Estética no projeto de interiores: como definir o estilo de nossos espaços?

Quando chegar a hora de definir a estética de um espaço interno ou externo, os profissionais de arquitetura e design de interiores devem começar perguntando-se quais são ou serão as necessidades de seus futuros habitantes. O diálogo com os usuários é fundamental para estabelecer o estilo dos espaços, o que envolve elaborar formas específicas de ambientação através da composição, cores, formas, mobiliário e, é claro, sua arquitetura.

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Casa translúcida / Fougeron Architecture. Imagem © Joe Fletcher

Uma vez no espaço, há diferentes princípios de desenho a serem levados em conta, como por exemplo, o equilíbrio, que se refere à posição visual dos objetos em uma composição, e que pode ser de dois tipos: simétrico ou assimétrico. Outros princípios são o ritmo, que provoca a percepção da totalidade dos elementos como um todo e pode ser aplicado agrupando-os de forma radial ou linear, e a unidade, que permite a relação entre elementos através de certas operações como proximidade, continuidade, repetição de padrões, similaridade, etc. Finalmente, manter a proporção entre os elementos e o espaço, e dar destaque a partir da ênfase em um elemento ou ponto de vista através de sua cor ou tamanho, também contribui para o desenho dos espaços que projetamos.

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Estúdio de Arte Ewelina / Ewelina Makosa. Imagem © Anne.Catherine Scoffoni

Embora o estabelecimento de uma estética seja sempre dotado de uma certa subjetividade e possam surgir perspectivas e visões muito díspares, existem certos estilos que podem ajudar a definir a direção ou, pelo menos, constituir uma forma de abordar a espacialidade desejada para nossos lares. Observar a natureza dos espaços e reconhecer se eles estão localizados em ambientes frios ou quentes, úmidos ou secos, claros ou escuros é uma forma de definir o estilo e a materialidade mais apropriados para aplicar de acordo com suas características. 

A seguir, apresentamos as características de alguns dos estilos mais utilizados para levar em conta em seu projeto. 

Contemporâneo

Ele tende a valorizar espaço em relação aos objetos e procura simplicidade, uso deliberado de textura e linhas e formas limpas. A materialidade envolve o uso de têxteis, madeira em tons suaves, cores neutras e espelhos. Geralmente são materiais foscos em uma paleta de cinzas, brancos e pretos que podem ser pontuadas com algumas cores vivas. Os móveis de estilo contemporâneo com acabamentos claros, vidro, níquel, aço inoxidável ou cromo junto com iluminação embutida ou em trilhos contribuem para consolidar um espaço onde predominam linhas retas e formas geométricas.

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Resdiência Grange / Conrad Architects. Imagem © Timothy Kaye

Industrial

Nascido em Nova Iorque durante os anos 50, remete às grandes fábricas e armazéns abandonados da cidade onde vários artistas se estabeleceram em busca de crescimento. Este estilo domina o gosto dos mais jovens e sob um caráter bastante rústico, envolve uma decoração despretensiosa, que tem um apelo visual graças à evidência de sua estrutura e materiais. O uso de metal preto, ferro, texturas brutas, cimento, tijolo, concreto, madeira natural e outros materiais de construção predominam em projetos desses espaços que visam criar ambientes mais quentes onde a paleta de tons neutros incorpora uma variedade de marrons junto com as cores dos próprios materiais naturais.

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Casa CS / Estúdio Penha. Imagem © Fran Parente

Shabby Chic

Com um apelo bastante romântico, lâmpadas e molduras, tem suas origens na época das grandes casas de campo da Grã-Bretanha. Também conhecido como vintage, consiste basicamente em misturar elementos antigos com os modernos, onde móveis reciclados ou antigos são protagonistas dos espaços. Cores de pastel como rosa, creme, verde, branco e também o uso de madeira rústica em combinação com peças de estofamento que envolvem rendas, crochê ou texturas de linho, entre outras.

