Ao longo da história, os rios desempenharam um papel crucial nas estruturas sociais das cidades. Em suas margens, comunidades se reuniam para socializar, nadar e pescar. Nadar em rios era uma atividade popular de verão apreciada por pessoas de todas as idades. Seja o Tâmisa em Londres ou o Sena em Paris, os rios estavam cheios de nadadores, integrados aos estilos de vida urbanos.
À medida que a contagem regressiva para os XXXIII Jogos Olímpicos em Paris chega ao fim, a cidade se prepara para uma transformação completa de sua paisagem urbana e infraestrutura. Previstos para serem o maior evento já organizado na França, os jogos começarão em 26 de julho e irão até 11 de agosto de 2024. Faltando menos de 200 dias, o Conselho Municipal de Paris aprovou cerca de 43 novas iniciativas que atuam como catalisadores para a transformação da cidade, visando uma Paris mais verde, saudável e móvel. Desde a limpeza do rio Sena até a construção de uma ciclovia, passando pela ativação de uma linha de transporte e proibição do tráfego não essencial na cidade, o coração da capital francesa está em uma missão contra o tempo para requalificar seu centro histórico.
No antigo aeroporto de Hong Kong, o Snøhetta Asia apresentou seu mais recente projeto, o Airside. Este empreendimento de uso misto é a estreia da Snøhetta no país e desempenha um papel central em um distrito empresarial em reurbanização. O projeto oferece espaços públicos amplos, incluindo praças ao ar livre e terraços ajardinados, adaptáveis para eventos, refeições, agricultura urbana e lazer. Além disso, o Airside é o pioneiro em Hong Kong ao conquistar cinco das mais altas certificações de construção sustentável.
O escritório MAD Architects apresentou o plano de renovação para o depósito "Wanmicang" localizado no extremo sul da Fábrica de Cimento Zhangjiang, em Xangai. Esta transformação converterá o edifício em um espaço público multifuncional à beira-mar destinado à cultura, criatividade e comércio. Embora o projeto preserve a essência do antigo local industrial, adiciona um elemento inovador na forma de um volume metálico em forma de arca "flutuante", criando um contraste distinto entre as estruturas antigas e as novas. A conclusão do projeto está programada para o ano de 2026.
Ao contrário do que muitos acreditam, as ilhas artificiais têm uma longa história em muitas regiões do mundo, como as ilhas recuperadas no Antigo Egito, as centenas de crannogs de palafitas encontradas em lagos e cursos de água escoceses e irlandeses e as ilhas cerimoniais construídas durante o Império Asteca. Por definição, uma ilha artificial é uma ilha que foi construída por seres humanos, em vez de ser formada por processos naturais. Ilhas artificiais podem ser construídas por muitas razões diferentes, e essas razões estão aumentando à medida que o mundo enfrenta o iminente problema da escassez de espaço.
No passado, essas ilhas tinham fins cerimoniais ou agrícolas, e às vezes eram usadas como espaço urbano. Mais recentemente, as ilhas foram construídas para mitigar a superlotação, recuperar terras, proporcionar expansões urbanas e atender às necessidades de infraestrutura da indústria. Ilhas artificiais também possuem certas vantagens estratégicas e benefícios econômicos, e podem trazer benefícios geopolíticos. No entanto, esses tipos de projetos têm um custo significativo para nosso ecossistema, causando danos graves e extensos ao meio ambiente.
O Fortyseven é um novo spa termal projetado pelo arquiteto Mario Botta, situado ao lado do rio Limmat em Baden, na Suíça. Baden, conhecida por seus ricos atrativos culturais e de bem-estar, tem uma herança centenária ligada aos spas. O Fortyseven Thermal Wellness Spa revive esse legado histórico ao apresentar a cultura do bem-estar por meio de uma abordagem moderna. O projeto oferece um encontro imersivo para o corpo, mente e alma — aspectos capturados pelas lentes do fotógrafo Paul Clemence.
