As cidades ao redor do mundo enfrentam desafios cada vez maiores em relação ao planejamento urbano e à criação de espaços públicos sustentáveis e atraentes, como áreas verdes. Diante disso, tem-se buscado novas alternativas para criar paisagens verdes nos espaços públicos das cidades. Esses lugares desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e transformação das cidades, sendo há muito tempo o cenário das interações sociais, expressão cultural e troca de ideias.
Além disso, é importante destacar que, segundo o Instituto Superior do Meio Ambiente, as cidades são responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa e consomem 75% dos recursos naturais. Esse dado releva está a importância de integrar projetos que garantam a preservação do meio ambiente.
O que é uma área verde?
Uma área verde é aquela equipada com elementos naturais como flores, árvores, água e mobiliário urbano. Juntos, eles formam paisagens verdes nas cidades, que aportam diversos benefícios. Um estudo realizado pela Universidade de Vermont descobriu que esses locais podem melhorar nosso estado de espírito, e que áreas naturais maiores têm mais efeito do que parques urbanos pavimentados.
De acordo com um artigo do Instituto Politécnico Nacional, as áreas verdes podem ser divididas em periféricas e intraurbanas. As primeiras refletem características da zona rural que circunda a cidade e apresentam uma dinâmica ecológica substancialmente diferente em comparação com as áreas urbanas internas. Já as segundas, embora de tamanho reduzido, constituem oásis de vegetação em meio a um ambiente caracterizado pela presença predominante de construções de concreto.
Os desafios
Apesar de as áreas verdes sempre terem sido consideradas algo necessário no ambiente urbano, os desafios relacionados à sua criação, proteção e conservação persistem. Embora as adversidades sejam evidentes, um dos grupos que se destacou nessa tarefa é o Taller de Urbanismo MX. Com uma perspectiva baseada em uma ampla experiência em arquitetura, urbanismo e paisagem, eles buscam melhorar a qualidade de vida dos habitantes no espaço público e na cidade como um todo. Seu foco não se limita apenas à estética e funcionalidade dos espaços urbanos, mas também ao seu impacto positivo na sociedade.
Alguns dos projetos mais destacados desse grupo incluem a transformação de áreas urbanas, como os sistemas de parques em Río de los Remedios e Siervo de la Nación em Ecatepec, bem como o Parque Sendero Cerro del Obispado em Monterrey e o Parque de las Ciencias Metrópoli em Tlalnepantla. Para a paisagista e mestra em projetos para o desenvolvimento urbano Laura Lagos, coordenadora do TUMX, um dos desafios é garantir que cada ideia vá além da anterior.
O maior desafio é garantir que cada projeto que realizamos seja melhor que o anterior. Que cada um tenha um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente. Que a paisagem seja construída de forma integral e inclusiva.
- Laura Lagos
Outro desafio é a educação, pois ela é fundamental para obter melhores espaços urbanos. A arquiteta Elvia Torres, coordenadora do coletivo, destaca a importância de mudar a consciência na forma como os projetos urbanos são abordados. Ela ressalta que cada um deles é uma oportunidade para desafiar os paradigmas e buscar soluções inovadoras.
É claro que as metodologias também representaram um desafio. No entanto, eles desenvolveram modelos que registram os processos para compartilhá-los com outros profissionais, como o "Guia de Projeto de Parques Urbanos" e o "Guia de Design de Ruas". Sem dúvida, esses espaços são um exemplo de como a criatividade, a sustentabilidade e a inclusão podem convergir na criação de paisagens urbanas mais verdes em benefício dos habitantes.
Este artigo faz parte de uma colaboração e foi originalmente publicado no site coolhuntermx.
