Você estaria disposto a comprar uma casa através de um robô, utilizando apenas um aplicativo? À medida que a tecnologia se torna cada vez mais integrada ao setor de arquitetura e real state, a ideia, antes bizarra, torna-se realidade. Apenas uma década atrás, quase ninguém falava sobre tecnologia e startups no ambiente construído. O setor imobiliário, que historicamente carecia de inovações tecnológicas em comparação a outros setores, agora está se posicionando para se reinventar, como um setor mais eficiente, flexível e automatizado - resultando em uma das mais novas palavras-chave, que está dominando o mundo, as proptechs - (property technology).
O mercado imobiliário é uma das classes de ativos mais lucrativas do mundo, respondendo por mais de 13% do Produto Interno Bruto (PIB) global, o que significa que o potencial das proptechs tem a capacidade de transformar nossa vida cotidiana. Embora sua definição seja bastante vaga, a proptech impacta uma ampla gama de produtos e negócios, que servem para melhorar continuamente os edifícios, no que se refere aos aspectos de construção, desenvolvimento e consumo do ambiente construído, em uma escala individual e holística. Esses produtos podem se adaptar continuamente em um cenário digital em constante mudança, que responde aos padrões de consumo.
Maior parte dos edifícios ainda são construídos com os mesmos processos, que evoluíram lentamente ao longo do último século. Os padrões de desenho raramente foram alterados, a maneira como os dados são gerenciados e armazenados se mantêm bastante arcaica e a colaboração entre arquitetos, empreiteiros e partes interessadas foi fragmentada em vez de simplificada. A onda inicial de inovações das proptechs introduziu produtos, como softwares independentes - Autodesk e Argus, que ainda hoje mantêm uma grande fatia do mercado e estão fortemente envolvidos com as ações de produção e manutenção de edifícios. Após o boom da internet, novas ideias sobre como o mercado imobiliário poderia ser compartilhado e promovido em escala global geraram portais online como Zillow e Trulia, que tornam a compra e venda de casas muito mais acessível e comparável, além de introduzir o setor imobiliário em um mercado de comércio eletrônico.
Hoje, dois dos exemplos mais conhecidos da economia compartilhada, que cresceu em popularidade nos últimos cinco anos, são o Airbnb, que recentemente anunciou a abertura de um novo centro de tecnologia em Atlanta, para desenvolver ainda mais seus serviços, e o WeWork, o conhecido espaço de coworking, que lançou as bases, e se tornou um grande disruptor e inovador no setor de construção de escritórios. Antes do Airbnb, os viajantes confiavam quase exclusivamente em hotéis durante as viagens, mas mais de 42% das pessoas agora dizem que já usaram o Airbnb pelo menos uma vez, ou estão dispostos a experiência - representando uma parte importante da indústria hoteleira, que já foi cara e cria uma oportunidade para os proprietários que desejam compartilhar seus espaços com estranhos. Já o WeWork oferece soluções de espaço flexível com locações de curto prazo e espaços pré-concebidos com serviço completo. Embora a lucratividade desse modelo de negócios tenha sido questionada, ela abriu caminho para que outras empresas semelhantes, como a Knotel, pudesse provocar os proprietários de edifícios comerciais sobre como poderiam competir.
Na era moderna, a tecnologia mantém todos os aspectos do mundo sob controle, e agora a indústria da construção civil segue a mesma linha. A próxima onda de proptechs busca aprimorar a colaboração e aumentar a transparência para todos os envolvidos, além de impactar como elas informam, como pensamos, usamos o espaço e criamos fluxos de trabalho mais eficientes.