A respeito do Pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe, sempre há algo novo a ser dito. Às vezes descobre-se um detalhe inédito, outras vezes se revela uma intervenção e, em outros casos, somos reapresentados ao pavilhão através das lentes de algum fotógrafo ou cineasta. Este é o caso de Fernando Ayuso, arquiteto e produtor audiovisual espanhol que prestou homenagem a esta emblemática obra do modernismo mundial.
Teoria e História: O mais recente de arquitetura e notícia
Reflexos, uma homenagem ao Pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe
Jan Gehl: "Do chão, onde vivem as pessoas, Brasília é uma merda"
Destacando a transformação urbana de Copenhague, analisando os equívocos do movimento moderno e abordando os desafios das cidades do século XXI, o arquiteto e urbanista dinamarquês, Jan Gehl, apresentou, no dia 29 de junho, a conferência Pensar en urbano: ciudades para la gente, organizada pela ONU-Hábitat no Colegio Oficial de Arquitectos de Madrid (COAM).
Em sua conferência, Gehl exemplificou o paradigma urbano de sua época de estudante, o qual denomina Síndrome de Brasília:
Como o ar-condicionado ajudou a moldar a história da arquitetura (para melhor ou pior)
Este artigo foi originalmente publicado na Curbed como "How air conditioning shaped modern architecture—and changed our climate."
Durante uma conversa com a New Yorker, um limpador de janelas que trabalhou no Empire State Building disse que alguns dos seus momentos mais difíceis teriam sido limpar o lixo que os inquilinos lançam pelas janelas. Em seus muitos anos trabalhando no arranha-céu da era da Depressão, ele encontrou inúmeros copos de café meio vazios nas janelas e até teve que limpar 20 potes de conserva de morango da fachada do prédio. Jogados para fora no inverno, eles grudam no exterior do arranha-céu.
Ver uma janela aberta em um arranha-céu parece ser uma peculiaridade, especialmente hoje, quando os gigantes de aço e vidro hermeticamente fechados oferecem a promessa de conforto climático controlado. Mas desde o Home Insurance Building de Chicago, inaugurado em 1884 e considerado um dos primeiros arranha-céus do mundo, o desafio da ventilação, resfriamento e aquecimento foi uma importante consideração da engenharia que ajudou a moldar a arquitetura moderna.
Os grandes edifícios comerciais da era moderna devem sua existência, em muitos aspectos, ao ar-condicionado, uma invenção com um legado decididamente ambíguo.
Onde está o limite entre os edifícios icônicos e a verdadeira arquitetura?
Barcelona é uma cidade cheia de ícones arquitetônicos, esplendor de uma era como quase todas as cidades europeias, o apogeu do modernismo catalão. Mas, onde está o limite entre arquitetura e esses ícones arquitetônicos? E entre arquitetura e turismo? Arquitetura e arte? Isso, se é que existe algum limite.
O espaço entre arquitetura e os meios reduziu-se a um ponto que é difícil distinguir um do outro. O poder de uma imagem tem distorcido a maneira como projetamos e fazemos arquitetura: exemplo disso é o crescimento destes chamados ícones arquitetônicos em todo o mundo.
David Romero recria obras desaparecidas de Frank Lloyd Wright em imagens realistas
Apoiado em uma ampla gama de softwares, o arquiteto espanhol David Romero recriou digitalmente uma série de obras emblemáticas de Frank Llody Wright: de duas delas só restam os escombros e uma terceira nunca foi construída. Nos referimos a três projetos nos Estados Unidos: o Edifício Administrativo Larkin (1903-1950), a Casa Rose Pauson (1939-1943) e a Capela Trinity (1958), respectivamente.
"As ferramentas de visualização 3D que temos raramente se dedicam a pesquisar o passado da arquitetura e existe um campo imenso para ser explorado", disse Romero sobre seu projeto Hooked on the Past em uma conversa com o ArchDaily em Espanhol. O arquiteto trabalha com os softwares AutoCAD, 3ds Max, Vray e Photoshop e se baseia em fotografas em preto e branco, croquis e plantas das obras.
Bússola política: Uma taxonomia da arquitetura emergente em um diagrama
Observando a paisagem arquitetônica atual é evidente que o tipo de trabalho que está atualmente ascendente, particularmente entre os escritórios jovens, é muito diferente do que era antes da crise financeira de 2008. Mas o que, exatamente, a paisagem arquitetônica se parece? Em um ensaio intitulado “Well into the 21st Century” na última edição da revista El Croquis, Alejandro Zaera-Polo delineou uma taxonomia da arquitetura do século 21, tentando definir e categorizar as várias novas formas de prática que têm crescido em popularidade nos anos desde, e como resposta política, à crise econômica.
