Chicago, a cidade dos ventos, a Chi-Town ou a segunda cidade. É um lugar conhecido por muitos nomes, mas para arquitetos e urbanistas, é famoso por sua história, que nos deu alguns dos edifícios mais conhecidos e avanços importantes que ajudaram a moldar outras cidades nos Estados Unidos. Desde seu início, Chicago tem servido como um centro arquitetônico inovador.
Localizada nas margens sudoeste do Lago Michigan, Chicago começou em 1830 como um pequeno assentamento, com uma população de apenas 200 habitantes. Na década seguinte, sua população cresceu para quase 5.000. Muitos emigrantes viram as oportunidades econômicas e o potencial de Chicago, com rotas comerciais que incluíam portos nos Grandes Lagos e ferrovias que atravessavam os Estados Unidos. As importações de gado formaram o enorme distrito frigorífico da cidade que, por sua vez, expandiu as ferrovias e empregou mais de 25.000 habitantes. Em plena ascensão, Chicago foi atingida por uma tragédia em outubro de 1871, quando um incêndio varreu a cidade, matando 300 pessoas e destruindo 17.500 prédios. Durante a recuperação da cidade, muitas pessoas se destacaram com ideias ousadas sobre como os núcleos urbanos deveriam ser planejados e os edifícios construídos.
Impulsionados por novas invenções, como elevadores de segurança e o conversor Bessemer, os arquitetos de Chicago se sentiram encorajados a projetar edifícios mais altos do que nunca. Chicago é o local do primeiro arranha-céu do mundo, o Home Insurance Company, projetado por William Le Baron Jenney. Embora muito diferente dos arranha-céus que conhecemos hoje, o prédio de 42 metros e dez andares foi construído com vigas de aço e ferro fundido e revestido com terracota. Antes, a maioria dos prédios da cidade tinha apenas cinco andares e pesava três vezes mais do que o prédio da Home Insurance Company.
Em 1893, Chicago foi a anfitriã da Feira Mundial, que atraiu 27 milhões de pessoas de todo o mundo. Este período foi bastante tumultuado, pois muitos designers viram na Feira Mundial uma oportunidade para projetar a cidade do futuro. Daniel Burnham, que proclamou “make no little plans” (não pense pequeno), foi responsável por grande parte da organização e planejamento da feira. Como resultado, ele produziu um plano de cidade para Chicago, baseado em muitos dos ideais que ajudaram a formar Paris. Embora seu plano tenha sido amplamente celebrado, muitos arquitetos estavam mais focados em continuar arriscando em arranha-céus que enfatizavam a verticalidade. Louis Sullivan, que estudou com William Le Baron Jenney, desempenhou um papel importante na formação da estética dos arranha-céus e na formação da próxima geração de arquitetos influenciados por Chicago, incluindo Frank Lloyd Wright. Wright era famoso por suas casas no estilo Prarie, que ele projetou nos arredores de Chicago. Ele também propôs “The Illinois”, um arranha-céu que poderia atingir mais de um quilômetro de altura. Embora nunca tenha sido construído, representou a ambição significativa dos arquitetos da época.
Nas décadas de 1920 e 1930, um novo estilo de arquitetura estava surgindo na Europa. Muitos arquitetos, incluindo Ludwig Mies van der Rohe, fugiram para a América por causa da guerra, trazendo com eles seu estilo internacional inventado. Esses edifícios eram elegantes, simétricos e livres de qualquer ornamentação significativa, e foram construídos com aço e concreto armado, permitindo que os prédios fossem mais altos do que nunca. O estilo internacional prototipou apartamentos em arranha-céus, escritórios corporativos, centros cívicos e instalações educacionais que desempenham papéis importantes na força vital urbana de Chicago até hoje.
Hoje em dia, Chicago ainda é um playground modernista. Muitos arquitetos continuaram a contribuir para o seu horizonte em constante evolução. Grandes empresas também, como a SOM, que construiu a Willis Tower, de 108 andares, antes conhecida como Sears Tower, e a Studio Gang, responsável pela icônica Aqua Tower e pela recém-construída Vista Tower, à beira-mar. Mais edifícios estão no horizonte, continuando a crescer perto da orla e no recente distrito de Fulton Market. Ainda fiel às palavras de Burnham ditas há 100 anos, Chicago não está pensando pequeno.