Diller Scofilio + Renfro venceu um concurso internacional para projetar o novo Pina Bausch Zentrum em Wuppertal, Alemanha. O legado de Pina Bausch como dançarina e coreógrafa será celebrado no projeto e revitalização do Tanztheater Wuppertal, bem como na criação de um novo centro de produção. O edifício tem inspiração no ethos de Pina Bausch, estabelecendo um exemplo para uma nova geração de profissionais da coreografia no mundo.
Além dos centros de produção, o projeto inclui um arquivo do enorme legado artístico de Pina Bausch, compreendendo uma biblioteca, áreas de estudo e pesquisa, e uma plataforma pública para promover o envolvimento da comunidade com muitas disciplinas criativas e acadêmicas. Vários espaços contrastantes e flexíveis, que incentivam e promovem a conversa através dos numerosos componentes do projeto são encontrados em toda a proposta.
Rios urbanos, nas suas diferentes escalas, podem ser eixos estruturadores de uma urbanização com qualidade ambiental urbana. O objeto deste artigo, que se baseia em conceitos desenvolvidos pelo Grupo Metrópole Fluvial, é a Bacia Hidrográfica do córrego Lageado, situada no extremo leste do município de São Paulo e parte do município de Ferraz de Vasconcelos. O Tietê, rio para onde confluem as águas dessa bacia, o Lageado e seus afluentes estabelecem três escalas de rios e de urbanização, que comportam programas distintos relacionados aos usos da água: da navegação e energia, no âmbito regional, ao parque fluvial do bairro, passando pelo abastecimento, drenagem, energia e irrigação.
O escritório MVRDV foi selecionado pelo Ministério de Assuntos Econômicos de Taiwan para projetar a Hoowave Water Factory, uma reconstrução em grande escala das hidrovias Beigang e Anqingzhen, em Huwei. O projeto combina um plano diretor estratégico com uma proposta paisagística que vai além da abordagem monofuncional de controle e distribuição de água. Além de armazenar e captar água, a proposta também abre acesso ao rio e ao ecossistema natural ao integrar ciclovias, equipamentos culturais e sistemas ecológicos. O plano diretor também inclui uma estratégia abrangente de resiliência contra inundações, melhorando a quantidade e a qualidade da água disponível. O projeto tem conclusão prevista para 2026.
David Adjaye, em parceria com a Bedrock e a prefeitura de Cleveland, apresentou o masterplan para o Cuyahoga Riverfront, um projeto de logo prazo que transformará 14 hectares às margens do rio Cuyahoga visando melhorar a acessibilidade, a equidade, sustentabilidade e resiliência da área central da cidade. O projeto abrange a rica história da cidade e sua conexão com a natureza e cria uma infraestrutura sustentável que prioriza o movimento de pedestres e ativa espaços públicos abertos. David Adjaye, arquiteto britânico-ganês, foi premiado com a Ordem do Mérito da Grã-Bretanha, tornando-se o quinto arquiteto a receber a honraria.
No próximo dia 25/11, a arquiteta e urbanista Adriana Levisky, sócia da Levisky Arquitetos I Estratégia Urbana, fará uma palestra na 20a edição da FLIP, importante ocupação cultural brasileira na qual a literatura abarca diferentes temas urbanos que são colocados em foco em dias de festa literária.
A ação é uma iniciativa visionária, aberta ao diálogo, de Eugênio Singer, Diretor Geral da Ramboll no Brasil. A Casa Ramboll estará organizada como um Hub de ativações para quatro importantes pilares que envolvem a Sustentabilidade: sociedades resilientes e habitabilidade; descarbonização para net-zero; gestão de recursos e economia circular, e biodiversidade e ecossistema.
