Onde foram parar os bancos e assentos públicos?

O projeto e a funcionalidade dos espaços públicos nas cidades estão sempre sob análise. Seja a acessibilidade aos parques públicos e espaços verdes, a distância que as pessoas vivem do transporte público ou as formas como os espaços podem ser projetados para tornar a vida na cidade mais segura e equitativa. Mas agora uma nova questão em uma escala menor está surgindo — para onde foram todos os assentos públicos?

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Bancos de parque e outras formas de assentos públicos, um elemento tão pequeno de nossa vida urbana diária, desempenham um grande papel na forma como interagimos com o espaço aberto. Um banco convida à arte da observação e ao descanso. Os usuários podem reservar um minuto para sentar, olhar ao redor, ler um jornal, comer um sanduíche, conversar com um amigo e fazer uma série de outras atividades. Ele oferece às pessoas uma maneira simples e quase banal de desacelerar em uma área urbana de ritmo acelerado. Ultimamente, muitas pessoas estão perguntando o que aconteceu com este mobiliário urbano, que antes nos proporcionava estes momentos. Muitos dos assentos confortáveis foram substituídos por bancos metálicos que não convidam a pausa, mas ao invés disso afastam certos tipos de pessoas, como a população de rua, promovendo um estigma sobre aqueles que escolhem sentar-se. Assentos públicos são uma espécie em extinção. Onde existem, não tem mais a intenção de encorajar o comportamento social.

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© Mans Berg

Em 2014, o Parque Yantai na China introduziu o conceito de bancos "pay per sit" - (pague para sentar). Por meio de um cronômetro operado por moedas, o usuário adquire um tempo para permanecer no banco, e quando ultrapassado, pequenos espinhos começam a emergir do assento como um lembrete não tão gentil de que é hora de seguir adiante. Outras cidades introduziram suas próprias versões, especialmente introduzindo barreiras aos assentos contínuos, impedindo que pessoas maiores se sentem e os sem-teto deitem. Já outros modelos ficaram sem encosto, impedindo que as pessoas se apoiem. Em Nova York, um parque no Lower East Side, que passou por uma grande revitalização, ainda carecia de um ponto importante, os assentos. Os bancos existentes foram mantidos quebrados, com as ripas faltando nos assentos, deixando aos moradores locais a tarefa de comprar compensados e consertar temporariamente os bancos.

A questão dos assentos também afeta a área da saúde pública. Somente nos Estados Unidos, estima-se que quase 20 milhões de adultos são incapazes ou têm extrema dificuldade de caminhar 400 m (0,25 milhas), segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Este número quase dobra quando se considera o número de americanos com capacidades físicas limitadas, incluindo a dificuldade de permanecer de pé por longos períodos. A maioria das pessoas espera que os assentos públicos estejam disponíveis nos pontos de transporte público, mas com a remoção destes, as pessoas optam por dirigir, colocando quase 40 milhões de veículos a mais nas ruas.

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© ARIA

Outro estudo conduzido pela Universidade de Utah descobriu que o número de passageiros cresceu a um ritmo exponencial, quando as paradas de transporte foram projetadas com bancos, especialmente aquelas com coberturas e localizadas em calçadas mais seguras (com guias rebaixadas e faixas de pedestres próximas). Em parte, isso ajudou a diminuir o tempo de espera dos passageiros, além de fazê-los se sentirem mais seguros. Quando se trata de custos, os bancos são relativamente baratos de instalar, custando em torno de $2.000 e $15.000. Algumas cidades também encontraram maneiras de instalá-los gratuitamente e, na verdade, obter um pequeno lucro com eles, fazendo parcerias com agências de publicidade que divulgam anúncios neles como parte da taxa inicial.

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As pessoas querem sentar. Querem saber que seu destino, ou um ponto ao longo do caminho, lhes proporcionará um lugar digno e convidativo para relaxar, não importando a duração ou a intenção. Da próxima vez que você estiver em um passeio pela cidade, observe o mobiliário urbano oferecido. São muitos? Eles parecem convidativos? Se os bancos não são projetados para a população, então para quem eles realmente são?

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Sobre este autor
Cita: Overstreet, Kaley. "Onde foram parar os bancos e assentos públicos?" [Where Did All of the Public Benches Go?] 23 Jul 2022. ArchDaily Brasil. (Trad. Bisineli, Rafaella) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/984531/onde-foram-parar-os-bancos-e-assentos-publicos> ISSN 0719-8906

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