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Apartamento CR / ESQVTA. Imagem © Ricardo Oliveira Alves

Minimalista

Sendo espaços onde a ordem e a simplicidade formam a base de sua estética, o estilo minimalista nasceu nos anos 60 nos Estados Unidos. Em uma busca para simplificar ao máximo o uso de elementos decorativos não essenciais, superfícies lisas e linhas puras são usadas em conjunto com materiais como vidro, aço ou materiais semelhantes ao ébano. Madeira brilhante e móveis pretos são usados para dar uma sensação de opulência, e ao reduzir o uso de volumes e formas, são usados tons suaves, principalmente paletas monocromáticas, que através de seus móveis e ornamentos são combinadas com cores semelhantes à da tinta nas paredes ou em contraste com elementos pretos. O vazio é considerado um elemento importante dos espaços nesse estilo, pois interage com os objetos e também o define.

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Reconversión Ávila / Allaround Lab. Image

Nórdico

Trata-se de um dos estilos mais populares que se espalhou para além das fronteiras da Escandinávia, cujas origens remontam a países como Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia. Simples, confortável e funcional, este estilo surgiu entre as duas guerras mundiais e sua principal ideia é evitar a desordem do espaço com peças sem uso. Considerando que estas regiões são caracterizadas por longos invernos e uma escassez de dias ensolarados, o objetivo do estilo é compensar a falta de luz natural através do uso de cores claras e elementos relacionados à natureza. Inspirados nas florestas e montanhas, os móveis de madeira são utilizados entre as cores branca e cinza das paredes que lembram os céus nublados e se caracterizam pelo uso de materiais naturais, que envolvem não apenas madeira, mas também couro, cânhamo, entre outros.

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Loft on life / Crippa e Assis Arquitetura. Imagem © Eduardo Macarios

Oriental

Influenciado pelo Feng Shui, harmonia e equilíbrio são os princípios orientadores ao implementar este estilo, que na verdade surge da fusão de vários estilos que vão do japonês ao Zen. Os estilos asiáticos são amplamente inspirados pelas cores da natureza e imitam as paisagens reinterpretando suas cores. Como uma extensão da mente humana, este estilo procura criar atmosferas de paz, tranquilidade e equilíbrio. Materiais como bambu, pedra, madeira de cedro, papel de arroz e seda são utilizados em contraste com as paredes brancas ou beges, e os móveis são caracterizados pela máxima simplicidade em suas linhas. A natureza desempenha um papel importante, acompanhada por uma iluminação artificial quente que procura se assemelhar aos raios de sol de acordo com a cultura do sol nascente.

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Casa Chan / Kay Architecture JSC. Imagem © Le Lai

Rústico

Enfatizando o desenho da beleza natural, a origem deste estilo pode ser encontrada em casas de campo ou de aldeia. Utiliza materiais nobres e naturais, com pouca mão-de-obra, tais como ferro, vime, palha ou madeira. Sua essência reside na simplicidade, naturalidade e rudeza, e seus móveis não apresentam ornamentação, mas incluem detalhes decorativos de ordem artesanal. A paleta de cores utilizada inclui tons quentes, como amarelo, marrom, verde, dourado, bege e também branco. 

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Casa Trancoso / Estúdio OR+K + TODOS Arquitetura. Imagem © André Klotz

A lista de estilos vai além desses mencionados, com outros representantes como Boho ChicWabi SabiKinfolk, Mediterrâneo, Eclético, Romântico, Retrô, Colonial, entre outros. 

Este artigo é parte dos Tópicos do ArchDaily: Estética. Mensalmente, exploramos um tema específico através de artigos, entrevistas, notícias e projetos. Saiba mais sobre os tópicos do ArchDaily. Como sempre, o ArchDaily está aberto a contribuições de nossos leitores; se você quiser enviar um artigo ou projeto, entre em contato.

 

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Sobre este autor
Cita: Iñiguez, Agustina. "Estética no projeto de interiores: como definir o estilo de nossos espaços?" [Estética en el diseño de interiores: ¿Cómo definir el estilo de nuestros espacios?] 23 Jun 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Daudén, Julia) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/982084/estetica-no-projeto-de-interiores-como-definir-o-estilo-de-nossos-espacos> ISSN 0719-8906

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