Quando as pessoas descrevem o movimento modernista em sua totalidade, fazem ampla referência aos arranha-céus de aço e vidro que marcam presença no horizonte de muitas cidades, ou mais especificamente, ao Estilo Internacional que surgiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial. O Estilo Internacional representou o progresso tecnológico e industrial e um renascimento das construções sociais que influenciariam para sempre a maneira como pensamos sobre o uso do espaço em todas as escalas. Muitas vezes projetados como edifícios politicamente carregados, procurando fazer uma declaração aos governos totalitários, muitos arquitetos que influenciaram o estilo mudaram-se para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, abrindo caminho para alguns dos edifícios e arranha-céus mais icônicos construídos no século XX.
O Estilo Internacional surgiu de um interesse em avanços na construção e tipologias de armazéns no início dos anos 1900. Estes espaços exigiam salas amplas e arejadas que permitissem uma variedade de programas e exigiam uma ornamentação interior e exterior mínima para significar seu uso. Um dos arquitetos famosos que foi pioneiro neste estilo foi Peter Behrens, que projetou grandes fábricas de turbinas na Alemanha. Le Corbusier, que foi um de seus alunos e protegidos no escritório de Behren, foi inspirado por estas estruturas industriais e formas geométricas básicas. Corbusier ficou conhecido por sua arte geométrica e, inicialmente, pelo projeto da Casa Dominó que ilustrava como colunas estruturais podiam dar lugar a plantas grandes e abertas. Mais tarde, ele desenvolveria estas ideias em seu manifesto "Cinco pontos da arquitetura", sendo pilotis, telhado verde, fachada livre, plano livre e janela em fita. Corbusier também estava interessado no desenvolvimento de automóveis e na industrialização, argumentando durante o projeto da Villa Savoye que "a casa é uma máquina para se viver". Corbusier, e outros arquitetos desta época, viram as oportunidades e eficiências que os materiais industriais proporcionavam e procuraram fazer parte da tão necessária reconstrução da Europa.
O auge do Estilo Internacional na Europa veio com o desenvolvimento do Weissenhofseidlung, uma exposição em Stuttgart, Alemanha. Organizado por Ludwig Mies van der Rohe, o evento apresentou 21 exemplos diferentes de edifícios de apartamentos da classe trabalhadora, projetados por 17 arquitetos renomados. A maioria dos projetos estava significativamente acima do orçamento, e inacessíveis para as pessoas que pretendiam atender, mas o evento promoveu amplamente o Estilo Internacional, e influenciou fortemente seu movimento para os Estados Unidos.
Após a guerra, muitos dos fundadores do Estilo Internacional projetaram edifícios em proeminentes universidades americanas, incluindo Harvard, MIT, e IIT. Eles também começaram a ensinar e disseminar ideais do estilo, em uma época em que o crescimento econômico estava em seu auge. Muitos arquitetos, incluindo Mies, conseguiram deixar rapidamente suas marcas icônicas nas principais cidades, com projetos como o Edifício Seagram em Nova York, e a Casa Farnsworth em Illinois. O Estilo Internacional se tornou o preferido nos Estados Unidos, pois estruturas grandes, elegantes, de vidro e aço puderam ser construídas de forma eficiente e barata, utilizando métodos de produção e fabricação em massa. Mas, como com todos os estilos arquitetônicos ao longo do tempo, diferentes ideias começaram a surgir, e os arquitetos começaram a criar maneiras de provocar diferentes reações emocionais e buscar novas variações. Grande parte do Estilo Internacional começou a se sentir como muito do mesmo e facilmente repetitivo, especialmente em edifícios mais altos. Nos anos 60, os arquitetos começaram a se afastar das torres de vidro, optando da famosa linha de "menos é mais" de Mies para "menos é chato". Em geral, grandes edifícios construídos no Estilo Internacional falharam em realizar o que pretendiam - melhorar a vida das pessoas e aumentar as oportunidades sociais e econômicas.
Nos dias de hoje, as influências e gestos do Estilo Internacional ainda podem ser encontrados, especialmente com a revitalização da construção de novos arranha-céus em cidades extremamente densas em todo o mundo. Muitos projetos estão retomando a estética mais formal e industrializada, muitas vezes tornando-se sinônimo da arquitetura moderna, e ainda tentando uma abordagem "única" para os problemas mais urgentes do mundo.
