Desde 20 de março, com o objetivo de proteger a saúde pública e reduzir a transmissão do COVID-19 no território argentino, o país decidiu decretar isolamento social, preventivo e obrigatório. Por meio dessa medida, todas as pessoas que vivem no país ou nele permanecem temporariamente devem permanecer em suas casas, abstendo-se de ir aos seus locais de trabalho, frequentar espaços públicos ou viajar.
A reestruturação da vida urbana já é notável: todos os eventos culturais, recreativos, esportivos e religiosos foram cancelados. Quando os cidadãos reduziram seus deslocamentos ao mínimo essencial, os espaços para reuniões, como praças e parques da cidade, ficaram desertos. Agora que as ruas estão vazias, as varandas se tornaram as novas plataformas de interação social e um espaço de celebração e protesto.
Com a crescente abertura de arquivos digitais e a disseminação de recursos virtuais, iniciativas visando a formação (cursos, treinamentos, tutoriais) e o lazer (documentários, livros digitais, visitas virtuais) online vêm ganhando grande destaque. Na última década, o Google Street View tem sido uma ferramenta muito prática para percorrer cidades e regiões metropolitanas de todo o mundo, no entanto, mais recentemente, os avanços tecnológicos e a colaboração do usuário na coleta de dados e informações têm contribuído para a evolução dos registros, levando as câmeras para os interiores de alguns edifícios icônicos.
Assim como os elementos arquitetônicos que compõem e conformam o espaço construído – piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de conformar os espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais. Segundo Benedito Abbud, “O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel” [1],
Nesta segunda parte de nossa série buscaremos exemplificar de maneira prática a conceituação e utilização dos marcos visuais, eixos, escalas, visadas e sensorialidade em um projeto paisagístico.
No ano passado, o Prêmio Mies van der Rohe foi outorgado a um projeto de reforma de um edifício de habitação social, trazendo à tona a relevância da reabilitação física e moral dos blocos habitacionais construídos no período do pós-guerra em praticamente todas as cidades da Europa.
Ao contrário do que podemos acreditar, a perda de audição nem sempre é congênita. Mais cedo ou mais tarde isso pode acontecer com todos nós. Segundo a OMS, quase um terço das pessoas com mais de 65 anos sofrem de perda auditiva incapacitante. A perda auditiva é mais uma "diferença" do que uma "deficiência". Embora as demandas espaciais das pessoas com impedimentos auditivos não sejam tão marcadas como espaços para cegos ou para aqueles com mobilidade reduzida, a redução da capacidade auditiva implica uma maneira específica de experenciar o ambiente. É possível aprimorar essa experiência através do projeto de interiores?
O pátio é um elemento arquitetônico essencial em muitas culturas. No Brasil, encontramos exemplos dele tanto em edifícios antigos de influência portuguesa como na arquitetura moderna do século passado. Seu uso é frequentemente associado a benefícios bioclimáticos - melhorias na ventilação e iluminação naturais nos espaços internos - mas ele pode conotar muito mais do que isso. O vazio que representa, uma subtração no volume construído, pode estabelecer relações geométricas e visuais inesperadas e estimular diálogos cruzados entre diferentes partes do edifício.
No México, 40 milhões de pneus usados são jogados fora todos os anos e apenas 12% são reciclados. Pneus são um resíduo de difícil manuseio, devido ao grande volume produzido, sua durabilidade e aos seus componentes que são prejudiciais ao meio ambiente. Segundo especialistas, no México cerca de 5 milhões de pneus são reciclados em produtos orgânicos e na indústria de cimento.
A pandemia de COVID-19 está nos mostrando mais uma vez a importância da prática profissional da arquitetura em situações de emergência. Atualmente, estima-se que 900 milhões de pessoas estão sendo forçadas à trabalhar de casa por causa do vírus, enquanto a maioria dos hospitais ao redor do mundo está enfrentando dificuldades para atender à todos os pacientes infectados. Por outro lado, esta não é a primeira vez que abrigos emergenciais se tornam uma prioridade e até mesmo uma urgente necessidade. Estruturas temporárias, historicamente, serviram à uma série de diferentes crises humanitárias. Esta pandemia não é a primeira e tampouco será a última vez que precisaremos delas.
