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No último dia 9 de março, foi apresentado no Museu de Arte Moderna de Bogotá o seminário "Diálogos Tropi Nórdicos: arquitetura, arte e paisagem", um evento realizado por meio da iniciativa da Escola de Arquitetura e Design de Oslo, o MAMBO e a plataforma de conferências e publicações Jardín Parlante. O seminário contou com o apoio e direção dos arquitetos colombianos Luis Callejas e Giancarlo Mazzanti, os quais, desempenhando o papel de mediadores, apresentaram os arquitetos noruegueses Jeppe Aagaard Andersen, Janike Kampevold Larsen, Beate Hølmebakk e Per Tamsende.
Luis Callejas (LCLA Office) foi o encarregado por introduzir ao pública a forte influência que o ideário natural das paisagem escandinavas exerce sobre a arquitetura, em um encontro onde se desvanecem as fronteiras entre a arte e a paisagem através de operações sutis e precisas sobre geografias remotas, fazendo visível a relação da história com a disciplina em uma tentativa de transmitir o valor da paisagem.
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A primeira fala do seminário foi de responsabilidade de Jeppe Aagaard Andersen (JAAA Landscape Architecture), intitulada "Meeting Places: Cities are for People" (Lugares de Encontro: Cidades são para Pessoas). Andersen, através de um conjunto de fotografias, desenhos e projetos, fez referência à capacidade de transformação e influência inerentes ao espaço público no comportamento das pessoas e na construção de novas paisagens como resultado do encontro entre natureza e atividade humana.
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A obra apresentada por Andersen é inspirada pela natureza como figura escultórica da paisagem na criação de horizontes. O encontro entre arquitetura e natureza resulta em uma imagem que reflete a memória da atividade humana passada, traduzida em uma linguagem arquitetônica próxima ao vernacular, onde o domínio do espaço público funde-se à paisagem em um elemento funcional modelado pelo encontro inesperado entre pessoas.
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Na sequência, Janike Kampevold Larsen, professora associada do AHO e pesquisadora do Oslo Center for Urban and Landscape Studies apresentou sua palestra "The making of landscape: Roads, art and architecture" ( A consturção da paisagem: Vias, arte e arquitetura") sobre como a história da paisagem definiu a identidade nacional do país. Larsen discorre sobre como as primeiras explorações da geografia escandinava encaminharam a criação de caminhos que, por sua vez, fomentaram uma produção artística inspirada na paisagem que constitui na atualidade a base de uma tradição visual associada ao entorno geográfico e à representação do mesmo.
Esse encontro entre arte e paisagem traria consigo um novo vocabulário para a arquitetura definida pela domesticação da natureza, sendo a geologia sua fonte de inspiração na criação de espaços integrados a uma paisagem cultural que vai além do aspecto visual. Larsen foca na experiência sensorial que a tradução escandinava perseguiu desde as primeiras rotas construídas, até as intervenções contemporâneas sobre a paisagem, as quais pretendem aproximar o visitante à natureza, dando forma a uma tradição no cerne de uma cultua que valoriza o aspecto visual.
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Beate Hølmebakk e Per Tamsen, do escritório Manthey Kula, finalizaram as apresentações com sua fala "Creatures of the Landscape” (Criaturas da Paisagem), uma exposição de projetos inseridos em diversas geografias, reconhecendo a paisagem como um recurso valioso na formulação volumétrica da arquitetura. A fala contemplou, principalmente, projetos pragmáticos com programas simples, mas de alta qualidade escultórica referenciando sempre ao contexto como ferramenta utilitária.
Manthey Kula faz referência através de seus projetos a uma formação arquitetônica guiada pela própria construção, onde encontra-se um potencial narrativo e poético que, por sua vez, guia a ideia formal com o conceito estrutural, encontrando a expressão final do projeto em detalhes técnicos expostos, o que enfatiza a honestidade construtiva em uma referência à compreensão escultórica da paisagem cultural e geográfica.
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“Diálogos Tropi Nórdicos arquitetura, arte e paisagem” pretende ser um espaço de divulgação que apresenta intervenções em pontos remotos da paisagem cultural escandinava no cerne da discussão sobre natureza, geografia, arquitetura e as possibilidades semelhantes e relações com as paisagens andinas tropicais. A importância de dar forma às paisagens através de representações construtivas correlacionadas permite a aproximação em relação aos valores geográficos do território, onde a arquitetura funde-se com a natureza em uma tentativa de gerar retratos que demarcam horizontes.