O prefeito de Londres, Boris Johnson, há algumas semanas anunciou o ambicioso Plano Diretor de US$ 1.510 milhões, para aperfeiçoar a infraestrutura para bicicletas e melhorar a rede de ciclovias deste meio de transporte. O objetivo deste plano não somente busca ampliar a possibilidade de transitar pela cidade de bicicleta, como também tentará descongestionar o centro da capital e os sistemas de transporte públicos.
O projeto estaria integrado por quatro tipos de rotas. A principal, chamada "Crossrail for the Bike", teria 24 km e uniria os bairros do leste e oeste de Londres, através de vias diferenciadas e paralelas, para o trânsito de carros e bicicletas. Pela sua extensão, esta ciclovia ficaria pronta em 2016 - ano no qual deverá ser inaugurada como a mais longa da Europa, com trânsito segregado entre distintos meios de transporte.
Entre os locais emblemáticos do centro de Londres por onde passaria "Crossrail for the Bike", figura o Victoria Embakment e o caminho elevado Westway. Em relação ao impacto que a rota de ciclistas teria sobre este último, o prefeito Johnson disse que "o Westway, é o último símbolo de como a rodovia urbana separou nossas cidades, e por isso se converterá no símbolo máximo de como reivindicamos o centro de Londres para as bicicletas".
Do total do orçamento, US$ 1.360 milhões se destinariam para a construção de vias semissegregadas, diretas e contínuas em ruas que não recebem muito trânsito, dando origem às rotas "Quietways", as quais se espera que sejam abertas ao público durante 2014. Em áreas mais concorridas, especificamente no centro e nos distritos do oeste da cidade, se criará a via "Central London Grid", que conectará todas as ciclovias da capital britânica. Com a finalidade de facilitar a localização dos ciclistas por novas rotas de ciclistas, o projeto considera que estas tenham o nome de trajetos de ônibus, linhas de metrô e trens, para que os cidadãos se adaptem mais rápido.
O Plano Diretor também converterá as interseções mais perigosas de Londres - Blackfriars, Vauxhall, Tower, Swiss Cottage e Elephante & Castleen - em lugares de trânsito mais seguro para os ciclistas. Neste sentido, não somente se farão melhorias simbólicas, mas também se adotarão como política geral, aplicar os padrões mais altos de segurança viária. Este ponto do projeto, denominado "Revisão de Interseção Segura", aumentará seu orçamento de US$ 28 milhões para US$ 149 milhões, para financiar, entre outras coisas, oito policiais que estarão dedicados a cobrir os acidentes que envolvam ciclistas e veículos de grande porte.
Mais de US$ 1,5 milhões serão destinados para três distritos da zona exterior de Londres, onde se construirá a rede de bicicletas para crianças "mini-Hollands". Como ainda não se escolheu os três municípios, o escritório governamental de Transporte para Londres abriu um concurso onde receberá as solicitações. Ao final deste ano serão conhecidos os ganhadores, e durante 2014, sua construção terá início. No futuro, se espera que as melhorias na infraestrutura destes condados sirvam como exemplo para outros pontos de Londres.
O chefe da Transporte para Londres, Peter Hendy, expressou que "em todo o mundo ocidental com visão de futuro, as cidades estão investindo centenas de milhões em infraestrutura para bicicleta, sabendo que os planos bem projetados podem oferecer benefícios muito maiores que seu custo (…) Creio que se trata de muito mais que somente rotas para ciclistas. Trata-se da saúde e dos enormes benefícios econômicos que o ciclismo pode trazer. Também se trata de ajudar ao sistema de transportes a satisfazer as enormes demandas que são impostas".
Dentro do Plano Diretor, se inclui um programa piloto que capacite as crianças, em seus próprios colégios, para que aprendam a utilizar as rotas mais seguras para chegar neles. Assim mesmo, o projeto compreende que as estações terminais da rede de trem estejam conectadas com as ciclovias e que os estacionamentos para bicicletas sejam ampliados, permitindo que na última etapa da viagem, as pessoas utilizem suas bicicletas e ajudem a descongestionar o centro da cidade nas horas de pico.
As bicicletas públicas da cidade também seriam parte do plano. A principal melhoria que receberiam, considera a eliminação do pagamento em dinheiro e a instalação de um sistema de tickets mais rápido. Para que os restos das instituições não fiquem de fora do projeto, se incentivará a cooperação de empresas privadas, hotéis e universidades, para que construam estações de conexão que possam ser ocupadas por clientes e funcionários.
O prefeito Johnson explica que "a razão pela qual estou entregando esta quantidade de dinheiro é que este projeto não somente ajudará aos ciclistas, mas também vai criar um lugar melhor para todos. Isto significa mais árvores, menos tráfego, mais lugares para sentar e comer um sanduíche. significa mais assentos no metrô, menos competição por uma vaga no estacionamento e que, sobretudo, cumprirei com meu objetivo de tornar mais limpo o ar de Londres. Se somente 14% das viagens ao centro de Londres for feita de bicicleta, as emissões do contaminante NOx, proveniente dos veículos, se reduzirão quase a um terço, literalmente, milhares de vidas poderão ser salvas".