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A rua que cada um vê

O artigo a seguir é de autoria de Natália Garcia e foi publicado originalmente na página da Super Interessante. Natália é também uma das fundadoras da rede de conteúdo urbanístico Cidades para Pessoas.

Os budistas dizem que quando olhamos para um objeto, ele “nos olha de volta”. É que carregamos ferramentas pessoais – nossa história, sensibilidade, repertório –  que filtram nosso olhar e definem a percepção que teremos do objeto, daí a ideia de que ele nos olha de volta. Levando essa ideia ao limite, olhar para um objeto é olhar a si mesmo. Nenhum homem atravessa o mesmo rio duas vezes, diz o filósofo Heráclito. De fato: a experiência da primeira travessia transforma o homem, assim como o curso constante do rio o transforma a cada segundo. Pois acredito que essa mesma afirmação se aplique às cidades: nenhum homem atravessa a mesma rua duas vezes. Ou, na concepção budista, olhar para a rua é olhar a si mesmo. É o que mostram os mapas abaixo, desenhados por algumas pessoas para representar seus deslocamentos diários.