Os softwares de realidade aumentada (RA) têm marcado presença entre as ferramentas profissionais de projeto há algum tempo. Mas o recente lançamento dos óculos Vision Pro da Apple mostra que o setor de dispositivos vestíveis de realidade mista está ganhando espaço também nos mercados de consumo, à medida que uma das maiores marcas mundiais de design e tecnologia entra nesse ramo.
Uma das principais razões para a imensa expectativa em torno da incursão da Apple no hardware de RA/RV é a decisão de posicioná-lo como "computação espacial". Ao utilizar a complexidade da realidade aumentada para aprimorar um setor familiar ao consumidor - a computação pessoal - a marca sediada em Cupertino simplificou toda a experiência, ampliando sua compreensão e apelo.
Ao introduzir o enorme potencial da realidade aumentada em termos simples, essa tecnologia se tornará uma ferramenta muito mais conhecida. Já em uso por profissionais de arquitetura, construção, design e engenharia, a RA será utilizada para comunicações com clientes da mesma forma ubíqua que o e-mail, as videochamadas e o software de design 3D tiveram no passado.
A seguir são apresentadas algumas das maneiras pelas quais a tecnologia em desenvolvimento da RA já impactou o mundo da arquitetura, design e construção, e como ela pode evoluir no futuro.
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A realidade aumentada é a combinação de dois mundos. O mundo real em que existimos e onde nossas ações têm implicações estruturais perigosas. E o mundo digital, onde erros podem ser cometidos e desfeitos sem perigo, e tarefas podem ser tornadas mais eficientes por automação ou duplicação.
Arquitetos profissionais têm a habilidade afiada de ler uma planta baixa como programadores leem zeros e uns, mas até mesmo os profissionais podem se beneficiar ao usar RA para caminhar ao redor de um espaço existente. Ao puxar e empurrar paredes fisicamente, adicionando ou deletando janelas e outros elementos arquitetônicos e alterando produtos e acabamentos conforme necessário, os arquitetos podem experimentar as mudanças em ambientes representativos. Tanto arquitetos quanto consumidores atualmente usam RA para fazer isso com dispositivos portáteis, mas ao combinar a tecnologia com dispositivos vestíveis sem uso das mãos, os profissionais criativos podem liberar suas mãos, tempo e mentes enquanto estão no local.
Melhorar a Comunicação e a Compreensão do Cliente
Tecnologias digitais como renderização 3D em tempo real, videochamadas, computação em nuvem e até mesmo o telefone básico impactaram a forma como os arquitetos se apresentam e se comunicam com os clientes. As inovações permitem que as decisões sejam tomadas mais rapidamente, de maneira eficiente e até mesmo remotamente. No entanto, mesmo com todas essas técnicas e serviços à disposição, traduzir uma ideia criativa para um cliente ainda é um desafio.
Enquanto o software de visualização em 3D permite que os clientes vejam as dimensões de um novo espaço, ele deixa de fora a experiência de estar realmente lá. Alternativamente, os óculos de realidade virtual proporcionam a experiência de estar cercado por um ambiente, mas sem a capacidade de interagir com ele naturalmente. No entanto, combinando tanto o mundo real quanto o virtual, os clientes podem usar RA para experimentar um novo espaço enquanto se movimentam dentro do existente. O resultado é uma compreensão muito melhor do projeto, facilitando a identificação de possíveis problemas.
Aprendizagem Experimental com Orientação da IA/RA no Local
Os tutoriais em vídeos online transformaram a educação prática. Agora, amadores corajosos e entusiasmados podem aprender e aprimorar qualquer habilidade, desde consertar uma pia de cozinha até resolver uma planilha complexa com a assistência em vídeo passo a passo. A tecnologia de RA- em colaboração com software de IA e hardware sem uso das mãos - provavelmente revolucionará ainda mais o aprendizado experiencial.
Ao usar dados em tempo real para adicionar uma imagem 3D sobreposta por meio de óculos ou capacete, os projetos completos podem identificar problemas potenciais antes que se tornem mais sérios. Redes estruturais, elétricas ou hidráulicas, por exemplo, podem ser visualizadas, avaliadas ou alteradas antes ou depois da instalação, tornando o treinamento no trabalho muito menos assustador. Mas não são apenas amadores e estagiários que cometem erros. Até mesmo arquitetos experientes se beneficiariam de uma rede automática de segurança para detectar erros e mal-entendidos.
Viver a História em Tempo Real
A RA pode ajudar os arquitetos a criar novas estruturas de forma mais rápida e com menos erros. Mas ela também pode ser usada para trazer de volta à vida edificações antigas e esquecidas. Ao vasculhar cuidadosamente a Terra em busca de pistas sobre como as civilizações perdidas viveram, os arqueólogos podem garantir que elas continuem vivas. Exposições em museus permitem que os visitantes caminhem por ambientes recriados dentro de uma instalação, e aplicativos para dispositivos móveis usam RA para mostrar uma janela para o passado. Mas essa janela pode se transformar em uma porta ao combinar RA e dispositivos vestíveis de última geração. Podemos visitar ruínas antigas reais e, com a ajuda de IA e RA juntas, podemos interagir com elas como eram no passado.
Embora a realidade aumentada tenha sido discutida como o próximo grande marco na tecnologia experiencial por algum tempo, com uma variedade de hardwares e softwares conectados à RA já disponíveis ou chegando ao mercado seguindo os passos da Apple, a indústria de dispositivos vestíveis pode ser exatamente o que a realidade aumentada precisa para ganhar vida.
Este artigo é parte dos Temas do ArchDaily: Processo Projetual, orgulhosamente apresentado pelo Codesign, o primeiro aplicativo para iPad desenvolvido especificamente para o estágio de desenvolvimento conceitual do processo arquitetônico.
Codesign transforma esboços em modelos de construção 3D em instantes, com a capacidade de iterar, explorar e entender os efeitos posteriores imediatamente. Os arquitetos podem explorar todas as possibilidades de um desenho e passar mais tempo fazendo o que mais gostam, projetando. (Codesign era anteriormente conhecido como Spaces)
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