Desafios Urbanos da Cidade do Cabo como “Capital Mundial do Design 2014”

A cada dois anos, o Conselho Internacional de Sociedades de Design Industrial escolhe uma cidade dentre seus mais de 50 países membros como “Capital Mundial do Design”. Este reconhecimento é outorgado às cidades que, de alguma forma, implementaram o design como uma ferramenta para melhorar a vida cultural, econômica e social, a fim de converter os lugares em zonas mais atrativas, competitivas, eficiente e habitáveis. Com a criação de uma agenda composta por eventos relacionados ao design que se estende durante um ano, a menção também significa um desafio em detectar e remediar problemas urbanos que, em alguns casos, se arrastam por vários anos.

Em suas três versões passadas – Turim (2008), Seul (2010) e Helsinque (2012) – cada Capital do Design aproveitou para difundir suas realizações e criar novas estratégias junto a especialistas do Conselho, para servir de exemplo às demais nações. Nos próximos anos, as práticas surgidas nestes encontros estarão carregadas de história e segregação, porque serão provenientes da Cidade do Cabo, África do Sul, escolhida como a Capital Mundial do Design 2014.

No caso particular da cidade sul-africana, seus desafios atuais se referem a criar planos de trabalho para superar o legado do Apartheid. Segundo o diretor do programa “Capital Mundial do Design”, Richard Pérez, “durante os anos do Apartheid, a segregação era um exercício de design”. Por isso, “tudo que se refira a assentamentos informais localizados fora da metrópole e das fronteiras presentes na Cidade do Cabo seria parte de um processo de redesenho”.

Nesse sentido, a principal problemática que a cidade mais antiga da África do Sul deve enfrentar é a divisão que existe entre as pessoas com mais e com menos recursos econômicos. Como explica Pérez, os problemas não serão resolvidos em 2014, mas se permitirá que surjam oportunidades para buscar formas mais criativas que permitam enfrentar as problemáticas sociais e urbanas. Por isso, acrescenta que “nossa aposta se aproxima mais de como podemos utilizar o design para transformar os desafios que temos na cidade”.

Devido ao crescimento da economia sul-africana nos últimos anos com a proliferação das indústrias e dos serviços financeiros e, além disso, ao baixo crescimento da mineração surge um novo desafio ante ao constante crescimento da cidade: mover a população economicamente ativa que habita a zona rural e trabalha na zona urbana. Como destaca Pérez, “agora a cidade está tratando de atualizar-se para prover infraestrutura a estes cidadãos”. Sem dúvida, a busca de soluções deve ocorrer nos eventos de 2014.

Com este evento, a organização poderia implementar técnicas de desenho urbano em outras zonas da cidade, evitando concentrar-se nas áreas centrais. Dessa forma, a população que atualmente chega aos 3.6 milhões de habitantes, poderia começar a entender o valor do desenho urbano com o fim de impulsionar estratégias de crescimento econômico dentro dos assentamentos informais e, logo, mais periféricos. Complementando, Pérez afirma que o objetivo central é “promover a compreensão global do desenho como uma ferramenta de desenvolvimento econômico”.

A seguir, o vídeo promocional da Cidade do Cabo como “Capital Mundial do Design”.

Sobre este autor
Cita: Victor Delaqua. "Desafios Urbanos da Cidade do Cabo como “Capital Mundial do Design 2014”" 04 Jun 2013. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-118068/desafios-urbanos-da-cidade-do-cabo-como-capital-mundial-do-design-2014> ISSN 0719-8906

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