A indústria de tecnologia no Japão continuou servindo como uma força motriz fundamental, com todo o país sendo conhecido por suas inovações tecnológicas em vários setores. Ultimamente, a maioria das indústrias e empresas começaram a mudar seu foco para o tema do desenvolvimento sustentável, com a inclusão dessas mesmas tecnologias para trabalhar em direção a metas de energia zero.
Em abril de 2014, o governo japonês aprovou uma política energética para encorajar as casas de energia zero (Zero Net Energy Houses - ZEH) a se tornarem um padrão para a construção de novas edificações até 2030. As casas de energia zero são projetadas para consumir tanta energia quanto possível usando apenas energia renovável.
Combinando as maiores inovações tecnológicas com uma beleza inexplicável, o Japão está continuamente se movendo em direção a um futuro mais verde. Anteriormente, a arquitetura residencial no Japão era construída para durar cerca de 35 anos antes de ser demolida e reconstruída, no entanto, atualmente, o país está avançando com a implementação de casas ecológicas e sustentáveis. Este desenvolvimento sustentável é totalmente injetado pelas grandes inovações, garantindo que as novas casas sejam experimentadas e testadas em um futuro próximo.
Os projetos a seguir são exemplos de casas ecológicas que passaram por melhorias significativas de eficiência energética como resultado de recursos simples e sustentáveis, incluindo o uso de luzes LED energeticamente eficientes, isolamento térmico e ar-condicionado que reduz o uso de energia doméstica pela metade. A Sekisui House, uma das maiores construtoras do Japão, também é líder no pioneirismo do movimento em direção a casas com energia zero. A iniciativa global Green First Zero da empresa visa a autossuficiência energética sem sacrificar o conforto, pois são projetadas para compensar o uso de energia, ao mesmo tempo em que alcançam o objetivo final do consumo zero de energia. Em 2015, a proporção de residências com energia zero líquida em relação a todas as residências independentes recém-construídas da Sekisui House aumentou para 74%.
A MUJI é uma das precursoras do movimento de casas de energia zero, dando um passo ousado no território arquitetônico ao criar uma Casa Vertical com sede em Tóquio. A casa acomoda todas as demandas da vida residencial dentro de um pequeno terreno. Projetada para o denso contexto urbano de Tóquio, a casa pré-fabricada de três andares é completamente desprovida de paredes e portas internas, acompanhadas por grandes janelas voltadas para o norte para aproveitar ampla luz solar dentro de casa. Os diferentes níveis e o desenho em planta aberta incentivam a conexão e ajudam a estabelecer um fluxo lógico de movimento dentro do espaço.
Após o lançamento da Casa Vertical, a MUJI exibiu mais um conjunto de espaços de convivência na série de 'cabanas' minimalistas em escalas variadas, com cada cabana destinada a ser uma forma de refúgio da vida urbana cotidiana. Cada unidade explora um material diferente: uma cabana de alumínio de Konstantin Grcic, uma cabana de cortiça de Jasper Morrison e uma cabana de madeira de Naoto Fukasawa.
Asagaya Light Eco House por KH Architects também é um ótimo exemplo de habitação com eficiência energética localizada em Tóquio, Japão. Ao considerar a construção para esta casa, foram necessárias especificações de alta estanqueidade do ar e alto isolamento térmico para que os três andares pudessem ser usados sem o estresse adicional das diferenças de temperatura. Há um uso significativo de eco-tecnologias dentro de casa, como elementos de resina de alto isolamento e um sistema de ventilação para troca total de calor que garante alto desempenho térmico.
O que parece ser uma tendência nas casas em áreas urbanas japonesas são as restrições nas proporções de área construída, linhas diagonais e sistemas de proteção anti-incêndio. Embora haja um foco central na construção com eficiência energética, a visão de criar um espaço aconchegante também foi considerada usando acabamentos de madeira mesmo considerando esses regulamentos. Esta casa apresenta um admirável equilíbrio entre design e desempenho, utilizando um pátio e um vazio para permitir que o vento, a luz e o calor passem sem a dependência das especificações dos equipamentos.
Transustainable House por SUGAWARADAISUKE Architects é outro exemplo de arquitetura residencial construída com a intenção de manter a sustentabilidade no centro de seu projeto, com o objetivo de responder às quatro principais características da habitação urbana: pequeno terreno, estilo de vida diversificado, atualização contínua da paisagem urbana e ambiente térmico artificial. Este projeto transmite uma nova solução para a arquitetura sustentável que metamorfoseia a sua existência ao longo do tempo.
Estes elementos tornam o interior e o exterior flexíveis aos diferentes contextos do terreno, uma vez que o interior responde às transições dos estilos de vida dos residentes, enquanto o exterior responde às transições que envolvem o terreno. A casa não é levada à perfeição em sua conclusão, mas visa enriquecer a qualidade do ambiente, engajando-se na intimidade ao longo do tempo.
A arquitetura deixa de existir quando não fornece nenhuma influência ao contexto circundante. A Transustainable House e os demais projetos descritos acima exploram a possibilidade de ter uma aparência única com uma forte relação com o contexto. O estabelecimento e o desenvolvimento de casas de energia zero estão se tornando cada vez mais frequentes em todo o Japão e, à medida que a demanda por padrões de energia zero se torna cada vez maior, soluções estruturais ainda mais sofisticadas surgirão.
Este artigo é parte do tópico do ArchDaily: Caminho para uma arquitetura neutra em carbono apresentado por Rander Tegl.
Randers Tegl pretende assumir a responsabilidade e pensar sustentável como parte do alcance da meta do Net Zero, tanto em termos de como os materiais de construção afetam o clima e como os materiais envelhecem, mas também com foco na arquitetura. É por isso que a Randers Tegl criou sua série sustentável GREENER, que surge com a documentação completa na forma de EPD, para ser possível utilizar o produto em programas de cálculo técnico.
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