Durante a passagem do furacão Sandy em Nova Iorque, inundações excederam a capacidade do rio East de Manhattan e atingiram as casas e subestações de energia provocando apagões generalizados. A tempestade enalteceu os efeitos da mudança climática e as preocupações sobre a capacidade da cidade em suportar tais eventos climáticos. Como resposta, o escritório de arquitetura WXY Architecture + Urban Design, desenvolveu um projeto que reforça os 3,5 quilômetros de margem costeira em Manhattan, que se estende desde a ponte Brooklyn até a Rua 38.
O presidente do distrito de Manhattan, Scott Stringer, revelou o Plan East River Blueway no mês passado. A apresentação se deu a fim de conhecer os novos detalhes que visam melhorar o trabalho na região ribeirinha que começou em 2010 entre os Conselhos Comunitários 3 e 6, o Centro de Ecologia de Lower East Side, Stringe e o representante do distrito 74, Brian Kayanagh. “O objeto de Blueway é redesenhar um traçado há tempos esquecido pelos nossos passeios a beira-mar”, disse Stringer em seu discurso. “Mas com a evolução da Blueway, fica clara a necessidade de um planejamento para proteger a área de catástrofes.” Em sua apresentação, Stringer prometeu US$ 3,5 milhões em fundos para a construção.
O projeto de WXY concebe uma margem mais suave ao longo da linha costeira para mitigar as futuras ameaças de tempestades e proporciona à comunidade serviços de educação e recreação. Claire Weisz, diretor de WXY, disse que “temos abordado os objetivos de melhorar o ambiente do East River e a qualidade da água, de atrair mais aves e peixes encontrando uma forma de reduzir a velocidade da água no rio. Para isso estamos criando bordas mais nítidas, e mais áreas de superfícies para a natureza”.
Um terreno baixo e pantanoso que estende até a porção navegável do rio East até o canal Weisz disse que dotará de grande capacidade de armazenamento de água e filtração. Os manguezais também ajudarão a reduzir a velocidade do rio e minimizar as ondas, permitindo acesso fácil da comunidade até a água. Abaixo da via expressa Roosevelt, WXY propôs um sistema de bandeja composta por água doce que filtra a água da chuva que excede a capacidade do rio. Em duas enseadas naturais sob a ponte de Brooklyn e em uma curva da costa acima da Rua 14, o projeto Blueway demanda a eliminação de tabiques e a criação de uma série de sistemas de filtragem que armazenam o acumulo de água das marés e das praias. “Estamos tentando fazer que as enseadas sejam parecidas com as naturais”, disse Weisz.
Hoje, na subestação da Rua 14 que cruza com a via expressa Roosevelt há um espaço para o passeio a beira-mar. WXY propôs uma ponte elevada com forma de “U” para o local, denominado por Weisz como “uma via de migração para as bicicletas e pessoas”, que atrairia maior segurança e proporcionaria um vínculo vital para a que comunidade possa ter acesso à água. Em outros lugares ao longo da costa, seria executado um sistema elevado de plataformas para caminhadas e passeios de bicicleta ao longo da margemdo rio. “Queríamos sair da sombra da via expressa”, disse Weisz.
Weisz destacou que Blueway é um modelo que pode informar as intervenções beira-mar em outras partes da cidade. Nesse sentido afirmou que “o plano Blueway trata sobre como podemos buscar um futuro de cidades com resistentes beira-mares ativos e sustentáveis. E acrescenta que “se você tem que reparar uma estrada, porque não torná-la mais permeável? Se tiver que reconstruir uma ponte, por que não pensá-la de outro modo? É diferente de um plano diretor, é um plano de jogo”. O plano Blueway completo e todos detalhes técnicos sobre como torná-lo realidade se dará em abril.
Via Architects Newspaper .