A congestão viária é um dos grandes temas de debate em cidades de todo o mundo por conta do impacto dessa questão na qualidade de vida.
Nesse sentido, sobram exemplos: o caso de Los Angeles que conheceu nessa semana o Índice de Tráfego 2016 elaborado pela consultoria Inrix um dado que demonstra como isso afeta a vida dos habitantes, os quais, segundo a pesquisa, perdem 104 horas em engarrafamentos.
Em segundo e terceiro lugares estão Moscou e Nova Iorque, com 91 e 89 horas perdidas, respectivamente. A primeira cidade latino-americana a aparecer nesse ranking é Bogotá, onde os habitantes passam 79 horas no trânsito, enquanto em São Paulo são 77 horas.
Apesar disso, são cada vez mais cidades que estão tomando um rumo a um paradigma de mobilidade urbana sustentável, seja promovendo ou aprovando medidas para liberar certos setores da cidade dos automóveis particulares.
Exemplo disso é a cidade de Berlim, que anunciou que sua principal avenida, a Unter del Linden, poderia estar livre de automóveis em 2019, além do exemplo da reforma na avenida parisiense Champs-Élysées para criar mais espaços para pedestres e ciclistas, ou, ainda, a liberação do centro de Oslo em 2019 de automóveis privados e o plano de Hamburgo para eliminar os automóveis em menos de duas décadas, entre outros.
A estas cidades é necessário incorporar outras que anunciaram nos últimos meses planos para restringir os automóveis como uma forma de melhorar a qualidade do ar e, portanto, a vida de seus habitantes.
1. Atenas
Durante a última reunião do Grupo de Lideranças de Cidades contra a Mudança Climática, mais conhecido como C40, realizado em dezembro de 2016 na Cidade do México, participou o prefeito de Atenas, Giorgios Kaminis.
Nesse contexto explicou-se que nos dias com má qualidade do ar, restringe-se a circulação de veículos movidos a diesel pelo centro da cidade dependendo de seu número de sua licença.
Porém, seu plano com vistas a 2025 é muito mais ambicioso, e, para esse ano, espera que nenhum automóvel transite pelo centro da capital grega.
2. Bruxelas
A Semana da Mobilidade é um evento anual que a capital belga recebe desde 2002. Desde seu início, sua missão tem sido de viabilizar uma priorização do transporte público em detrimento do privado. Por isso, durante um dia de evento, que se realiza em setembro, é proibida a circulação de veículos no centro da cidade.
Contudo, a capital belga busca estender o impacto desse tipo de medidas durante o resto do ano. Nesse sentido, e considerando que possui a segunda maior via de pedestres da Europa - perdendo, apenas, para Copenhague -, busca transformar-se na primeira, incorporando novos setores da cidade.
A isso adiciona-se que no ano passado a cidade anunciou que os automóveis movidos a diesel anteriores a 1998 seriam proibidos a partir de 2018.
3. Cidade do México
As más condições de ar levaram as autoridades a implementar uma restrição veicular chamada "Hoje Não Circula".
Essa iniciativa entrou em vigor a partir de 2016 e estabelece que automóveis podem ou não circular, dependendo dos números de suas placas e do nível de emissões contaminantes.
Assim, estabeleceu-se que alguns automóveis não podem circular de segunda à sexta-feira, entre as 5:00 até as 11:00 da manhã, somando aos sábados das 5:00 até as 22:00, e, por último, um dia por semana.
4. Madri
A principal avenida de Madri, a Gran Vía, está nos planos da prefiera Manuela Carmena para restringir o uso do automóvel. A ideia é que este eixo seja destinado unicamente aos pedestres, ciclistas, ônibus do transporte público e taxis em 2019.
Esta iniciativa é parte de um plano empreendido pela atual equipe do município que também considera proibir os automóveis movidos a diesel a partir de 2025.
5. Vancouver
Até hoje os planos das cidades mencionadas apontam diretamente a restrição do uso do automóvel. Com o mesmo objetivo, mas a partir do uso de outra estratégia, Vancouver atingiu este objetivo.
Nesse sentido, o plano dessa cidade canadense foi feito a partir do aumento dos espaços de pedestres e da construção de mais ciclovias. Assim, atingiu-se o número de metade das viagens que são realizadas pelos habitantes sendo feitas à pé, de bicicleta, ou transporte público (ônibus e metrô), de acordo com os valores das Nações Unidas como publicou o Foro Econômico Mundial.