As cidades em todo o mundo estão passando por mudanças - trocando tecnologia antiga e antiquada por novas alternativas. O desenvolvimento e a implementação da visão computacional e da análise em tempo real estão inaugurando a mais nova onda de cidades inteligentes. A combinação entre dados na nuvem e sistemas digitais fornece informações acionáveis a serem coletadas e compreendidas sobre qualquer aspecto, desde a concentração de veículos até a atividade de pedestres. À medida que as cidades continuam avançando e se desenvolvendo social e tecnologicamente, não há dúvida de que continuaremos vendo urbes incorporando ferramentas como Inteligência Artificial (IA) para facilitar essas mudanças. Apesar do fato de que tecnologias atraentes como drones e robôs estão na vanguarda dessa revolução tecnológica, também existem várias maneiras inesperadas pelas quais as cidades estão se tornando mais inteligentes.
Smart Cities: O mais recente de arquitetura e notícia
Maneiras inesperadas de como nossas cidades estão se tornando mais inteligentes
Londres lança aplicativo gratuito para incentivar o desenvolvimento de projetos habitacionais
A prefeitura de Londres, em parceria com a Bryden Wood e a Cast, está lançado um novo aplicativo que pretende incentivar o desenvolvimento de projetos de habitação social na capital britânica. Considerando a atual demanda pela construção de moradias na capital britânica, o aplicativo - disponível gratuitamente -, foi concebido para dar suporte e acelerar o processo de projeto e construção de unidades residenciais pré-fabricadas de alta qualidade.
UNStudio projeta novo distrito de inovação e tecnologia no "Vale do Silício" da Índia
O UNStudio acaba de apresentar as últimas imagens do seu mega projeto desenvolvido para a cidade de Bangalore, na Índia. Atualmente em construção, o Karle Town Center será o mais novo distrito de inovação e tecnologia do país. Bargalore é a capital do estado de Karnataka, na região sul da Índia, e é conhecida como o "Vale do Silício" indiano. Além do masterplan para o Karle Town Center, o projeto desenvolvido pelo UNStudio apresentará novas soluções e tecnologias sensoriais inteligentes, concebidas em parceria pela arch tech startup 'UNSense', em colaboração com a empresa que dá nome ao empreendimento, a Karle Infra.
Por que a tecnologia nem sempre é a resposta para tornar as cidades mais inteligentes?
Inovação e tecnologia geralmente são apresentadas como dois conceitos semelhantes, quando não utilizadas como sinônimos. Entretanto, quando se trata de resolver os atuais problemas de nossas cidades, tecnologia nem sempre é a melhor solução.
A inovação, por outro lado, deve ser uma atuação responsiva, a qual considera todas as funções e processos de uma cidade, incluindo suas carências e potencialidades. Tecnologia pode sim ajudar, mas isso não significa que devemos confiar cegamente em tudo aquilo que surge com a promessa de resolver todos os nossos problemas.
We Company lança iniciativa Future Cities com o Studio Dror
The We Company anunciou planos para lançar a Iniciativa Cidades do Futuro, contratando o chefe do Studio Dror e um ex-executivo da Google para liderar a equipe. Dror Benshetrit e Di-Ann Eisnor trabalharão com engenheiros, arquitetos, cientistas de dados, biólogos e economistas para gerar ideias que abordem os problemas levantados pela globalização, urbanização e mudança climática.
Conhecido por trabalhos pioneiros, como a sua biosfera com vegetação em Montreal, o Studio Dror tem criado visões de projeto sem fronteiras desde a sua criação 17 anos atrás. Trabalhando na interseção de arte, design e arquitetura, Dror liderou uma equipe de designers, artistas, arquitetos, pesquisadores e comunicadores para criar soluções de design holístico para tudo, desde um vaso a um plano diretor de uma cidade, uma lâmpada a uma ilha e uma colaboração com a NASA.
Smart cities, possibilidades e pesadelos para a democracia
Todo o marketing em torno das smart cities, as tais cidades inteligentes (e há muito marketing, porque por trás delas estão grandes corporações vendendo tecnologia para os governos municipais) fala em cidades humanas e democráticas, a partir da possibilidade de interação do cidadão com o governo e de como essa interação pode promover melhoria da qualidade de resposta das políticas públicas às pessoas.
Entretanto, o que estamos vendo é diferente. A chamada mineração de dados garante o marketing segmentado, ou seja, a partir do percurso do usuário da internet pela rede, é possível descobrir suas preferências e assim, se apropriando (sem pagar para nós!) dos dados que produzimos, as empresas nos bombardeiam com propagandas específicas. Todos já devem ter vivido isto ao, depois de procurar alguma coisa na internet, passa depois semanas recebendo propaganda daquela coisa. Se já se trata de uma apropriação de dados privados de muitos para os negócios de poucos, é ainda mais problemático se entram também nestes sistemas a disponibilização e articulação com os sistemas públicos de informação, como os dados policiais, judiciais e outros. E isto já começou a acontecer na China.