Nas últimas semanas, a equipe editorial do ArchDaily Brasil realizou uma série de entrevistas com diferentes arquitetos e escritórios brasileiros com o objetivo de entender suas respectivas produções e processos criativos, bem como o uso de determinados materiais, técnicas construtivas e peculiaridades no desenvolvimento de alguns projetos em destaque dentro de seus portfólios. Posto isso, com o período de quarentena decorrente da pandemia de coronavírus, reunimos estas recentes entrevistas para que aproveite os dias em casa para assistí-las. Veja a seguir:
Cerca de 14% da população de Porto Alegre, quase 200 mil pessoas, moram em favelas, os chamados “aglomerados subnormais” do IBGE. Estas pessoas normalmente não têm assegurado seu direito de propriedade, não têm acesso a serviços e utilidades públicas básicas como saneamento, redes de drenagem ou iluminação pública. Em torno de 4 mil pessoas vivem em situação de rua. O sistema de transporte coletivo da cidade, que chega a transportar mais de 20 milhões de passageiros por mês, enfrenta a pior crise da sua história, com operações insustentáveis. Nossos espaços públicos são tomados por automóveis, cujos motoristas usufruem do privilégio de estacionar gratuitamente nas vias. Os contêineres de lixo, que deveriam receber apenas resíduos orgânicos e rejeito, recebem de tudo, inviabilizando a coleta adequada na cidade.
Com empreendimentos residenciais oferecendo células habitacionais cada vez menores, aumenta o desafio de arquitetos e designers de interiroes no desenvolvimento de soluções compactas e multifuncionais aos projetos de interiores. Por esta perspectiva, é cada vez mais comum que profissionais debrucem sobre suas pranchetas na criação de soluções criativas de marcenarias e mobiliários multifuncionais que permitam que o espaço transforme-se completamente em poucos segundos, tais como armários e estantes estratégicas no suprimento da falta de espaços de armazenamento; móveis deslizantes sobre trilhos ou roldanas; armários que transformam-se em camas através de rotação vertical; gavetas em degaus de escadas; entre outros.
Considerados marcos paisagísticos por suas imponentes dimensões, os gasômetros surgiram no contexto da Revolução Industrial e estiveram presentes em muitas cidades ao redor do mundo, acompanhando seu processo de urbanização. Com as mudanças na geração e distribuição de gás na segunda metade do século XX e surgimento de novas tecnologias, os gasômetros foram gradualmente desativados. Embora muitos tenham sido condenados à demolição nos últimos anos, muitos também ainda permanecem no tecido urbano e são testemunhas de um passado industrial. Seu potencial para intervenções arquitetônicas, artísticas e paisagísticas nos leva a questionar quais seriam as possibilidades para seu futuro.
O pensamento arquitetônico em relação às obras com programas de infraestrutura, tendem, em geral, a balizar sua reflexão nas questões relativas à implantação, organização de fluxos, dinamização e boa articulação de seu uso, uma vez que costumam ser projetos ligados a um grande contingente de usuários e múltiplos usos simultâneos. Embora a grande escala seja certamente um norte inevitável para esse tipo de programa, em alguns casos, pensar em formas de ambientar as áreas internas destas construções é uma demanda tão importante quanto, sobretudo em casos como os dos aeroportos, locais onde a espera e a pausa são atividades contínuas e impostas a praticamente todos os usuários.
À medida que cresce a preocupação com a contribuição dos combustíveis fósseis ao aquecimento global, a energia solar é uma fonte de energia cada vez mais atraente devido às suas emissões zero e suprimento infinito. À medida que os construtores passam a incorporar sistemas de energia solar em seus projetos, muitas opções estão disponíveis para aproveitar a energia do sol em instalações comerciais e industriais. Enquanto o curso da AEC Daily sobre "O bom, o mau e o feio" (The Good, the Bad, & the Ugly) dos sistemas solares fotovoltaicos possa não ser um espaguete ocidental dos anos 60, ele o guiará pelo oeste selvagem dos processos e opções de instalação.
"(...) Pessoalmente, gosto de ter limites. Penso que para os que têm poucas habilidades seria muita liberdade. Quando se tem menos limites deve-se tomar mais cuidado. (...)"
A pouco mais de dois meses, a cidade chinesa de Wuhan surpreendeu o mundo ao construir um hospital em menos de dez dias. Com capacidade para mil novos leitos, trinta unidades de terapia intensiva e uma dezena de salas de isolamento, o Hospital Wuhan Huoshenshan foi construído às pressas por uma equipe de mais de sete mil trabalhadores em resposta à emergência sanitária causada pelo COVID-19. Pouquíssimas pessoas estavam preocupadas ou sequer conscientes daquilo que estava acontecendo do outro lado do mundo naquele momento. Mas tudo mudou muito rapidamente e hoje, com um saldo de meio milhão de casos positivos e mais de vinte mil mortes confirmadas no mundo todo até o dia 26 de Março, a escassez de recursos – e de espaços adequados para o atendimento básico e intensivo – nos centros médicos da maioria de nossas cidades está começando a ser um problema real, e muitos países estão começando a se preparar para o pior.
Ao projetar um espaço residencial, seja através de uma nova construção ou da reforma de um espaço existente, uma casa, um refúgio ou um apartamento, certamente o espaço da cozinha pode ser o mais complexo, uma vez que carece de uma série de mobiliários com funções específicas, eletrodomésticos, pontos de elétrica e hidráulica, e sobretudo, diferentes manobras e tarefas que serão realizadas e que devem ser consideradas.
