década de abandono e decadência, pouco a pouco esta pequena cidade-distrito de Miami começou a despertar o interesse da comunidade de preservacionistas em meados dos anos 1980. Na década de 1990, Miami Beach ressurge como uma fênix para então se tornar novamente um dos destinos mais procurados dos Estados Unidos, atraindo novos ilustres residentes e personagens famosos como Gianni Versace entre outros.
Pós-COVID, projetos de escritórios incluem espaços de trabalho ao ar livre
Há anos, os arquitetos têm enfatizado a iluminação natural, a ventilação e a conectividade com a natureza como formas de melhorar a saúde e o bem-estar dos funcionários. Agora que o coronavírus tem muito mais probabilidade de ser transmitido no interior dos espaços - o risco é quase 20 vezes maior, de acordo com um estudo - um esforço poderia ser feito para mover ambientes de trabalho para o exterior das edificações. “Os benefícios da luz e do ar fresco são bastante evidentes, e a pandemia apenas reforça isso”, diz Christopher McCartin, diretor administrativo de projeto e construção da incorporadora imobiliária Tishman Speyer, que vem incluindo “espaços externos significativos” em seus empreendimentos de escritório em todo o país.
Reuso de parques urbanos: um futuro promissor para um presente conturbado
A Metropolis Magazine abordou a produção da High Line Network, um consórcio norte-americano de projetos de reuso que tem compartilhado ideias e práticas ao longo da pandemia.
Desde o início da pandemia, a High Line Network — um associação dedicada ao planejamento e execução de projetos de requalificação urbana em toda a América do Norte — tem realizado uma série de encontros virtuais entre seus membros e parceiros, tanto para comunicar informações à respeito dos projetos em andamento quanto para compartilhar experiências de como cada um dos escritórios está lindando com as dificuldades impostas pela recente crise sanitária. Com muitos projetos sobre a prancheta e outros tantos para serem concluídos e inaugurados em breve, a High Line Network acredita que iniciativas como esta passarão a desempenhar um papel ainda mais relevante na vida das pessoas, especialmente à medida que as restrições de circulação começam a ser abrandadas.
Exposição digital conecta os pontos entre performance e arquitetura
Seis meses após o lançamento do livro Bodybuilding, durante a última edição da bienal, a organização PERFORMA lança a exposição homônima, que apresenta 35 estúdios de arquitetura, que colaboram com a performatividade.
A arquitetura é um ponto ou uma vírgula? As formas construídas são corpos herméticos ou catalisadores de ação? O curador da PERFORMA, Charles Aubin, e o arquiteto Carlos Mínguez Carrascor, publicaram o livro Bodybuilding: Architecture and Performance, durante a edição mais recente da bienal PERFORMA 19, em novembro, na cidade de Nova York. A falta de uma pesquisa abrangente e globalizada sobre o assunto, despertou o interesse da dupla em investigar a maneira como os arquitetos fazem uso das performances, retomando um simpósio, que eles co-organizaram no Performa 17 Hub, em 2017. O livro, que apresenta ensaios de Mabel O. Wilson e Bryony Roberts, Lluís Alexandre Casanovas Blanco e Victoria Bugge Øye, baseou as abordagens fundamentais, agora profundamente enraizadas da exposição on-line: o impacto do movimento na urbanização sistemática, a relação do corpo com os edifícios e monumentos, e o papel da arquitetura em ação, de forma física ou sociopolítica.
Após o coronavírus, o que será do paisagismo?
A crise urbana traz muitos desafios, mas também apresenta oportunidades para os arquitetos paisagistas ajudarem a construir espaços verdes e cidades mais justas.
Como um morador de Los Angeles que não dirige, andar pela cidade a pé e de bicicleta sempre me fez sentir como se todos os lugares fossem meus.
Mas, nos últimos dois meses, os habitantes têm frequentado mais as ruas, como se todos tivessem descoberto pela primeira vez, que são capazes de explorar a cidade sem carro. Embora a maioria das praias e trilhas da cidade tenham sido fechadas, mesmo sendo reabertas, desde então, notei que o rio Los Angeles se tornou o novo "ponto de referência" da cidade, como um ponto de encontro, socialmente distante. Em uma cidade que não possui parques públicos adequados, as pessoas estão transformando qualquer pedaço de grama ou calçada - seja um pátio de uma escola, um canteiro central ou um trecho de concreto ao lado de um estacionamento - em um local de alívio da loucura.