O Conselho de Artes do Canadá escolheu o coletivo curatorial Architects Against Housing Alienation (AAHA) para representar o Canadá na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura, La Biennale di Venezia 2023, com a exposição Not for Sale! O pavilhão, aberto de 20 de maio a 26 de novembro de 2023, tem como objetivo chamar a atenção e incentivar o diálogo sobre soluções potenciais para os desafios gerados pela crise habitacional no país.
O coletivo Architects Against Housing Alienation busca transformar o Pavilhão do Canadá, no Giardini, em uma sede de campanha para habitação elegível que vai além do conceito de propriedade e da "forma financeirizada de arquitetura". Trata-se de uma resposta a uma ampla gama de questões que vão desde a falta de acessibilidade generalizada, sub-habitações, habitações precárias e falta de moradia. O grupo entende essa crise e fenômeno global como sendo agravados no Canadá, já que, a economia do país depende muito do mercado imobiliário especulativo.
A campanha para acabar com a alienação habitacional antecede a Bienal de Veneza, uma vez que o coletivo AAHA foi formado em 2021 com esse propósito. Nos próximos seis meses, o Pavilhão do Canadá em Veneza servirá como sede temporária, um lugar de encontro para as dez equipes que lideram a campanha. Os membros da equipe incluem ativistas, arquitetos e defensores que trazem expertise e compaixão para as questões de justiça habitacional. O esforço colaborativo visa criar impulso e um foco compartilhado no trabalho contínuo para gerar um novo sistema habitacional.
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Lesley Lokko sobre a Bienal de Veneza 2023: "Espero que ela provoque o público a pensar com mais empatia"É crucial que respondamos à profunda crise habitacional do Canadá. Junto com líderes locais, ativistas, defensores e arquitetos, criaremos uma campanha por moradia acessível para todos." - Architects Against Housing Alienation (AAHA)
Outros pavilhões nacionais também anunciaram seus temas de exposição, alguns deles igualmente focando na crise habitacional e no papel das empresas imobiliárias. O Pavilhão Estoniano busca explorar a contradição entre a moradia como lar e como valor de troca no mundo do mercado imobiliário. Em uma linha semelhante, o Pavilhão da Bulgária concentra-se no assunto da despovoação, declínio urbano e fuga rural, enquanto o Pavilhão da Turquia investiga as histórias e o potencial oculto de edifícios inutilizados. Em uma entrevista exclusiva para o ArchDaily, a curadora Lesley Lokko explica sua escolha para o tema geral da Bienal, África: Laboratório do Futuro, como um convite tanto para o público quanto para os curadores pensarem de forma diferente, além dos estereótipos convenientes e mais empaticamente.