Nos momentos em que as pessoas passam mais e mais tempo dentro de suas casas, escritórios e outros espaços fechados, é importante garantir que estamos oferecendo ambientes seguros e saudáveis, especialmente em interiores projetados para crianças e idosos. Existe um composto químico que ganhou popularidade nos últimos anos, pois está presente em vários materiais que moldam os espaços em que habitamos, influenciando diretamente a qualidade do ar que respiramos: o formaldeído.
A preocupação de criar ambientes acusticamente confortáveis não é apenas um requisito para salas de concerto e estúdios de gravação. Os níveis de ruído causados por diferentes atividades podem ser irritantes, ainda mais se isso ocorrer em nosso local de descanso, o que pode até ser prejudicial à saúde.
A medida que a pandemia de coronavírus continua a se espalhar rapidamente pelos quatro cantos do planeta, levantando uma série de questionamentos e perguntas ainda sem respostas, a única resolução possível para este momento para a maioria dos países afetados (e até agora a nossa mais eficaz arma para combater a disseminação do vírus), foi a implementação de medidas de quarentena à população. O isolamento social serve para evitar a circulação do inimigo invisível, minimizando as possibilidades de contágio. Como resultado de tais medidas restritivas, espaços públicos e privados foram fechados, muitas vezes, por tempo indeterminado. Tais medidas, recebidas inicialmente com certo ceticismo e depois com certa resignação, não apenas têm se mostrado bastante eficientes na diminuição de novos contágios e consequentemente das mortes, mas também provocaram um alvoroço no cenário econômico mundial, levantando uma pergunta com duas conotações bem diversas: e agora? o que vamos fazer? Enquanto alguns se perguntam como seguir trabalhando neste momento de contenção, milhões de pessoas se perguntam se terão o que comer no dia seguinte.
À medida em a China anuncia o fechamento de hospitais temporários em Wuhan em decorrência da diminuição dos casos de COVID-19 e estabilização da pandemia, países do ocidente assumem posturas cada vez mais restritivas para impedir que a epidemia se alastre. Em face das políticas de quarentena e isolamento impostas por autoridades do mundo todo, perguntamos aos nossos leitores como o coronavírus está afetando o cotidiano dos arquitetos. As respostas ajudam a compor um quadro geral do clima instaurado pela pandemia - e o modo como estamos lidando com ela.
Ao longo dos últimos anos Cingapura tem se firmado como um dos mais importantes centros de design e arquitetura do mundo todo. Como cidade-estado e país insular do Sudeste Asiático, a Cidade do Leão conta com uma amplo e invejável portfólio de obras de arquitetura contemporânea, parques e marcos urbanos. Embora muitos arquitetos já estejam familiarizados com algumas de suas mais famosas estruturas como o Aeroporto Jewel Changi de Moshe Safdie ou o The Interlace do OMA, a cidade de Cingapura não para de investir em arquitetura de qualidade, e para que você não perca de vista o que está acontecendo do outro lado do mundo, organizamos uma lista com as mais recentes novidades no mundo da arquitetura em Cingapura.
Em períodos de pandemias, como a que enfrentamos agora com o COVID-19, a quarentena é uma medida fundamental para conter os riscos à população e não sobrecarregar o sistema de saúde. Nestes momentos de reclusão, são comuns a revisão de hábitos e os questionamentos sobre o modelo de vida que levamos. Como arquitetos, um dos desafios da profissão é projetar locais que satisfaçam as necessidades básicas comuns a todos, mas também as especificidades de cada indivíduo, de forma que as residências deem conta de abarcar o necessário para a vida cotidiana durante tempo indeterminado.
Em 2018, a ONU divulgou um artigo afirmando que 55% da população mundial já vivia em áreas urbanas, prevendo que em 2050 esse percentual chegará a 68%. Essa tendência à maior urbanização traz consigo várias implicações em relação à degradação ambiental e à desigualdade social. De acordo com a National Geographic, o crescimento urbano aumenta a poluição do ar, põe em perigo as populações de animais, promove a perda de cobertura urbana de árvores e aumenta a probabilidade de catástrofes ambientais, como inundações repentinas. Esses riscos à saúde e fenômenos catastróficos podem ter maior probabilidade de afetar as populações mais pobres, pois as cidades maiores geralmente demonstram taxas mais altas de desigualdade econômica e o crescimento descontrolado tende a produzir distribuições desiguais de espaço, serviços e oportunidades.
Para mitigar esses efeitos negativos da urbanização, arquitetos vêm priorizando cada vez mais a sustentabilidade e a maximização do espaço disponível - permitindo que mais pessoas ocupem menos espaço com uma área menor.