Este artigo foi originalmente publicado no site Archipreneur como "How Drones Can Be Used in Architecture."
Pequenos veículos aéreos não tripulados (UAVs), comumente chamados de drones, estão ganhando popularidade não só entre o público e consumidores em geral, mas também entre os profissionais que trabalham na indústria da arquitetura e construção. Nesse sentido, temos visto propostas ambiciosas para seu uso, seja como veículos de transporte ou como ferramentas de marketing.
Embora esta nova tecnologia, como a impressão 3D e a fabricação robotizada em geral, prometa revolucionar a profissão arquitetônica, é importante saber até que ponto sua aplicação prática pode afetar o modo como trabalham os arquitetos. Parece que, por enquanto, os drones têm grandes potenciais quando se trata de vários aspectos dessa profissão.
Pesquisadores e empresas já estão experimentando a construção com drones. Em 2012, a empresa sueca de arquitetura Gramazio Kohler Architects e o roboticista Raffaello D'Andrea juntaram-se à ETH Zürich para programar uma frota de drones que levantariam e transportariam milhares de tijolos de poliestireno no Centro FRAC em Orléans, na França. Da mesma forma, o pesquisador Federico Augugliaro, os contribuidores do Instituto de Sistemas Dinâmicos e Controle e Gramazio Kohler Research usaram dois drones na construção de uma ponte de corda forte o suficiente para carregar o peso de um ser humano.
Estes podem ser feitos impressionantes que irão avançar a tecnologia, mas ainda oferecem pouca informação sobre como os drones podem ser usados na prática. Demorará um pouco antes de vermos drones programados para construir edifícios inteiros, mas como está, já podem contribuir muito nas pesquisas de terrenos, coleta de dados úteis e criação de visuais incríveis para fins de marketing.
O uso de drones por empresas (de arquitetura), e aqueles que trabalham na indústria AEC, ainda pertence a uma problemática área legislativa. Nos Estados Unidos, a Administração Federal de Aviação (FAA) desenvolveu regulamentos específicos que visam facilitar a tecnologia nos setores comercial e de consumo. A agência criou um caminho para as empresas solicitarem permissões caso a caso. Devido à falta de um quadro regulamentar rigoroso e desde que o uso de drones não ameace a segurança de pessoas ou propriedades, as empresas de arquitetura podem usar drones principalmente para coletar dados do terreno, monitorar o trabalho de construção e criar materiais de marketing. As limitações regulatórias incluem não poder voar após anoitecer, fora da linha de visão do operador, acima de certas altitudes, perto de outras estruturas ou acima multidões.
A página oficial FAQ da FAA afirma: "Se você estiver operando uma aeronave não tripulada que pesa menos de 55 libras, pode solicitar um pedido "Part 107" (permissão especial) para conduzir sua operação. O seu pedido de isenção deve descrever como você pretende conduzir com segurança seu objeto proposto, incluindo quaisquer estratégias adicionais de mitigação de risco que você possa passar".
Na Europa, os fabricantes e operadores de pequenos veículos aéreos não tripulados devem enfrentar várias instâncias legais antes de colocar seus drones no ar. A União Europeia não regula o uso civil de drones com peso inferior a 150 quilos. Não existem regulamentos a nível da UE. Em vez disso, as autoridades de aviação civil (CAAs) têm o poder de conceder a autorização de voo caso a caso. A partir de 2013, as regras da Autoridade de Aviação Civil (CAA) do Reino Unido estabelece que as aeronaves UAV com menos de 20 quilos devem permanecer em contato visual direto com o piloto, não podem voar a 150 metros de uma área congestionada ou a menos de 50 metros de uma pessoa ou veículo, e não podem ser usadas para atividades comerciais.
Alguns países da UE, incluindo a República Tcheca, a França, a Alemanha, a Irlanda, a Itália, os Países Baixos, a Noruega, a Romênia e a Suécia também têm regulamentos nacionais, enquanto muitos outros ainda não abordaram o problema. Em todos os casos nos quais a regulamentação existe, os drones devem voar dentro da linha de visão, à altitudes inferiores a 500 pés e com uma massa máxima de menos de 25 quilos.
A possibilidade de equipar os drones com câmeras de alta definição, scanners infravermelhos e sensores térmicos permite coletar dados importantes que podem afetar uma obra desde a fase de projeto. Eles podem pesquisar lugares, inspecionar a qualidade da construção e fotografar edifícios concluídos com capacidades mais poderosas graças às melhorias na vida útil da bateria e outros recursos. No entanto, o uso de drones requer investimento em recursos e treinamento, muitas das empresas de arquitetura que usam drones escolhem contratar especialistas terceirizados.
AECOM recentemente recebeu permissão para o uso de drones em operações comerciais. Paul Clarke, diretor técnico de inteligência da AECOM, descreveu a forma como a empresa usa drones: "Os drones reduzem a necessidade de colocar funcionários e recursos em uma posição de risco, permitem a repetibilidade de pesquisas, exames e avaliações e oferecem uma maneira rápida e econômica de adquirir dados. Somos capazes de gravar vídeos de 4k ou HD, fotos de 16MP e podemos alcançar uma precisão de ± 40mm a partir de dados de fotogrametria".
A empresa Bechtel, de San Francisco, recebeu permissão para uso comercial do sistema de aeronaves não tripuladas. Eles se juntaram à Skycatch em 2013 para desenvolver a plataforma UAS da empresa e integrá-la aos sistemas e processos da Bechtel. Os dados coletados pelo drone agora podem ser armazenados em uma nuvem, analisados nos requisitos de software de construção da Bechtel e vistos em vários dispositivos pelas equipes no local. As empresas demonstraram a viabilidade da tecnologia em um dos maiores projetos de GNL (gás natural liquefeito) na Austrália.
Outra empresa de São Francisco, Antonia Bava Landscape Architects, usa drones internamente para criar um masterplan para projetos residenciais. Para o projeto no condado de Sonoma, os arquitetos usaram orbitais, medidas de referência e fotos para obter informações sobre os detalhes da propriedade. Posteriormente, os dados coletados foram rapidamente processados no software DroneDeploy.
Embora o uso de imagens de satélite para planejamento territorial e mesmo para desenvolver implantações seja comum entre os arquitetos, esses recursos visuais geralmente estão disponíveis em baixa resolução e produzem dados menos precisos. Os dados coletados pelos drones podem eliminar completamente a necessidade de contratar agrimensores de terras para criar levantamentos topográficos. Em vez disso, os arquitetos podem usar essas informações para construir modelos 3D precisos do terreno e importá-los diretamente para softwares de desenho e modelagem.