Precisão técnica aliada à preocupação ambiental e caráter exploratório e investigativo fazem de Carla Juaçaba uma das grandes representantes da arquitetura latino-americana na atualidade. Carioca, nascida em 1976, Carla Juaçaba frequentou a Universidade de Santa Úrsula e atribui à essa instituição de ensino muito do seu estilo experimental e interdisciplinar. Não é à tona que durante a sua formação acadêmica seus grandes mestres inspiradores foram o arquiteto Sergio Bernardes e a artista plástica Lygia Pape, insinuando seu interesse pelas múltiplas ramificações disciplinares que podem compor a arquitetura. Nesse sentido, ainda na graduação, Carla trabalhou em conjunto com arquiteta Gisela Magalhães, da geração de Oscar Niemeyer, em projetos de cenografia e expografia.
Apesar da vertente experimental, que investiga o campo ampliado da arquitetura, logo após finalizar o curso em 2000, Carla iniciou seu próprio escritório e enveredou pelo caminho dos projetos residenciais, ganhando notoriedade pela desenvoltura técnica e sensibilidade na análise do contexto. Em cada projeto, é possível perceber como a arquiteta avalia com precisão os aspectos naturais do entorno, procurando aproveitar ao máximo seu potencial, o que abrange, muitas vezes, o uso de materiais locais.
Contudo, trabalhos interdisciplinares não deixaram de fazer parte de sua carreira, tornando-a conhecida também por projetar instalações e obras culturais como o Pavilhão Humanidade2012 da Rio +20 e a Capela da Bienal de Veneza de 2018, ambos internacionalmente premiados. Neles é possível ver o domínio das diferentes escalas e programas, fatores que, segundo a arquiteta, não interferem em seu modo de projetar. A pergunta feita por ela é sempre a mesma: “o que faz sentido fazer aqui?”
A resposta para essa pergunta é materializada em projetos de formas simples, compostos por poucos elementos, porém, frutos de cálculos precisos. Eles surgem como se sempre pertencessem ao local, em uma leveza que beira a transparência e dilui as fronteiras entre interior e exterior.
Entre as principais premiações no meio arquitetônico, destacam-se o primeiro prêmio do AREA - Architectural Review Emerging Architecture Award 2018, destinado a jovens profissionais da área, e o prêmio internacional ArcVision Women and Architecture 2013, da Itália, que valoriza a produção arquitetônica de mulheres e a consagra como importante exemplo profissional em um contexto dominado por homens.
Além do trabalho prático, Carla nunca se desvencilhou da vida acadêmica, atuando em ensino e pesquisa nas universidades de Harvard GSD, Columbia GSAPP e Mendrisio Accademia na Suíça. A arquiteta também já participou de bienais de arte e arquitetura e em duas ocasiões, 2012 e 2019, foi júri da Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo (BIAU) em Madri.
Atualmente, o escritório está estabelecido em Londres e segue engajado em projetos culturais e privados, tendo como sócio desde 2016 o arquiteto Clovis Cunha. Além dos projetos, Carla é atualmente doutoranda na ETSAM-UPM-Madrid.
Conheça a seguir algumas das obras mais importantes da sua trajetória.