Dado que os arquitetos da modernidade estavam em busca da pureza da forma, é razoável supor que a imagem desta arquitetura moderna seja quase inevitavelmente representada em branco no imaginário coletivo. Livre de decorações supérfluas, a arquitetura moderna passou a ser associada ao uso predominante de superfícies brancas para destacar a composição volumétrica. Combinada com o conceito de "verdade material" articulado pela primeira vez pelo crítico vitoriano John Ruskin, a arquitetura em cores brancas é frequentemente entendida como direta, clara e franca.
De Stijl: O mais recente de arquitetura e notícia
O mito da arquitetura branca: como os arquitetos modernistas usavam as cores
5 Movimentos artísticos de vanguarda que moldaram a arquitetura do século XX
A síntese entre arte e arquitetura remonta à origem da própria disciplina. Das formas elaboradas do barroco à estrutura geométrica do modernismo, a arte tem sido historicamente uma determinante fonte de inspiração para muitos arquitetos, os quais se tornaram responsáveis por traduzir estilos, técnicas e conceitos em estruturas habitáveis. Pensando nisso, neste artigo procuramos explorar a influência de cinco dos principais movimentos da história da arte na arquitetura, observando a forma como os arquitetos se apropriaram de algumas de suas características mais elementares para criar as suas próprias composições arquitetônicas.
Amarelo, azul e vermelho: o uso das cores primárias em projetos de arquitetura
Naturalmente associadas a características como simplicidade e clareza, mas também expressividade, vivacidade e energia, as três cores primárias, responsáveis por dar origem a outras cores, oferecem uma série de possibilidades de aplicação na arquitetura. Elementos cruciais das composições dos principais expoentes do movimento De Stijl, como Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Gerrit Rietveld, o amarelo, azul e vermelho, quando usados em conjunto, tornaram-se uma espécie de ícone no design e na arquitetura, e para muitos profissionais da área, uma obsessão.
Explicando 12 estilos da arquitetura moderna
O modernismo pode ser descrito como um dos momentos mais otimistas da história da arquitetura, um estilo inovador inspirado por pensamento e idéias utópicas que finalmente reinventou nossos espaços de vida e trabalho, assim como a maneira como as pessoas se relacionavam entre si e com o ambiente construído. Conforme expusemos em nosso artigo AD Essentials Guide to Modernism, a filosofia moderna ainda permanece vigente no discurso arquitetônico contemporâneo, mesmo que as condições específicas que deram origem ao movimento moderno na arquitetura no início do século passado, já não tenham mais nada que ver com o mundo em que vivemos hoje.
Ao nos despedirmos do ano que marcou o centenário da Bauhaus, compilamos uma lista dos principais estilos arquitetônicos que definiram o modernismo na arquitetura. Como uma ferramenta para entender o desenvolvimento da arquitetura ao longo do século 20, esta lista tem como principal objetivo apresentar um panorama completo sobre os desdobramentos do modernismo para além de seu contexto teórico.
Diagramas da Casa Schröder relevam sua genialidade geométrica
Um dos exemplos mais proeminentes do movimento De Stijl, a Casa Schröder, projetada por Gerrit Rietveld em 1925, representa um momento radical na arquitetura moderna. Marcada por formas geométricas puras e cores primárias, as características do movimento são evidentes na abordagem do arquiteto a este projeto. Localizada em Utrecht, a casa apresenta elementos modulares e paredes flexíveis que proporcionam um modo de vida em constante mudança, aspectos que ainda hoje influenciam o design e arquitetura.
Por sua importância, a Casa Schröder tem sido objeto de estudo para muitos arquitetos, artistas e historiadores. Inspirado pelo seu projeto revolucionário, o artista Yun Frank Zhang criou uma série de diagramas analíticos e um vídeo para compreender a funcionalidade, as dimensões e os elementos programáticos da casa. Veja, a seguir, as explorações de Zhang.
Câmara Municipal de Haia de Richard Meier é pintada como uma obra de Mondrian
Richard Meier é conhecido por adorar a cor branca, descrevendo-a como "a cor mais maravilhosa, porque dentro dela você pode ver todas as cores do arco-íris" em seu discurso de aceitação do Prêmio Pritzker. Deste modo, muitos dos seus edifícios, incluindo a Câmara Municipal de Haia nos Países Baixos (concluída em 1995), são totalmente pintados de branco. No entanto, no caso do edifício em Haia, o branco deu ao edifício uma função não intencional, servindo como uma tela perfeita para o maior Mondrian do mundo.