Nos últimos anos houve um clamor significativo em torno dos hábitos e impactos da geração millennial. Manchetes como "millennials são o motivo de não usarmos mais guardanapos" ou "os millennials estão matando o mercado imobiliário" eram comuns. Depois de serem culpados pela morte de praticamente qualquer coisa, a força de trabalho millennial se afastou dos holofotes para abrir caminho para a próximo geração, a Geração Z, ou "Gen Z", que segundo muitos acreditam deve gerar perturbações significativas na sociedade, incluindo a arquitetura e o design.
A Gen Z, definida pelos que nasceram entre 1997 e 2012, e que inclui alunos em idade escolar fundamental e estudantes universitários - os mais velhos estão entrando no mercado de trabalho só agora. De maneira geral, essa geração tende mais à expressão individual e menos à colaboração do que os antecessores millennials, mas se pronunciam e são mais ativos para criar ambientes profissionais mais igualitários, diversos e justos. A Gen Z também traz todo um novo conjunto de habilidades ao local de trabalho, tendo crescido em um mundo onde o acesso à Internet e aos smartphones eram uma parte normal da vida. A experiência com a tecnologia significa que eles estão consistentemente conectados uns aos outros no mundo digital, mas são menos inclinados a sentir que as interações presenciais sejam tão cruciais como nas gerações anteriores. Os membros da Geração Z são realistas e embasados na busca por fatos, são hiper-conscientes econômica e socialmente, empreendedores, e aspiram a estabilidade financeira já que, assim como os millennials, o mundo em que eles estão sendo criados contém inseguranças econômicas significativas.
Então o que significa isso enquanto os integrantes da Gen Z começam a entrar no mundo da arquitetura? Talvez o mais importante seja que as firmas terão de se adaptar às necessidades deles para conseguir reter talentos e entender o que será mais decisivo pelos olhos de seus clientes. Enquanto os millennials pressionaram por cronogramas profissionais flexíveis e remotos, a Gen Z irá pedir mais transparência salarial e responsabilidade social no local de trabalho, além do acolhimento a seus espíritos individuais e empreendedores.
Um dos aspectos mais importantes que irá transformar o futuro da força de trabalho na arquitetura é a habilidade inata da Gen Z para se adaptar às novas tecnologias. Além das atualizações normais de softwares às quais os escritórios estão acostumados, a Gen Z consegue aprender ferramentas completamente novas que tornarão a padronização mais comum, os processos infinitamente mais eficientes, e vão manter as firmas na vanguarda. Entretanto, em contraste, a Gen Z traz menos habilidades interpessoais ao local de trabalho. Uma pesquisa em 2016 revelou que mais de 90% dos adolescentes estavam preocupados com a falta de habilidades interpessoais, que, em uma firma de arquitetura, são cruciais para colaborar com os colegas e compartilhar ideias com clientes.
Além de contratar os Gen-Z, iremos um dia projetar espaços que serão ocupados e utilizados primariamente por essa geração. Já que eles foram criados com um iPhone na mão, os espaços que desenharmos precisarão ser preenchidos com tecnlogia e oferecer um acesso fácil e prático ao mundo digital. Capacidades melhoradas para vídeo-conferências no local de trabalho, cafés com wi-fi grátis e iluminação e som estéticos serão essenciais para os futuros espaços que serão desfrutados pela Gen Z. Além disso, os integrantes dessa geração também apreciaram espaços que parecem autênticos, dinâmicos, seguros e enraizados em mensagens ou branding significativos. Por conta de serem uma geração muito diversa etnicamente, os designers vão precisar considerar a maneira em que as pessoas experienciam comunidades e como isso se relaciona com culturas e tradições diferentes. Ao se engajar com seus usuários, os espaços terão de ter a habilidade de se tornar mais inclusivos e definidos pelas pessoas que os utilizam.
A Gen Z em breve se tornará a maior parte da nossa força de trabalho e os nossos clientes nos próximos quinze anos. Suas expectativas dos empregadores, os conjuntos de habilidades que eles trarão e os valores essenciais do design irão alterar de maneira significativa o futuro do ambiente construído.