7 dicas para projetar cidades mais seguras
Como parte da iniciativa "Mobilidade Urbana Sustentável" da EMBARQ, o WRI Ross Center for Sustainable Cities criou um guia de referência global chamado Cities Safer by Design "para ajudar as cidades a salvarem vidas dos acidentes de trânsito através do projeto de ruas melhores e do desenvolvimento urbano inteligente."
Causando mais de 1,24 milhões de fatalidades todos os anos, acidentes de trânsito são a oitava principal causa de mortes no mundo, posição que deve passar para quinta até 2030.
Com esses números alarmantes em mente, o guia Cities Safer by Design discute meios de tornar as cidades menos perigosas, particularmente em sua seção "7 Proven Principles for Designing a Safer City” [7 Princípios Provados para Projetar uma Cidade Mais Segura]. Conheça esses 7 princípios, a seguir.
Studio-X Rio promove a palestra "Nosso Habitat em Equilíbrio"
O discurso sobre "Cidades Inteligentes" está em toda parte. Ele promete uma era de planejamento urbano inovador, impulsionado por tecnologias urbanas inteligentes que vão tornar as cidades mais seguras, mais limpas e, acima de tudo, mais eficientes. O termo eficiência não parece controverso, mas o que isto faz para as grandes cidades?
Rem Koolhaas: "Em breve, sua casa poderá lhe trair"
No mais recente de uma série de argumentos polêmicos contra as smart cities, Rem Koolhaas escreveu esta que é, talvez, sua mais completa análise sobre o papel das tecnologias emergentes e o modo como elas são implementadas e influenciam nossas vidas, em um artigo para o Artforum. Abordando uma ampla gama de questões, Koolhaas critica os projetos de tecnologia predial, chamando-os de uma "infiltração furtiva da arquitetura via seus elementos constitutivos" e questiona as motivações comerciais daqueles que estão criando essas smart cities. Saiba mais sobre o que pensa Rem Koohaas em relação às ditas "cidades inteligentes" aqui.
Cidades caminháveis? Por que não cidades escaláveis?
“A cidade para as pessoas!" e o grito de guerra do arquiteto reformista - mas que pessoas exatamente? Essa é a questão central do rooftopping, uma nova e emocionante variante da Exploração Urbana que recentemente atraiu a atenção da mídia. Difundindo-se através de redes sociais como o Instagram, esses acrobatas chamam a atenção por suas proezas, mas por que as Explorações Urbanas atingiram as alturas?
A exploração urbana ocupa as margens da consciência pública desde meados dos anos 2000 como uma subcultura punk; anarquistas bisbilhotando túneis de esgoto e realizando explorações em ruínas urbanas. O modo como o rooftopping capturou a imaginação das pessoas, no entanto, assume a forma de um discurso público: como ele se envolve com as mídias sociais, o modo como grupos corporativos tentaram envolver esses acrobatas no mercado, e o modo como esses grupos estão interagindo com o ambiente urbano.
Rem Koolhaas pergunta: As cidades inteligentes estão condenadas à estupidez?
Originalmente publicado pela Comissão Europeia como parte da série "Digital Minds for a New Europe", esse artigo é uma transcrição editada de uma palestra proferida por Rem Koolhaas no encontro High Level Group sobre cidades inteligentes [Smart Cities] em Bruxelas no dia 24 de setembro de 2014.
Eu tive uma sensação de vazio enquanto ouvia as palestras dessas proeminentes figuras do campo das cidades inteligentes porque a cidade costumava ser o campo do arquiteto, e agora, francamente, eles fizeram dela seu domínio. Essa transferência de autoridade foi alcançada de um modo esperto ao chama-las cidades inteligentes - e ao chama-las de inteligentes, nossas cidades estão condenadas a serem estúpidas. Aqui estão algumas reflexões sobre a cidade inteligente, algumas das quais são críticas; mas ao cabo, está claro que aqueles na esfera digital e os arquitetos terão que trabalhar juntos.
Ranking 2014: As 10 cidades mais inteligentes do mundo segundo ICIM
Quando falamos em cidades “inteligentes”, é comum pensarmos em cidades muito desenvolvidas tecnologicamente. Embora isso esteja correto, a tecnologia é apenas parte de uma série de atributos que, quando analisados em conjunto, determinam o quão inteligente uma cidade é. Dentre os aspectos observados estão também o acesso aos serviços públicos, os planos de descontaminação e gestão de recursos naturais, os métodos de participação dos cidadãos, entre outros.
