Uma das formas mais instigantes de aprender sobre a cidade é através de filmes e séries. A seguir, Anthony Ling, da plataforma Caos Planejado, compartilha seis dicas de séries online para conhececer comunidades brasileiras, cidades soviéticas e outros cantos do mundo.
Artigos
6 Séries para entender e amar as cidades
Polias e engrenagens: projetos que usam mecanismos manuais para transformar os espaços
Os sistemas mecânicos suportados por dispositivos como polias, engrenagens, bobinas, cabos e contrapesos podem ser muito úteis para impulsionar e transmitir forças, gerando o movimento ou deslocamento de certos elementos de uma maneira relativamente simples, sem a necessidade de envolver energia elétrica. A incorporação desses mecanismos em projetos arquitetônicos gera a possibilidade de alterar manualmente a disposição dos elementos que definem os espaços sob uma perspectiva didática e recreativa.
Fotografias aéreas mostram a desigualdade social refletida no espaço urbano
Em todo o mundo, aglomerados urbanos apresentam, em maior ou menor grau, diferenças sociais e econômicas. Refletidos no espaço, esses desequilíbrios de renda e acesso à educação, saúde, saneamento e infraestrutura geram rupturas mais ou menos visíveis - embora drasticamente sentidas.
Realidade cotidiana para alguns, as desigualdades sócio-espacias podem passar despercebidas aos olhos de outros, sobretudo do nível do chão - do ponto de vista individual que, por definição, não abrange o todo. De cima, a partir de um olho imaginário que enxerga a totalidade das relações, ignorar essas desigualdades seria mais difícil - é isso que nos apresenta a série Unequal Scenes, do fotógrafo sul-africano Johnny Miller.
Romênia reinventada: projetos culturais construídos para a modernidade
A arquitetura moderna da Romênia funde perspectivas globais com tradições locais. Dos estilos pré-modernos ao trabalho pós-revolução que começou no início dos anos 90, o ambiente construído do país é incrivelmente diversificado. De cidades como Bucareste a Cluj-Napoca e Timisoara, projetos modernos estão sendo criados entre estruturas históricas.
A imagem fala: ou, por que precisamos ir além dos renders
A arquitetura, do mesmo modo que qualquer outra profissão, necessita de ferramentas específicas para acontecer. Como o poeta usa a caneta e o carpinteiro o serrote, o arquiteto também usa alguns instrumentos para traduzir suas arquiteturas imaginárias em paredes, chão e teto. A complexidade, porém, da arquitetura exige mais que caneta e serrote, muito mais que régua e prancheta; atividade coletiva e realizada e múltiplas etapas, até que se faça a arquitetura propriamente dita – aquela concreta – há passos que devem ser seguidos e, para cada um deles, as ferramentas mais adequadas.
Na arquitetura não há quem não tenha fracassado. Dito de outro modo, não há arquiteto ou arquiteta que tenha conseguido, todas as vezes, transformar as ideias em espaço concreto, construído. Aliás, essa espécie de “fracasso” é muito recorrente na profissão; o longo e intrincado processo necessário para trazer uma ideia ao mundo das concretudes faz com que a maior parte de nossos projetos permaneça apenas projeto. Assim, lidamos boa parte do tempo com representações – ou apresentações, já que não existe um referencial concreto a ser re-apresentado.
Aquários contemporâneos, uma experiência mística da vida marinha
Aquários são construções com um programa bastante específico que têm como objetivo oferecer aos visitantes uma experiência quase mística: observar de perto a vida marinha. Com uma programação diversificada, muitas vezes incluem instalações para reabilitação e conservação, bem como espaços educacionais para apoiar o aprendizado e a descoberta. Hoje, os aquários modernos oferecem vislumbres da vida aquática tanto acima quanto abaixo da água.
Após o coronavírus, o que será do paisagismo?
A crise urbana traz muitos desafios, mas também apresenta oportunidades para os arquitetos paisagistas ajudarem a construir espaços verdes e cidades mais justas.
Como um morador de Los Angeles que não dirige, andar pela cidade a pé e de bicicleta sempre me fez sentir como se todos os lugares fossem meus.
Mas, nos últimos dois meses, os habitantes têm frequentado mais as ruas, como se todos tivessem descoberto pela primeira vez, que são capazes de explorar a cidade sem carro. Embora a maioria das praias e trilhas da cidade tenham sido fechadas, mesmo sendo reabertas, desde então, notei que o rio Los Angeles se tornou o novo "ponto de referência" da cidade, como um ponto de encontro, socialmente distante. Em uma cidade que não possui parques públicos adequados, as pessoas estão transformando qualquer pedaço de grama ou calçada - seja um pátio de uma escola, um canteiro central ou um trecho de concreto ao lado de um estacionamento - em um local de alívio da loucura.
