O Museu de Arte Moderna de Nova York anunciou a abertura de uma exposição focada nos primeiros projetos construídos e não construídos que abordam preocupações ecológicas e ambientais. Apresentando obras de arquitetos que atuaram principalmente nos Estados Unidos nas décadas de 1930 a 1990, a exposição intitulada Emerging Ecologies: Architecture and the Rise of Environmentalism está em exibição de 17 de setembro de 2023 a 20 de janeiro de 2024. As mais de 150 obras em destaque revelam o surgimento do movimento ambiental por meio da prática e do pensamento arquitetônico.
A relação conturbada entre o meio natural e o ambiente construído tornou-se um tema importante a partir da década de 1930, com vários arquitetos como Emilio Ambasz, Charles e Ray Eames e Frank Lloyd Wright explorando esse novo interesse em projetos arquitetônicos inovadores, distópicos e audaciosos. Muitos deles anteciparam os efeitos ecológicos da superpopulação, da depleção dos recursos naturais e dos efeitos da poluição. Os projetos estão organizados em cinco grupos temáticos: Meio Ambiente como Informação; Recintos Ambientais; Design Multiespécies; Experimentos Contraculturais; e Poéticas Verdes.
Durante o início do movimento ambientalista, os arquitetos desempenharam um papel importante no desenvolvimento de métricas e instrumentos analíticos para compreender e monitorar o meio ambiente, transformando-o em um elemento com o qual se pode trabalhar por meio do projeto. Em 1967, R. Buckminster Fuller conceituou o World Game, um sistema informatizado projetado para ilustrar o fluxo de recursos naturais essenciais, como algodão, ouro, carvão e madeira, a fim de tornar a gestão ambiental mais visível para uma população maior. Os primeiros impressos gerados por computador por Beverly Willis, datando de 1971, também são exibidos no segmento "Meio Ambiente como Informação", mostrando mapas de drenagem, geologia do local e dados do solo derivados da inovadora Abordagem Computadorizada para Análise de Terrenos Residenciais (CARLA) de Willis.
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O que são infraestruturas vivas?Na seção "Recintos Ambientais", são apresentados projetos que tentaram criar seus próprios ecossistemas. Entre esses primeiros trabalhos estão uma série de ilustrações pintadas à mão pela NASA intitulada "Space Settlements: A Design Study". Este projeto, concebido em 1975, tinha como objetivo conservar os recursos da Terra ao imaginar um ecossistema fechado e autossustentável no espaço sideral. O projeto engloba uma coleção diversificada de estudos, diagramas de rastreamento, análises de fluxo de recursos e imagens evocativas.
A exposição também destaca experimentos arquitetônicos contraculturais que se esforçaram para desafiar o estilo de vida consumista dos Estados Unidos. Isso incluiu projetos participativos nos quais os indivíduos poderiam gerar sua própria energia e alimentos, e estruturas autossuficientes que sustentavam os habitantes em ecossistemas autocontidos. O projeto Dolphin Embassy da Ant Farm expandiu essa ética contracultural, imaginando uma sociedade multiespécies em 1975 inspirada nos avanços da pesquisa com golfinhos.
Enquanto isso, arquitetos como James Wines e Emilio Ambasz exploraram as dimensões estéticas da arquitetura ecológica. Seus projetos mesclavam formas naturais com desenho convencional, oferecendo abordagens inovadoras que harmonizavam arquitetura e natureza para criar uma experiência de vida ecológica significativa.
A exposição foi organizada por Carson Chan, diretor do Emilio Ambasz Institute for the Joint Study of the Built and Natural Environment e curador do Departamento de Arquitetura e Design, com Matthew Wagstaffe e Dewi Tan do Instituto Ambasz como Assistentes de Pesquisa, e Eva Lavranou, estagiária no Instituto Ambasz.
Várias outras exposições inauguradas este ano também exploraram a interferência entre história e arquitetura. Apresentada no Museu de Varsóvia, a exposição intitulada “Warsaw 1945-1949: Rising from Rubble” explorou os esforços de reconstrução na capital polonesa após as destruições da Segunda Guerra Mundial, oferecendo pistas sobre os potenciais esforços de reconstrução a serem realizados na Ucrânia. No início deste ano, o Danish Architecture Center (DAC) anunciou a abertura da primeira exposição permanente sobre a arquitetura dinamarquesa em Copenhague, enquanto o Centre Pompidou, em Paris, estreou a maior retrospectiva do trabalho de Norman Foster das últimas seis décadas.