Cidades inteligentes ou vulgaridade de interesses?
Houve alguma vez cidades estúpidas? Teriam sobrevivido as cidades, a construção humana mais complexa, se não houvesse inteligência coletiva? Somente a distribuição de água, a iluminação e a energia, a eliminação de resíduos, a construção em altura, o abastecimento de alimentos, a organização do transporte, etc. supõem tecnologias e modos de gestão de inteligência acumulada e de capacidade de inovação permanente. Agora a moda é descobrir que as cidades podem ser inteligentes. Se não fossem não existiriam.
Na realidade se trata de um reclame publicitário. Das cidades? Aparentemente sim, mas a fama dura pouco. Houve tantas cidades adjetivadas para atrair atenção e nenhuma memorável. Pela simples razão de que a todas é mais ou menos possível aplicar o adjetivo promissor. Além disso, este adjetivo quase nunca é qualificativo, mas define da cidade. Cidades patrimônio da humanidade? A UNESCO encontrou um nicho bastante lucrativo, é preciso pagar pelo título. Em toda parte encontramos patrimônio. Cidades globais? Saskia Sassen selecionou a principio três cidades globais, mas outras grandes cidades protestaram. Ampliou a lista, mas teve então que estabelecer categorias. Quase ninguém estava satisfeito. Além disso, se muitas eram globais, perdia-se o valor de distinção. No final, assim como Castells, acabou reconhecendo que todas as cidades, algumas mais e outras menos, têm dimensões e elementos globalizados.
Como podemos implementar cidades inteligentes?
Neste artigo, originalmente publicado por Arup Connect como "Anthony Townsend on Smart Cities", Townsend discute seu livro "Smart Cities: Big Data, Civic Hackers, and the Quest for a New Utopia" e explica como, na sua visão, o impulso em direção às cidades inteligentes esta sendo liderado pelas pessoas erradas - ou seja, empresas de tecnologia com objetivos de curto prazo. Os arquitetos, planejadores e cientistas que deveriam estar liderando esta mudança, entretanto, geralmente encontram dificuldades para compartilhar seu conhecimento.
Seu livro argumenta que há uma necessidade de ações de base ao invés de implementação de cidades inteligentes de cima para baixo liderada por empresas. Como você vê arquitetos e engenheiros se encaixando neste quadro?
Arquitetos e engenheiros em geral devem atender os interesses de seus clientes. Há um equilíbrio que deve ser atingido, quase de projeto em projeto, sobre o quanto podem dizer de uma peça de tecnologia relacionada ao modelo de negócios para o projeto, ou até uma estratégia de placemaking, tem consequências não intencionais, ou que pode haver uma abordagem mais democrática ou inovadora.
Muito da visão de cidades inteligente foi formada por engenheiros de TI e profissionais de marketing. O problema não é só o fato de ser uma visão relativamente ingênua sendo forçada por empresas com objetivos de venda em curto prazo. É que simplesmente não compreende a complexidade do urbanismo de qualidade, e o papel que comunicação e informação têm na criação de bons lugares em que as pessoas gostariam de comprar, trabalhar, morar.
Leia mais sobre os desafios das cidades inteligentes a seguir
Top 8 das "Smart Cities" na América Latina
Neste artigo da Fast Company, Boyd Cohen nos apresenta uma lista das oito cidades na América Latina que estão a frente para se converterem em centros urbanos da inovação e que utilizam a tecnologia e política cívica para criar uma vida melhor para seus cidadãos. Utilizando dados de domínio público e suas próprias referências para avaliar o quão inteligente é uma cidade, Cohen desenvolveu este ranking no qual admite ter encontrado algumas surpresas.
As cidades brasileiras presentes no Top 8 são Rio de Janeiro e Curitiba, classificadas no 5º e 6º lugar, respectivamente. Para descobrir o que cada cidade fez para merecer sua classificação, leia o artigo completo aqui.
Podem as cidades virtuais melhorar nossas cidades reais?
Este artigo, por Klaus Philipsen, mebro do Instituto Americano de Arquitetura, foi originalmente publicado em seu blog Community Architect.
À medida que o BIM (Building Information Modeling) lentamente encontra sua aceitação na arquitetura e nas engenharias de edifícios individuais, talvez é hora de considerar a próxima escala: a cidade. Assim como maquetes virtuais nos auxiliam a projetar e entender edifícios e suas demais informações incorporadas, simulações de cidades virtuais poderiam ter uma aplicação no planejamento urbano real, nos permitindo ir além do plano X e Y do GIS para modelamento de informações em três dimensões que incluem o terreno, infraestrutura, edifícios e espaços públicos. Poderiam as cidades virtuais ser a resposta para as "cidades inteligentes"? Descubra na continuação.