Os tijolos de vidro estão voltando, novamente, à arquitetura
Em 1977, um artigo do The New York Times escrito por Carter B. Horsley proclamava “o auge dos glamorosos tijolos de vidro”: antes um material “de segunda categoria”, os tijolos de vidro começavam a ganhar aceitação entre arquitetos em projetos residenciais e de restaurantes por sua translucidez, privacidade, interesse visual e senso de ordem. Após o uso breve, mas generalizado, de tijolos de vidro, muitos agora associam o material a estilos arquitetônicos desatualizados dos anos 80, uma estética que poucos parecem interessados em reviver. No entanto, arquitetos contemporâneos pioneiros começaram a usar esse material exclusivo de maneiras novas e distintamente modernas, seja para banheiros elegantes e minimalistas, bares e restaurantes industriais, janelas residenciais vintage ou até fachadas urbanas experimentais. Como Horsley afirmou, parece que os tijolos de vidro glamourosos estão no auge - de novo.
Perdendo a escala: aeroportos vistos de cima
Em diversos momentos da história, a escala humana e a aproximação dos edifícios à dimensão sensível e vinculada ao corpo foram valores perseguidos pelos arquitetos e objeto de reflexão dentro da produção teórica do campo. Embora seja uma virtude que um espaço possa ser apreendido em uma relação direta entre pessoa e construção, existem situações, e mais do que isso, algumas escalas de projeto, que só podem ser percebidas a partir de um olhar mais distanciado.
Os novos desafios para a preservação do patrimônio histórico em Havana
Havana é um deleite para aqueles que romantizam a idéia de uma cidade que parece ter parado no tempo. O tecido urbano da capital cubana ostenta orgulhosamente as marcas de sua história, desde a sua fundação pelos espanhóis, a influência da arquitetura mourisca e posteriormente, soviética. Mas além deste imaginário kitsch que permeia este pequeno país insular no meio do Caribe, caracterizado por uma arquitetura colorida e veículos majoritariamente dos anos 50, o que fica evidente quando se visita Cuba por primeira vez, é a privação que o país experimentou ao longo de sua história.
Conheça alguns dos maiores estúdios de visualizações de arquitetura do mundo
Em um mundo dominado por imagens, nosso modo de fazer e consumir arquitetura está se tornando cada dia mais dependente do visual. Deste modo, ferramentas de representação estão passando a desempenhar um papel cada vez mais decisivo na forma como concebemos e desenvolvemos nossos projetos. Em muitos casos, escritórios de arquitetura se vem compelidos à buscar ajuda, voltando-se à experientes estúdios de modelagem e renderização 3D para poder retratar mais fidedignamente seus conceitos e ideias.
Uma breve história da fotografia de arquitetura
A partir dos primeiros experimentos realizados pelo francês Joseph Niépce em 1793, e de seu primeiro teste de maior sucesso em 1826, a fotografia tornou-se objeto de exploração e recurso de registro de momentos vividos e lugares do mundo. Dentro do amplo espectro da produção fotográfica ao longo da história, em vários casos a arquitetura desempenhou papel protagonista nos registros, seja pela perspectiva da fotografia enquanto arte, documento ou, como foi muitas vezes, instrumento de construção de cultural.
Com grande autonomia enquanto prática e debate particular dentro desse tema, a fotografia de arquitetura tem a capacidade de reiterar uma série de aspectos expressivos das obras retratadas, tensionar a relação das mesmas com seus entornos, propor leituras específicas ou genéricas dos edifícios, entre outras possibilidades de investigação.
Tiny Houses como transição para moradores em situação de rua
A questão do déficit habitacional assola praticamente todos os países. Segundo um estudo da McKinsey Global Institute, 330 milhões de famílias urbanas em todo o mundo carecem de uma moradia decente ou os custos da moradia são tão pesados que elas precisam renunciar a outras necessidades básicas, incluindo alimentação, assistência médica e educação para os filhos. Segundo a WRI (World Resources Institute), estima-se que 1,6 bilhão de pessoas carecerão de habitação adequada até o ano de 2025.
Resolver esse problema é, compreensivelmente, complexo. Ter uma boa moradia significa muito mais do que simplesmente ter um teto sobre a cabeça. Uma boa moradia é essencial para a segurança física e financeira, a produtividade econômica e o bem-estar humano. Além do conforto adequado, é essencial que essas casas sejam integradas à cidade, empregos, infraestrutura e serviços urbanos. Para as pessoas que vivem na rua, essa questão é ainda mais delicada. Entre muitas outras necessidades, ter um lugar para estruturar uma vida é essencial para avançar e prosperar. Um projeto que enfrenta esse problema é o Emerald Village Eugene (EVE), uma comunidade de micro-habitações acessível com um modelo único de moradia estruturado para permitir que os moradores façam a transição das ruas.
Documentário mostra o fenômeno das sacadas improvisadas na Ucrânia
Aproveitando-se da falta de regulamentação e fiscalização no país, muitos ucranianos desenvolveram formas criativas —e não menos ilegais— para lidar com o problema da falta de espaço em seus apartamentos, estruturas majoritariamente construídas em tempos de união soviética. Este é o plano de fundo do curta metragem Enter Through The Balcony, um documentário dirigido pelo diretor ucraniano Roman Blazhan que explora um dos principais fenômenos da arquitetura ucraniana nos dias de hoje, apresentando um panorama completo do atual contexto econômico, social e cultural da Ucrânia pós-soviética.