Os rios há muito são considerados as artérias da Terra, servindo como a essência das comunidades urbanas à medida que os assentamentos humanos desenvolveram seus abrigos ao longo deles. Séculos depois, a arquitetura ribeirinha permaneceu vital à medida que essas áreas se expandiam para além das tipologias residenciais e aproveitavam estruturas dinâmicas de uso misto e funções públicas. Por mais valiosas que possam parecer, essas paisagens trazem o risco de inundações inesperadas, aumento dos níveis de água ou secas completas, o que obrigou os arquitetos a projetarem ambientes construídos capazes de responder a essas mudanças abruptas. Então, como esses assentamentos foram construídos no passado e como a densificação urbana de hoje e os avanços tecnológicos influenciam na maneira como são construídos?
Tâmisa, Danúbio, Sena, Nilo, Hudson, todos esses nomes nos rementem imediatamente a cidades especificas. Isso porque discorrer sobre a história do urbanismo é também abordar a relação entre a urbe e o rio, já que este é um elemento natural fundamental em torno do qual muitas cidades se formaram. Tal fato se deve, principalmente, ao caráter utilitário dos cursos d’água que, além de delimitar – e consequentemente proteger – as cidades, serviam para o abastecimento hídrico e transporte de matérias-primas e produtos. O rio assumia, portanto, a função de um estruturador urbano, oportunizando atividades nas suas margens e favorecendo o desenvolvimento econômico e social.
Ir à Colômbia, sendo brasileira, foi como reconhecer um país irmão. Em um mês, como participante do workshop Field Stations, registrei perspectivas pessoais das impressões que tive dos lugares visitados. O tema é a paisagem fluvial e os registros têm a fragilidade e subjetividade de um diário de bordo. A vontade de compartilhá-los é a de expressar essa identificação, de mostrar como vi semelhanças entre nós: problemas, complexidades e belezas, bem como a clareza e o reconhecimento de que unidos seríamos mais fortes. Vislumbra-se a ideia de eliminar as fronteiras invisíveis que nos afastam e de agregar povos subdivididos pelos colonizadores.
A cidade de São Paulo como uma das maiores e mais populosas cidades do mundo acumulou ao longo dos anos uma profusão de relações entre o seu território e as pessoas que nele habitam. Ao semear e alimentar interesses, São Paulo tornou-se em pouco tempo um grande centro e ganhou relevância frente ao cenário nacional. Contudo, a metrópole apresenta cada vez mais um distanciamento entre suas camadas sociais, sem contar com o caos frequentemente estabelecido na cidade, seja por meio do trânsito ou dos habituais trasbordamentos, resultado do mau planejamento urbano, que atende aos interesses de poucos em detrimento a saúde da cidade.
O espaço que margeia um rio, lago, lagoa ou costa marítima representa uma zona de transição entre a água e a terra. Por isso, a conversão das margens dos corpos d’água em espaços públicos ativos e atrativos busca delinear um certo equilíbrio entre a rigidez do espaço construído e a fluidez da água.
Há anos, os arquitetos têm enfatizado a iluminação natural, a ventilação e a conectividade com a natureza como formas de melhorar a saúde e o bem-estar dos funcionários. Agora que o coronavírus tem muito mais probabilidade de ser transmitido no interior dos espaços - o risco é quase 20 vezes maior, de acordo com um estudo - um esforço poderia ser feito para mover ambientes de trabalho para o exterior das edificações. “Os benefícios da luz e do ar fresco são bastante evidentes, e a pandemia apenas reforça isso”, diz Christopher McCartin, diretor administrativo de projeto e construção da incorporadora imobiliária Tishman Speyer, que vem incluindo “espaços externos significativos” em seus empreendimentos de escritório em todo o país.
https://www.archdaily.com.br/br/946378/pos-covid-projetos-de-escritorios-incluem-espacos-de-trabalho-ao-ar-livreLydia Lee
O analista GIS e cartógrafo húngaro Robert Szucs compartilhou conosco uma impressionante coleção de mapas que reúne todas as bacias hidrográficas do mundo, destacadas com cores vibrantes. Disponibilizadas no website de seu projeto Grasshopper Geography, as cartografias mostram o mapa mundi dos rios e cursos d'agua e, também, versões menores, com as bacias de alguns países e continentes.