Mary Turner Shaw teve uma longa e multifacetada carreira, desempenhando ao longo da sua vida diversas funções, como designer (especialista em design de cozinhas), administradora de projetos públicos e privados, historiadora e pioneira em compilar uma coleção sobre livros de arquitetura.
O fato de ter permanecido ao longo da sua vida como uma "eterna aprendiz" a levou a transcender em cada uma das tarefas que desempenhou, até converter-se, inclusive, em uma das primeiras historiadoras a escrever sobre degradação ambiental.
Em 1937, Shaw foi admitida no Instituto Real Vitoriano de Arquitetos (RVIA), logo após esse acontecimento fez uma viagem para a Europa, trabalhou em Londres e teve um singular encontro com a Arquitetura Moderna Europeia, entre as obras que visitou estão as do arquiteto finlandês Alvar Aalto (1898-1976) e o holandês Willem Dudok (1884–1974).
Em 1939, voltou à Austrália onde fundou a empresa Romberg & Shaw na qual trabalhou conjuntamente com Frederick Romberg (1913–1922) durante três anos (1939 – 1941). Romberg era um personagem interessante - arquiteto alemão (nascido em Tsingtao, China, durante a ocupação alemã de 1891 a 1914), formado no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH-Zürich) que posteriormente emigrou para a Austrália em 1938. Durante esse período, Shaw foi chefe de projeto da comissão mais importante da empresa: o Newburn Flats (Melbourne, 1941).
Segundo o Instituto Australiano de Arquitetos (AIA), o projeto Newburn Flats se destaca por ser esteticamente inovador, além de ser considerado o primeiro edifício residencial na Austrália que utilizou o concreto aparente como acabamento, no lugar dos tradicionais tijolos assentados com argamassa. Apesar de ter sofrido alterações e modificações por parte dos habitantes (o terraço foi substituído por um apartamento de cobertura em 1950, e subdivido em 1970), mantém sua estrutura e configuração originais em bom estado.
* Texto por Sofía Rivera, cortesia de Un Día | Una Arquicteta
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