Nos primórdios da humanidade, cada comunidade se organizou instintivamente de acordo com as condições locais, os recursos disponíveis e seu modo de vida. Se, por um lado, grupos nômades criaram soluções para ocupar espaços temporariamente, muitas vezes carregando abrigos dentre seus pertences, por outro, os grupos que começaram a assumir características sedentárias também criaram formas de ocupar espaços disponíveis e desenvolveram técnicas construtivas que foram evoluindo até a atualidade.
Uma dessas formas de habitar, que passou a ser negligenciada pela arquitetura convencional com o passar do tempo, chegando a ganhar um status mais fantasioso na cultura popular, foi a ocupação de espaços cavernosos ou escavados. Essa é, porém, uma prática milenar que soma técnicas vernaculares para contornar as condições climáticas e amplia as possibilidades da arquitetura.