Nos últimos anos, órgãos públicos, arquitetos e urbanistas de todo o mundo têm cada vez mais discutido o futuro das cidades, buscando refletir sobre os rumos que o urbanismo contemporâneo deverá tomar como enfrentamento do emaranhado de problemas - urbanos e sociais - enfrentados. Mas, uma das perguntas que parece prevalecer no imaginário dos profissionais é como criar espaços capazes de melhorar a qualidade de vida e saúde do espaço público sem a necessidade de obras de grande escala.
A partir disso, alguns movimentos vêm surgindo na tentativa de aplicar simples ações que possam colaborar para o desenvolvimento de “novos” espaços públicos em resposta a necessidade imediata de espaços urbanos de qualidade. Tais ações têm apontado que as cidades do futuro serão cada vez mais convidativas, num manifesto de aproximação do pedestre à rua. São exemplos destas ações, a implementação de parklets; o fechamento de algumas avenidas e impedimento da circulação de veículos por algumas horas, abrindo-as ao pedestre e transformando as mesmas em áreas livres como parques urbanos temporários; a implantação e extensão de novas ciclovias; jardins verticais urbanos; e também, dos Pocket Parks.
Muitas das expectativas que projetamos para o futuro das cidades estão mudando, principalmente à medida que nos deparamos com os atuais, e cada dia mais urgentes, desafios globais—da crise climática a como viveremos juntos.
Pouco antes de assumir seu mandato em janeiro de 2020, a prefeita Claudia López assumiu o compromisso de redesenhar uma importante via arterial de Bogotá, a fim de transformá-la em um corredor verde para a mobilidade ativa e sustentável. Para tanto, a prefeita também se comprometeu a promover um processo de planejamento com ampla participação social – uma tarefa um tanto intimidante em uma cidade com nove milhões de habitantes.
Conhecida desde o século XVI como Calle Real, a Avenida Séptima é considerada por muitos como a mais importante de Bogotá, estendendo-se por 23 quilômetros e atravessando a zona leste da cidade. Talvez seja a única via que percorre todas as faixas de renda do município, dos mais pobres aos muito ricos. Também é o espaço mais debatido na capital colombiana.
Você se sente vulnerável ao percorrer os espaços públicos? Se você for uma mulher as chances de responder sim à essa pergunta certamente são maiores, já que a probabilidade de um homem optar por um caminho maior em sua trajetória, para evitar um trecho escuro da rua, ou pensar em qual roupa vestir, de modo que não se sinta exposto em vias públicas, é bem menor. Seguindo está lógica, torna-se quase óbvio como a cidade projetada por homens pode ser lida mais como um espaço de ameaça do que um lugar no qual a mulher se sinta bem-vinda. Sendo assim, para imaginar cidades igualitárias, ainda é necessário insistir num pensamento sob perspectiva de gênero?
https://www.archdaily.com.br/br/955810/como-a-perspectiva-de-genero-pode-impactar-o-futuro-urbanoCamilla Ghisleni e Victor Delaqua
“Parece haver uma imagem pública de qualquer cidade que é a sobreposição de muitas imagens individuais. Ou talvez exista uma série de imagens públicas, cada qual criada por um número significativo de cidadãos.” – Kevin Lynch
A partir desta observação, Kevin Lynch, em seu livro “A imagem da cidade” (1960), inicia uma análise em torno de quais seriam os elementos constituintes daquilo que considera como imagem da cidade. Ao apresentar, descrever e exemplificar estes elementos como objetos físicos perceptíveis, Lynch pondera que outros fatores não físicos como a memória, a função e o próprio nome da cidade também atuam significativamente na construção dessa(s) imagem(ns).
Autodeclarado um movimento unido em torno da ideia de que o ambiente físico pode ter impacto direto no oferecimento de vidas mais prósperas e felizes aos habitantes, o Novo Urbanismo surgiu enquanto conceito nos Estados Unidos na década de 1990 e se consolidou por meio dos Congressos do Novo Urbanismo (CNU), realizados anualmente desde 1993.
Em 1996, três anos após o I Congresso do Novo Urbanismo, é lançada a Carta do Novo Urbanismo com o objetivo de estabelecer os ideais e princípios norteadores do movimento e, dessa forma, explorar as possibilidades do desenvolvimento das cidades norte-americanas.
Pense na cidade onde você mora. Quanto tempo você leva para chegar ao supermercado a pé? A sua escola ou trabalho é perto o suficiente para ir caminhando? Que tal um parque público, um consultório médico, uma creche ou qualquer outro lugar que você visita diariamente? Enquanto algumas cidades já entenderam a importância de se viver perto de todas essas necessidades, outras estão reformulando suas estratégias de planejamento urbano e projetando seus bairros para serem mais amigáveis aos pedestres, com o conceito de “cidades de 15 minutos”.
Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, divulgou planos de construir uma cidade linear de 160 quilômetros de extensão chamada The Line. Anunciando o projeto em um vídeo, a cidade seria composta por uma série de comunidades caminháveis livres de carros e avenidas, com capacidade para um milhão de pessoas. O projeto seria organizado de modo a disponibilizar todos os comércios e serviços essenciais dentro de um raio de cinco minutos a pé a partir das habitações.
Fiz pós-graduação em geografia em Tucson, Arizona, Estados Unidos, no final dos anos 1990. Tucson obtém fama por uma série de coisas, incluindo sua herança mexicano-americana, suas chimichangas, suas montanhas que formam as "ilhas do céu" e sua abundante população de cactos saguaro.