As categorias definidas por Zaera-Polo abrangem sete posições políticas amplas: Os "Ativistas", que rejeitam a dependência da arquitetura em relação às forças de mercado operando amplamente fora dele, com foco em projetos de construção comunitária, envolvimento direto com a construção e financiamentos com estratégias não convencionais; Então há os "Populistas", cujo trabalho é calibrado para se reconectar com a população graças a uma abordagem mediática e diagramática da forma arquitetônica; A seguir estão os "Novos Historicistas", cuja reação ao "fim da história" saudado pelo neoliberalismo é um abraço do design historicamente informado; Os "Céticos", cuja resposta existencial ao colapso do sistema é, em parte, um retorno ao discurso crítico pós-moderno e em parte uma exploração da contingência e da brincadeira através de uma arquitetura de materiais artificiais e cores vivas; Os "Fundamentalistas Materiais", que retornaram a um uso tátil e virtuoso de materiais em resposta ao espetáculo visual da arquitetura de antes da crise; Praticantes da "Austeridade Chique", uma espécie de "normcore" arquitetônico (para emprestar um termo da moda) que se concentram principalmente no processo de produção e no desempenho resultante da arquitetura; E finalmente o "Tecno-Crítico", um grupo de práticas em grande parte produzindo arquitetura especulativa, cujo trabalho se baseia, mas também permanece crítico do parametrismo baseado em dados de seus predecessores.
Como prosseguimento desse ensaio, Zaera-Polo e Guillermo Fernandez-Abascal propuseram aplicar as categorias recentemente definidas às práticas emergentes de hoje com um diagrama de uma "bússola política". Eles convidaram escritórios a responderem sua categorização para desvendar as complexas interdependências e auto-imagem de suas posições políticas. Pela primeira vez o ArchDaily publica os resultados desse exercício.
O que você gostaria de ter aprendido na faculdade de arquitetura mas nunca teve a oportunidade?
Antigamente, o ensino e a prática da arquitetura estavam claramente alinhados: os elementos dos vários estilos podiam ser ensinados e colocados em prática. No entanto, no século XX, com a tecnocratização da construção civil, a teoria da arquitetura se tornou pluralista e quase esotérica; e a dicotomia entre educação e prática tem sido um tema controverso. Muitos que trabalham no setor da construção dizem que a educação falha em preparar os estudantes para o mundo real, enquanto que alguns acadêmicos, por sua vez, criticam as escolas de arquitetura por darem muita ênfase aos aspectos técnicos, desconsiderando a teoria.
No século XXI, esta dicotomia está, aos poucos, sendo superada pela internet, que oferece uma alternativa conveniente às universidades e escritórios, um ambiente onde os arquitetos podem se auto-educarem. Com isto em mente, queremos abrir a discussão com vocês, nossos leitores: quais são as coisas que vocês gostariam de ter aprendido na faculdade mas nunca tiveram a oportunidade? Há algo ligado à história e teoria que seja importante para a compreensão da arquitetura e que vocês só aprenderam depois de formados? Ou, talvez, aspectos e considerações técnicas que vocês tiveram que aprender do modo difícil?
María Elisa Navarro, a arquiteta que supervisionou o desenvolvimento de Assassin's Creed II
Neste artigo, publicado originalmente em MetaSpace como "Assassin's Creed 2 - Arquitetos que fazem jogos de videogame", o arquiteto espanhol Manuel Saga entrevista sua compatriota María Elisa Navarro, professora de arquitetura com ênfase em História e Teoria, que trabalhou na companhia Ubisoft Montreal como assessora histórica da equipe de desenho do jogo eletrônico Assassin's Creed II, desde os primeiros esboços até seu lançamento em novembro de 2009.
Durante seu doutorado na Universidade de McGill (Montreal), em um projeto de pesquisa entre a instituição e a Ubisoft Montreal, María Elisa Navarro assessorou todo o processo de desenvolvimento do jogo eletrônico, trabalhando com "uma pequena equipe de 20 pessoas até chegar a mais de 400 em um sótão enorme em Montreal", quando o projeto era totalmente secreto e trabalhando desde o figurino do final do século XV até a correção de erros arquitetônicos nas cidades recriadas, passando por detalhes ornamentais e pelo aspecto das edificações.
"Às vezes, por jogabilidade, necessitavam ter paredes muito texturizadas para que Ezio pudesse escalar, mas na hora de planejar estes elementos eram cometidas imprecisões. Por exemplo, lembro de um balcão com uma varanda de ferro que não pudia existir naquela época. Eu era responsável por detectar estes problemas", afirma Navarro nesta conversa com MetaSpace.
