O protagonista indiscutível dos últimos anos tem sido o metaverso. A notícia já está inundando o mundo dos videogames e da tecnologia. Hoje, arquitetos e designers estão cada vez mais conscientes da responsabilidade que têm na condução dessa construção virtual. Mas o que é realmente a arquitetura do metaverso? Como ele é projetado? Como é construído?
Buscando explorar esse tópico, a lista a seguir é um índice de publicações do ArchDaily apresentando o básico e o que há de mais recente em tendências e projetos da arquitetura do metaverso. Esperamos que esse copilado ajude a dar uma visão geral e inspirá-lo!
Noções básicas da arquitetura no metaverso
Esse artigo escrito por Chloe Sun não apenas nos aproxima do assunto: "Derivado de um romance de ficção científica de 1992 "Snowcrash", o termo "metaverso" foi cunhado por Neal Stephenson como sucessor da Internet e constitui a visão de Stephenson de como um mundo digital pode evoluir em um futuro próximo"; mas também apresenta por que esse mundo virtual é importante para os arquitetos e como eles podem desempenhar um papel fundamental na próxima economia digital.
Esta publicação de Liz Stinson aprofunda a importância de estar atento desde a disciplina arquitetônica: "O mundo virtual, com todas as suas possibilidades, ainda precisa ser projetado e construído. A pergunta é: quem será responsável por ele? Por séculos, arquitetos, engenheiros, e construtores ditam o formato do ambiente construído, a maior parte dele por necessidade. As complexidades do mundo físico exigem garantias na forma de regulações, zoneamento, certificações, e melhores práticas. Há muitas boas razões para que não seja qualquer um que possa construir um arranha-céu".
A venda da Mars House inaugurou uma nova era que alguns estudiosos chamaram de "realidade híbrida". O início desta era foi possível sobretudo graças à criação dos Non Fungible Tokens, normalmente conhecidos como NFTs. Em poucas palavras, alojados dentro de uma camada do blockchain (uma plataforma inicialmente criada para realizar transações com criptomoedas) eles permitem que os artistas autentiquem a originalidade de sua obra de arte digital, selando virtualmente e certificando que determinada imagem ou vídeo é original.
O potencial de entender uma cidade dinâmica de forma virtual é imenso - principalmente se ela permite ter uma duplicação de informações para experimentar e simular. O Gêmeo Digital é entendido como "um arquivo do passado, presente e futuro. É composto por três componentes principais: visualização, previsão e diagnóstico. Oferece a oportunidade de simular e testar mudanças na paisagem urbana antes de colocá-las em prática".
As últimas tendências de projeto
À medida que tecnólogos, arquitetos e os próprios usuários desenvolvem novas ferramentas para o metaverso, novos projetos estão se tornando mais abertos e democratizados. Na arquitetura e na tecnologia, o termo “virtual” tem se tornado cada vez mais associado à realidade junto com a ideia de um metaverso completamente virtual. À medida que essas "realidades" continuam evoluindo, elas revolucionarão a arquitetura, a engenharia e a construção. Esta evolução também inclui MR (Realidade Mista/Híbrida) e AR (Realidade Aumentada).
Quando os arquitetos pensam dentro dos limites da arquitetura da vida real, sua resposta inicial a este novo universo é celebrar as "possibilidades ilimitadas" do metaverso. Leon Rost, diretor do BIG afirma que no metaverso, "estrutura, materialidade e custo, vão para o espaço", enquanto Rashed Singaby, projetista sênior da HOK acredita que "entre projetar para o metaverso e alavancar suas capacidades, o potencial é quase ilimitado". O metaverso parece uma luz ao fim do túnel como um reino sem limites para os arquitetos, que geralmente projetam como se os recursos fossem infinitos nas últimas décadas e agora são forçados a restringir sua imaginação devido à atual crise ambiental e econômica no mundo.
Este artigo de Sara Kolata apresenta uma entrevista com Oliver Lowrie, diretor da Ackroyd Lowrie, uma premiada empresa de arquitetura com sede em Londres dedicada à construção das cidades do futuro, que já está usando essa tecnologia para aprimorar os projetos de baixo consumo de energia da empresa.
Sugere-se que o metaverso crie espaços virtuais onde as pessoas possam se encontrar e compartilhar experiências independentemente das restrições geográficas. As possibilidades parecem infinitas: trocar conhecimentos, incentivar a colaboração profissional, desenvolver e democratizar a arte, a educação, a cultura e até mesmo possibilitar o engajamento político. As interações sociais estão no cerne da ideia de metaverso. Isso levanta a questão: como os novos espaços virtuais podem adquirir as propriedades dos espaços públicos?
O design de mapas e a importância dos ambientes construídos continuam sendo fundamentais para a experiência do jogador dentro dos mundos virtuais dos videogames, onde há casos mais do que suficientes no gênero de tiro em primeira pessoa, como no videogame Valorant de Riot Games. Uma empresa que se caracteriza por tentar quebrar paradigmas que a indústria de videogames utiliza há décadas.
Os últimos projetos
"Uma micronação libertária e virtual no metaverso onde os moradores podem comprar lotes vazios centrados em um núcleo urbano e acessá-los como avatares é visão que Zaha Hadid Architects tem para The Liberland Metaverse. Trata-se de um projeto onde a comunidade apresenta distritos hiper-realistas que incentivam o autogoverno e zonas onde a ausência de planejamento urbano "permite uma ordem espontânea por meio de um processo de descoberta livre".
A consultoria digital japonesa Gluon planeja preservar no metaverso a Nakagin Capsule Tower em Tóquio, um dos exemplos mais representativos do Metabolismo japonês de Kisho Kurokawa. O "3D Digital Archive Project” está usando uma combinação de técnicas de medição para registrar o icônico edifício em três dimensões e recriá-lo no metaverso. A torre encontra-se em fase de demolição devido ao estado precário da estrutura e à incompatibilidade com as normas sísmicas vigentes, bem como ao estado geral de decadência e falta de manutenção.
Como parte de uma iniciativa da Tequila José Cuervo, a Rojkind Arquitectos apresentou seu primeiro projeto no metaverso sob o nome de "Metadestilaria" baseando-se em um exercício de desenho que responde à função dos objetos em relação às necessidades humanas em contextos específicos com o desafio de criar experiências únicas através de objetos e arquitetura.
Andrés Reisinger é um designer argentino radicado em Barcelona que junto com a arquiteta Alba de la Fuente desenvolveu um projeto residencial para o metaverso inspirado na estação mais fria do ano. Sob o nome "Casa de Inverno", o projeto compreende uma casa virtual independente que se caracteriza por suas linhas geométricas claras e cores calmas procurando transmitir uma sensação de tranquilidade.
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