Os subúrbios americanos—como os conhecemos hoje—estão mudando, e embora esta transformação já esteja em curso a algum tempo, sua situação foi decisivamente agravada pela corrente pandemia. Em um momento em que temos sido convidados a passar mais tempo em casa do que talvez gostaríamos, passamos a reavaliar nossas próprias prioridades e a questionar o nosso atual modo de vida. Como consequências disso, boa parte dos habitantes das grandes cidades nos Estados Unidos, a qual historicamente se concentra em áreas urbanas, está se deslocando para o interior de forma aparentemente definitiva. Por assim dizer, estamos testemunhando um recente fenômeno de esvaziamento dos grandes centros do país, com a população urbana deixando as cidades em em busca de melhores condições de vida, neste caso, mais espaço, privacidade e tranquilidade. Acontece que, com o passar dos anos, os subúrbios americanos caíram nas graças da classe média, transformando-se na principal vertente de expansão urbana no país.
Seja por um esforço de propor uma retrospectiva do passado, um apanhado de produções do presente ou um conjunto de perspectivas futuras (sem descartar, no entanto, a série de possibilidades que permeiam esses recortes temporais), as exposições de arquitetura e urbanismo têm contribuído ao longo das décadas para lançar questões importantes acerca dos caminhos das cidades e de tudo aquilo que as compõem. Acessíveis a um público amplo, que não necessariamente tem formação na área, esses eventos proporcionam ambientes favoráveis para explorar uma imaginação coletiva em torno do futuro da arquitetura e das cidades.
Iniciativas ao redor do mundo têm, ultimamente, se voltado a imaginar formas de intervir no ambiente urbano a partir da atuação dos seus próprios habitantes, seja na concepção, construção, ou gerenciamento dos projetos. Compartilhando desta ideia, o urbanismo open-source, ou urbanismo de código aberto, tem buscado potencializar o papel de mudança dos cidadãos a partir da prática colaborativa.
Enquanto conceito elaborado e discutido em profundidade mais recentemente, é possível encontrar textos que abordam, em diferentes medidas, o conceito de urbanismo open-source com significados diversos. Mas, de forma geral, uma definição comum pode ser esboçada a partir do entendimento do urbanismo open-source como uma co-produção de bens urbanos comuns de código aberto.
Como seriam nossas cidades se deixássemos de experimentar e explorar novas soluções sempre em busca de uma melhor qualidade de vida para seus habitantes? Por mais que estejamos sempre trabalhando e desenvolvendo projetos e estratégias urbanas que nos permitam qualificar nossos espaços e, desta forma, construir cidades mais humanas, nem todas as iniciativas no campo da arquitetura e do urbanismo foram assim tão bem-sucedidas, as quais foram deixadas de lado para desaparecer na profundidade da nossa memória. Enquanto procuramos melhor compreender como será o futuro das nossas cidades, talvez seja importante analisar as lições que aprendemos com o tempo, para que os nossos erros históricos não voltem a se repetir mais adiante.
Segundo relatório da ONU-Habitat, em 2013 aproximadamente um bilhão de pessoas viviam em assentamentos informais e a expectativa é que esse número duplique até 2030. Vistos como resultado de falhas políticas – nacionais e urbanas –, leis e sistemas de provisão habitacional, os assentamentos informais não podem ser entendidos apenas como uma manifestação da explosão demográfica e globalização.
Segundo a ONU, a parcela da população que vive em áreas urbanas, hoje correspondente a cerca de 55% da população mundial, aumentará para 70% em 2050. A capacidade dos governos de administrar o crescimento urbano acelerado é uma tarefa difícil e, entre os desafios mais comuns a serem enfrentados diante dessa perspectiva, está o fornecimento de moradia, serviços básicos e alimentos aos habitantes das cidades. A questão da segurança alimentar nos grandes centros depende de vários fatores, como a disponibilidade, o acesso e a qualidade dos alimentos.
Como os parques beneficiam economicamente as cidades? Esta foi a pergunta que um grupo de economistas e especialistas em parques tentaram responder em um encontro convocado pelo Centro de Cidades de Parques de Excelência, pertencente a organização Trust for Public Land (TPL) que se dedica a construir parques urbanos.
A pergunta surgiu no contexto em que existem fatores econômicos relacionados aos parques que não podem ser quantificados, como por exemplo, os benefícios de um passeio no parque para a saúde mental. Contudo, um grupo de especialistas considerou que nos parques existem sete atributos que, sim, podem ser medidos e que, sim, representam um valor econômico.
Estudantes de arquitetura que entregam seus TCCs/TFGs ou Projetos Acadêmicos Individuais em 2020/2, e os recém-formados, que já entregaram em 2020/1, 2019/2 e 2019/1 , têm a oportunidade de conquistar prêmios com os seus trabalhos. Isso porque eles estão aptos a participar do segundo concurso Jovem Talento da Arquitetura, promovido pela Minimum.
Os trabalhos devem ser enviados no modelo de prancha A1, formato retrato. As inscrições são pelo site oficial da Minimum (www.minimumpoa.com.br), onde também está disponível o edital completo. Elas podem ser realizadas a partir de do dia 06 de dezembro e vão até o dia 07 de março de
Antes da pandemia, o mundo já enfrentava uma série de transformações globais no campo da construção, e os países emergentes estavam na vanguarda de uma poderosa mudança econômica. Como a população mundial deve atingir a marca de 10 bilhões de pessoas antes de 2100, o setor de construção deve ser capaz de entender e se adaptar às tendências que estão remodelando o globo.