Além de revelar uma postura singular em relação ao espaço privado versus espaço público, a forma com que os ucranianos se apropriam destes espaços improvisados denuncia também os antagonismos de um projeto universalizante e a liberdade individual e de expressão, uma contrariedade que ainda hoje permeia a vida de muitas pessoas que habitam em estruturas similares em países do antigo bloco soviético.
As estátuas mais altas do mundo (e o que elas representam)
Espalhadas nas cidades e marcando pontos de referência na paisagem, o que representam as estátuas mais altas do mundo?
Arquitetura Japonesa – uma análise do Pavilhão KOHTEI
A forma de organizar um espaço reflete os princípios de uma cultura. Para entender a arquitetura japonesa, é necessário olhar para sua cultura, compreender seus princípios e explorar seus significados considerando as noções do visível e invisível.
Cabanas e retiros de final de semana: um panorama da arquitetura contemporânea tcheca
Profundamente enraizada em uma paisagem natural exuberante e diversa, a arquitetura tcheca pode ser caracterizada por sua busca incessante em construir novas relações entre o espaço construído e não construído. Habitando o coração do continente europeu, a República Tcheca é um país de vasta e rica história, carregando um legado enorme que chega até os tempos em que era conhecida como o Reino da Boêmia. Atualmente, arquitetos e designers tchecos buscam inspiração nesta paisagem montanhosa permeada por florestas e pontuada por lagos e cidades históricas, construído uma arquitetura intimamente conectada com a sua paisagem.
Todos os pavilhões brasileiros que já participaram das Exposições Internacionais
As Exposições Internacionais têm sua origem no século XIX, quando em Londres (1851), sob o título de Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações, reuniu-se um conjunto de produtos manufaturados de diversas nações em um esforço de servir de vitrine para os avanços da técnica e, mais tarde, da indústria, em um momento de conjunção e compartilhamento das iniciativas das várias partes do mundo.
7 Escritórios de arquitetura emergentes na Europa
A New Generations é uma plataforma dedicada a descobrir e promover o trabalho de arquitetos jovens e emergentes no cenário europeu, proporcionando um espaço de troca e aprendizado, voltado tanto aqueles que se dedicam a prática quanto a teoria na arquitetura. Desde a sua fundação em 2013, a New Generations trouxe à público mais de 300 escritórios promissores de arquitetura, apresentando um cenário diversificado de studios e ateliês dedicados às mais diferentes atividades culturais, promovendo festivais, exposições, chamadas abertas, entrevistas e oficinas.
A New Generations lançou recentemente uma nova plataforma na qual oferece um espaço único onde arquitetos de toda Europa podem se reunir para trocar idéias, e por que não, construir novas redes de trabalho colaborativo. Projetos de todo o tipo, oportunidades de emprego, idéias, notícias e perfis de escritórios serão publicados todos os dias na nova plataforma da NG. A seção 'perfis' é um convite àqueles indivíduos e coletivos que pretendem se juntar à esta rede de escritórios emergentes, proporcionando uma oportunidade única para que estes se engajem e fortaleçam a comunidade européia de jovens arquitetos.
Pensando nisso, o ArchDaily decidiu apoiar a causa da New Generations, publicando a cada duas semanas uma seleção dos principais perfis de escritórios emergentes de arquitetura da New Generations.
Cozinhas monocromáticas: 3 estratégias projetuais com uma única cor
Um ambiente monocromático é um espaço em que a maioria de seus elementos é de uma única cor. E, embora seja muito comum as cores escolhidas serem em preto e branco, devido à sua neutralidade, é possível usar qualquer paleta de cores, aproveitando seus infinitos tons, subtons ou matrizes.
Espaços públicos: lugares de protesto, manifestação e engajamento social
Por definição, “espaço público” é uma terminologia que aborda a noção de propriedade da terra, sugerindo que esse não pertence a ninguém em particular, mas ao próprio estado e portanto, a todos e cada um de nós. Isso significa que a manutenção destes espaços é uma obrigação que recai sobre as administrações públicas, seja em âmbito municipal, estadual ou federal. Abertos, gratuitos e acessíveis, espaços públicos encontram a sua relevância não apenas em suas definições legais, mas principalmente quando assumem um papel ativo em direção à mudança.
Espaços públicos são lugares de protestos e manifestações – poderosas ferramentas de expressão social e transformação política. Desde a marcha em Washington por melhores oportunidades e liberdade de expressão em 1963, passando pela Primavera Árabe em 2010 até a mais recente onda mundial de manifestações em defesa da vida e contra toda forma de discriminação racial, historicamente, espaços públicos operam como uma importante ferramenta de transformação social. Em momentos como esse, enquanto ainda precisamos “ir às ruas” para lutar por nossos direitos, para nos fazer ouvir e sermos vistos, os espaços públicos finalmente voltam à estar no centro das atenções – lançando uma nova luz sobre o seu importante papel na construção da identidade coletiva e como ferramenta de expressão social.