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Teoria: O mais recente de arquitetura e notícia

Consciência material / Richard Sennett

No encontro da Associação Britânica de Medicina em 2006, quando as paixões de médicos e enfermeiros transbordaram, uma sala foi designada para o excedente de jornalistas, membros do público como eu, e profissionais de medicina que não puderam entrar ao salão principal. Algumas apresentações científicas devem ter ocorrido previamente nessa sala, para aparecer no telão em frente aos nossos assentos uma imagem em cores de uma mão coberta por uma luva de borracha segurando uma parte do intestino grosso de um paciente em operação cirúrgica. Os jornalistas olhavam ocasionalmente para essa imagem monstruosa somente para virar a cara como se ela fosse algo obsceno. Os médicos e enfermeiros na sala, entretanto, pareciam dar a ela mais e mais atenção, especialmente àqueles momentos quando as vozes dos oficiais do governo soavam através dos autofalantes, murmurando sobre reforma.

Ensaio sobre a Arquitetura / Marc-Antoine Laugier

Existem vários tratados de arquitetura que desenvolvem com bastante exatidão as medidas e as proporções arquitetônicas, que entram nos detalhes das distintas ordens e que provêm de modelos para as distintas formas de construir. Porém não existe ainda nenhuma obra que estabeleça solidamente os princípios da arquitetura, que manifeste seu verdadeiro espírito e que proponha regras adequadas para dirigir o talento e definir o gosto. Entendo que nas artes que não são puramente mecânicas não basta saber trabalhar, é importante sobretudo aprender a pensar. Um artista tem que poder dar-se a si mesmo razão de tudo o que faz. Para isso, necessita de princípios fixos que determinem seu juízo e justifiquem sua eleição; de modo que possa dizer que uma coisa está bem ou mal não só por instinto, senão por meio da razão e como homem instruído nos caminhos do belo.

Novo compêndio de lições de arquitetura / Jean-Nicolas-Louis Durand

A arquitetura é a arte de compor e de realizar todos os edifícios públicos e privados.

A arquitetura é entre todas as artes aquela cujas realizações são as mais caras; já custa muito levantar os edifícios privados menos importantes; custa muito mais ainda erigir edifícios públicos, ainda que tenham sido concebidos tanto uns como os outros com a maior prudência, e se em sua composição não se seguiram outras guias que o preconceito, o capricho ou a rotina, os gastos ocasionados se convertem em incalculáveis.

Os elementos básicos da arquitetura / Gottfried Semper

Introdução
A vivenda, primeira forma da atividade construtora do homem

Qualquer tratado deve, antes de tudo, retroceder até as origens mesmas do tema estudado, seguir seu desenvolvimento gradual e explicar as exceções e variações comparando-as com seu estado primitivo. Por esta razão, não parece necessário justificar o fato de que o presente estudo, que tenta classificar em grupos, famílias e classes tudo o que a arquitetura criou, se abra com o estudo da vivenda ou domicílio privado como tipo original e mais simples.

Há, entretanto, razões para duvidar de que a arquitetura como tal tenha nascido verdadeiramente com a construção de vivendas. A história da arte nos mostra que os povos que tinham uma inclinação artística mais acentuada singularizaram seus edifícios públicos, sobretudo seus templos, pelo procedimento de embelezá-los; enquanto que a vida dos particulares, e em consequência a vivenda privada, não adquiriu refinamento artístico senão até que se produziu um declinar religioso e político ao que acompanhou uma retirada da vida pública, e sua compensação com outra de luxo e esplendor.

Arquitetura / Adolf Loos

Arquitetura / Adolf Loos - Imagem de Destaque
© Flickr misanthrop10 (CC BY-NC-ND)

Posso conduzi-los à margem de um lago de montanha? O céu é azul, a água verde e tudo descansa em profunda paz.  As montanhas e as nuvens se refletem no lago, e assim as casas, casarios e ermidas. Não parecem criadas pela mão humana. Estão como saídas da oficina de Deus, como as montanhas e as árvores, as nuvens e o céu azul. E tudo respira beleza e silêncio...

Os edifícios de Hundertwasser: manifestos construídos de uma arquitetura para o ser humano

"A arte pela arte é uma aberração, a arquitetura pela arquitetura é um crime".

A partir de 1950, o controverso artista e arquiteto austríaco Friedensreich Hundertwasser (1928-2000) desenvolveu uma série de ensaios contra a arquitetura racional, a ortogonalidade e os espaços "não humanos" que tiravam o homem de seu meio ambiente natural. O artista rejeitou sempre a linha reta e apostou na mudança pela espiral, as cores fortes e as formas orgânicas. Para Hundertwasser, a miséria humana era resultado de uma arquitetura monótona, estéril e repetitiva, gerada por uma produção industrial mecanizada. Em seus discursos chamava a boicotar este tipo de arquitetura e exigia, em troca, a liberdade criativa da construção e o direito à individualidade.