Leia a entrevista a seguir.
#wikiD: Ajude o ArchiteXX a inscrever arquitetas na Wikipedia
Inspirado no ensaio de Despina Stratigako intitulado "Unforgetting Women Architects: From the Pritzker to Wikipedia", o ArchiteXX lançou o #wikiD, um evento global que coincidirá com o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março. Com o slogan "Women. Wikipedia. Design", #wikiD convida as pessoas a "inscreverem na Wikipedia mulheres designers, arquitetas e todas aquelas envolvidas na criação de nosso ambiente."
Saiba mais sobre o evento e como participar, a seguir.
O surgimento do Novo Pragmatismo Radical
Usando a Austrália como foco, Marissa Looby, em um artigo recente para Australian Design Review, defende que o desaparecimento de estilos arquitetônicos, combinados à proliferação de vários guias e códigos de construção, criou uma nova geração de arquitetos: O Novo Pragmatismo Radical. Seu artigo "The New Radical Pragmatist (On Validation)" está reproduzido aqui.
The Architectural Review (Dezembro, 1955) artigo épico de Reyner Banham’s, ‘O Novo Brutalismo’, no qual a crítica apontava o surgimento de um novo estilo arquitetônico. Ele também descreveu uma afluência de "ismos" que se tornava cada vez mais conspícuo à disciplina, decorrente do então contemporâneo modelo de um historiados de arte e sua influência sobre o historiador de arquitetura como um observador da profissão. Banham sugeriu que qualquer proposição do termo "novo" tem uma relação equivocada com o passado, tanto que ao defender um novo "ismo", um teórico deve defender sua ideia com fatos históricos. Ironicamente, Banham reconheceu que até o título "O Novo Brutalismo" derivava da análise de The Architectural Review do International Style no artigo pós guerra ‘O Novo Empirismo’. Ele afirmou: "[a] habilidade de lidar com nuances tão finas de significado histórico é em si uma medida de nossa praticidade com o método histórico hoje, e o uso de frases do tipo "O Novo X-ismo" - onde X é qualquer adjetivo - se tornou lugar comum no início da década de 1950 em estúdios e outros lugares onde arquitetura é discutida, e não praticada."
Vídeo: Villa Savoye, os cinco pontos da Nova Arquitetura
Andrea Stinga, do OMBÚ Architecture, compartilhou conosco sua última criação em conjunto com o artista Federico Gonzalez: um vídeo que ilustra os cinco pontos da nova arquitetura de Le Corbusier em sua obra de 1929, a Villa Savoye.
Investidores chineses planejam construir réplica do Palácio de Cristal
A investidora ZhongRong Holdings, sediada em Xangai, está trabalhando em parceria com a Arup na ambiciosa proposta de reconstruir o Palácio de Cristal de Joseph Paxton, em Londres. Originalmente construído para abrigar a Grande Exposição de 1851, a estrutura de ferro e vidro de 80.000 m² foi levada ao Hyde Park, sudeste de Londres, em 1854, onde foi destruída por completo no incêndio de 1936.
O Fim da Crítica: Rumo a uma Nova Arquitetura
O seguinte artigo foi publicado na revista Fulcrum #67 "The End of Critique" e incluí textos de Oliver "Olly" Wainwright (crítico de arquitetura do The Guardian) e meus, David Basulto (Fundador e editor-chefe de ArchDaily e Plataforma Arquitectura). Agradeço a Jack Self pelo convite e edição.
Rumo a uma Nova Arquitetura
Desde os princípios de 1900, a arquitetura moderna sofreu um incremento no seu desenvolvimento, com cada nova iteração é renovada pelas descobertas e soluções projetadas por outros arquitetos. Este processo começou em um ritmo muito lento, quando um jovem Le Corbusier foi ao oriente e publicou suas descobertas e observações em Vers une Architecture (Rumo a uma Nova Arquitetura).
Esta publicação foi muito influente entre os seus contemporâneos, que, com base em suas observações, produziram suas iterações próprias, segunda, terceira e quarta ondas, muito rápido. Esses arquitetos começaram a se reunir. O CIAM foi um exemplo onde este conhecimento original foi compartilhado, replicado, e publicado, tornando o avanço da arquitetura mais rápido.
Desde então, o conhecimento da arquitetura seguiu uma curva de crescimento contínuo, que novamente acelerou-se quando as publicações de arquitetura começam a tornar esse conhecimento disponível em diferentes partes do mundo. E então vem a Internet, fazendo com que o índice de troca de informações aumente dramaticamente, e, portanto, as iterações, acelerando a curva de forma nunca antes vista.