O futuro das casas fabricadas pode reinventar algo que já existe amplamente nos Estados Unidos – os estacionamentos de trailers. Por todo o país, essas pequenas casas estão sendo reimaginadas por arquitetos, que estão utilizando materiais mais sustentáveis e técnicas de construção inventivas para criar casas acessíveis e ressignificar a conotação negativa que já cercou esse tipo de moradia.
Os estacionamentos de trailers ficaram amplamente populares nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, quando eram organizados em torno de bases militares e terrenos de obras. Desenvolvidos para serem temporários, eles ganharam rapidamente um senso de permanência, especialmente nos dias atuais. É estimado que mais de dez milhões de norte-americanos, normalmente operários e trabalhadores jovens, vivem nesses trailers. No entanto, os lotes de trailers sempre foram mal visto por conta de sua natureza industrial e produzida em massa. Casas móveis são produzidas e massas, e sacrificam qualidades de artesania para economizar em custos. Muitos arquitetos já afirmaram que os trailers não tem lugar no vocabulário do design hegemônico, e como os planejadores urbanos se apropriaram desse conceito, as comunidades de trailers começaram a ser consideradas vizinhanças menos desejáveis. Além disso, os trailers normalmente estão estacionados em terrenos arrendados, impedindo que os moradores detenham a propriedade dos lotes onde residem.
No presente, os estacionamento de trailers representam o sonho elusivo da casa própria, não importando a classe econômica. Eles são um símbolo de poder ter um espaço para si mesmo, mesmo apesar dos estereótipos que os promovem como casas inadequadas para comunidades de "baixa renda". Mais de 70 por cento dos bairros de hoje proíbe trailers em terrenos privados, apenas segregando àqueles para quem o trailer é a única opção.
Desconstruir o estereótipo em torno dessas casas é uma maneira rápida para se oferecer moradias acessíveis. A imagem que as pessoas têm consolidada em suas mentes é distante da realidade dos tipos de trailers que estão sendo produzidos hoje em dia. Há quase uma década, o preço de uma casa fabricada era de 64 mil dólares, em comparação com o custo médio de uma casa de família, que custa em torno de 325 mil dólares. Muitas das casas fabricadas também são melhores para o ambiente do que as casas familiares, já que há menos geração de resíduos materiais na construção, e porque há menos resíduos materiais, e porque o uso de energia necessário para aquecê-la ou resfriá-la é menor devido a seu tamanho. O trabalho também é mais seguro, já que as partes são construídas de maneira modular, na qual elementos de design são desenvolvidos e depois instalados. Apesar dos aspectos positivos, há significativamente menos casas sendo construídas nos últimos anos. Construtores de casas fabricadas produziam cerca de 200 mil unidades por ano nos anos 1980, mas após 2010, menos de 60 mil foram construídas.
Os arquitetos também estão se voltando a uma solução que parece ter sido retirada de um filme de ficção científica. No filme Ready Player One, uma distopia distante, o personagem protagonista vive em meio casas móveis empilhadas, em um local batizado de "as Pilhas" ("The Stacks"). Enquanto "as Pilhas" parecem ser uma proeza improvável de projeto, algo semelhante pode não estar tão distante no futuro - enquanto repensamos maneiras inovadoras de projetar casas fabricadas, mas de uma maneira vertical. A ideia vem do movimento metabolismo, no qual casas interconectáveis podem ser facilmente arranjadas e removidas, de acordo com as necessidades dos moradores. A infra-estrutura é construída em torno de cada uma das casas, dando a elas um senso fortalecido de comunidade e acessibilidade. Casas verticais manufaturadas já foram revisadas de tempos e m tipos, criando uma tipologia híbrida entre trailers e arranha-céus, mas ela ainda não chegou ao mainstream no mundo do design.