Apesar de atualmente o discurso "ecológico" ser o pão de cada dia, seus edifícios são manifestos construídos a partir de um pensamento muito mais profundo de como o ser humano se relaciona com o meio através do espaço habitável e como pode determinar sua existência em harmonia com a natureza.

Você acha que precisamos de uma reflexão deste nível na arquitetura de hoje?

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Os Fatos da Arquitetura / Alejandro Aravena

Por exemplo:
A gravidade é um fato.
Que a água não possa evitar a gravidade é outro fato.

Da mesma maneira que a força da gravidade faz com que a água sempre encontre a maneira de chegar ao solo, acusando no seu percurso as fissuras da construção, o descompasso dos elementos construtivos, assim também a força da realidade sempre termina acusando o descompasso entre o projeto (o que se imaginou que deveria ocorrer) e a vida (o que de fato ocorre).

Podemos ter esperança somente naquilo que não tem remédio.
—Giorgio Agamben.

Pensamento Panorâmico / Buckminster Fuller

Disciplina Pensante

Eu irei revisar dois ou três modos em que me disciplinei em tentar pensar de uma maneira mais adequada sobre o que nós sabemos do nosso Universo e o que pode estar acontecendo, e em tentar ter as coisas um pouco mais proporcionadas. Nessa instância, eu gostaria de mostrar uma imagem da nossa galáxia Via Láctea.

Em busca do inútil: quatro aproximações à técnica

O que é a técnica? Qual é sua essência? Onde reside? O que representa? E o que projeta? Estas são as perguntas que motivam este escrito, desde uma mirada contemporânea. Uma posta em discussão entre quatro pensadores do século XX: Oswald Spengler1, José Ortega y Gasset2, Friedrich Georg Jünger3, e Martin Heidegger.4

Uma definição de arquitetura / Silvio Colin

Sempre desejei comentar essa definição de arquitetura do Jorge Moreira. Ela me provoca há anos, desde que foi colocada em um grande painel no 5º andar do edifício da FAU, na Ilha do Fundão no Rio de Janeiro, onde leciono.

Vejo nela muitas coisas verdadeiras sobre as quais todo estudante deve refletir. É mais que uma definição de arquitetura. É também uma definição do papel do arquiteto na sociedade, pelo menos segundo um determinado ponto de vista, a romântica atitude modernista de uma época. Mas vejo também neste texto algumas dissonâncias, não do tipo criativo, resultante da inserção de notas estranhas aos acordes perfeitos, mas do tipo de dissonâncias resultante de cordas desafinadas. É isto que desejo comentar porque esse texto expressa muitos problemas vividos pelo arquiteto na relação com sua profissão e com o cliente.

Fundamentos da Arquitetura Contemporânea / Siegbert Zanettini

O objetivo deste texto é trazer elementos que possam contribuir para uma reflexão sobre a contemporaneidade da arquitetura onde abordaremos alguns pontos que fazem parte da conclusão da obra “Razão e Sensibilidade”, texto sistemático que apresentei no ano 2000, para minha Livre Docência na FAUUSP e resultantes das experiências no universo teórico-prático, nas quatro últimas décadas.

Um Jardim de Microchips / Toyo Ito

Metafísica do Concreto Exposto / Andrea Deplazes

A Solidão dos Edifícios / Rafael Moneo

Escolhi três edifícios para exemplificar meu trabalho. Eles diferem com respeito às exigências e às condições do sítio, mas todos são edifícios públicos. Eles podem ser considerados como representativos do meu trabalho dos últimos dez anos.

Por que edifícios ao invés de projetos? Por que trabalho ao invés de discurso teórico? Eu acredito que na crua realidade de obras construídas é possível ver claramente a essência de um projeto, a consistência de ideias. Eu acredito fortemente que arquitetura precisa do suporte da matéria; que o primeiro é inseparável do segundo. A arquitetura surge quando nossos pensamentos sobre ela adquirem a condição real que somente os materiais podem fornecer. Aceitando e negociando com as limitações e restrições, com o ato de construção, a arquitetura se torna o que ela realmente é.

Disjunções / Bernard Tschumi

Arte e Arquitetura: Christo and Jeanne-Claude

Terrain Vague / Ignasi de Solà-Morales

Arte e Arquitetura: Building Cuts, Gordon Matta Clark