Um novo tipo de arquitetura que se distingue por características regionais únicas surgiu em meados da década de 1990, quando, na China, os arquitetos começaram a projetar independentemente dos institutos administrados pelo governo. Os principais arquitetos chineses desta época conseguiram coletivamente produzir um corpo de trabalho arquitetônico único quando muitos edifícios construídos ao redor do mundo não estavam mais enraizados em seu lugar e cultura.
Em China Dialogues, Vladimir Belogolovsky traça um panorama da arquitetura chinesa através das palavras de seus principais participantes, levantando o véu sobre uma prolífica nova geração de arquitetos, cada um compartilhando uma compreensão altamente intelectualizada e conceitual da profissão. Seguindo o curso de 21 entrevistas acompanhadas por mais de 120 fotografias e desenhos de projetos lindamente executados em todo o país desde o início dos anos 2000, o China Dialogues apresenta o processo de pensamento dos principais arquitetos do país, fornecendo uma visão de suas ideias e intenções invulgarmente reveladoras e sinceras.
China Dialogues é sem precedentes em sua amplitude, profundidade e transparência ao apresentar os edifícios mais originais dos arquitetos chineses e como eles se concretizaram. A arquitetura contemporânea chinesa recentemente emergiu completamente e agora representa um corpo significativo de trabalho com características regionais distintas. As entrevistas de Belogolovsky revelam as ideias subjacentes ao trabalho dos escritórios selecionados, com essas conversas destacando as maneiras pelas quais as estratégias dos arquitetos contemporâneos convergem na busca pela criação de espaços únicos, apesar do atual fator de diversidade entre cada indivíduo.
Até a virada do século, a China era geralmente vista pelo público como um país de arquitetura eclética ideologicamente orientada, no entanto, nas últimas duas décadas vários jovens arquitetos talentosos foram convidados a projetar novas imagens e significados para a arquitetura de hoje. Nas entrevistas, percebe-se que o projeto e a criação de edifícios e espaços são influenciados por onde se está, congregando uma compreensão das tecnologias e processos construtivos locais, portanto, buscando refletir o que está ao redor do arquiteto, e não necessariamente quem ele é.
Os arquitetos abordam os temas do futuro da arquitetura inspirados na história, arte e tecnologia, criando um foco no uso de ferramentas digitais e avanços tecnológicos como parceiros arquitetônicos para a futura urbanização da China. A noção de que a arquitetura deve ser experimental e progressiva é aprimorada, obrigando-nos como consumidores a buscar algo novo e diferente do que normalmente conhecemos e estamos acostumados, surgindo, portanto, a necessidade de cada geração produzir algo novo, conforme ilustrado através das formas como a arquitetura chinesa contemporânea é desenraizada.
Cada entrevista no China Dialogues é um testemunho extraordinário da energia de um renascimento inegável, no qual esses arquitetos estão engajados no projeto comum de criar uma cultura cívica para uma sociedade nova e em desenvolvimento.