Se muita expectativa é criada durante o desenvolvimento de um projeto de arquitetura, o qual muitas vezes representa a materialização de um sonho profissional ou de um novo lar para uma família, e, se mesmo apesar de todo planejamento, inúmeros imprevistos e dores de cabeça podem ocorrer durante as fases de execução, após muitos orçamentos, cronogramas e atrasos, com a finalização da obra e ocupação do imóvel, costuma parecer que a jornada, finalmente, chegou ao fim.
No entanto, mesmo com os trabalhos aparentemente concluídos e a sensação de dever cumprido, é provável que arquitetos e clientes ainda precisem alinhar alguns pontos ou solucionar algumas questões que surjam pelo caminho. Mas então, diante desse cenário, quais são as responsabilidades do arquiteto após a ocupação do imóvel pelos proprietários?
O Brasil produz cerca de 150 milhões de metros cúbicos de madeira por ano. Devido à ampla variedade de espécies de árvores no país, os designers que buscam materiais naturais e de origem local têm diversas opções à disposição. Por esse motivo, não é surpresa que a madeira seja um elemento comum em casas tradicionais e contemporâneas do Brasil, sendo usada tanto na construção como na criação de superfícies decorativas.
A beleza dos padrões de fibras da madeira, combinada com paletas de cores quentes, ricas e variadas, faz com que a madeira seja um material muito procurado para compor espaços interiores, ao mesmo tempo em que oferece a resistência e estabilidade necessárias para pisos e estruturas. Sua coloração natural e apelo estético permitem uma abordagem simples e minimalista, conferindo aos espaços uma sensação atemporal.
Quando o próximo projeto ocorre num antigo edifício, é comum encontramos plantas compartimentadas, espaços com pouca luz e circulações intricadas que dificultam a fluidez que a vida contemporânea pede. Deste modo, na hora de reformar, arquitetos tendem a fazer intervenções cirúrgicas ao demolir algumas paredes. Uma solução capaz de resolver diversos dos problemas apresentados, mas que deve seguir um cuidadoso planejamento para manter a obra em pé. E, neste caso, um dos recursos mais adotados é o reforço estrutural.
O protesto é uma ferramenta poderosa para gerar mudanças e os espaços públicos sempre foram uma plataforma para o engajamento social nas sociedades. No dia 15 de setembro foi comemorado o Dia Internacional da Democracia e para celebrar a data examinamos a África, os protestos emergentes do último ano e como os cidadãos de vários países africanos contestam a justiça política, exigem melhores condições de vida aos governos e questionam a soberania de suas nações.
Com manifestações que vão desde grandes marchas organizadas até movimentos espontâneos menores, os habitantes desses países ocupam os espaços públicos de maneiras simbólicas e significativas para amplificar suas vozes. Esses espaços incluem praças públicas com significado cultural e histórico, edifícios políticos ou áreas de protesto improvisadas, como estradas e locais abertos. Por meio disso, as cidades africanas mostram como as pessoas tornam esses espaços seus e como o poder de sua confluência não pode ser ignorado ao revelar a essência democrática dos espaços públicos.
A madeira engenheirada tem emergido como uma alternativa sustentável para substituir os componentes de concreto nas construções, uma vez que este contribui, sozinho, para 8% das emissões globais de CO2. Com variados exemplos nas mais distintas escalas e programas, este material tem se mostrado promissor para revolucionar a indústria, agregando eficiência, resistência e conforto. Mesmo quando lidamos com processos altamente padronizados e eficientes na fabricação das peças estruturais, sempre há espaço para aprimoramento e redução de desperdícios. Principalmente porque o processo industrial tradicional de serrar os troncos em partes pode gerar resíduos substanciais.
É nesse contexto que surge o A.I. Timber, um material de construção inovador projetado para minimizar o desperdício, ao preservar os contornos naturais das árvores. No lugar dos métodos convencionais de serrar troncos únicos em placas padronizadas, A.I. Timber utiliza a Inteligência Artificial de forma engenhosa para encaixar esses troncos como peças de um quebra-cabeça perfeitamente montado. Para entender mais sobre a iniciativa e o futuro deste material, conversamos com Carlo Ratti e Mykola Murashko, que coordenaram o projeto.
Em 2019, quando o mundo estava prestes a enfrentar a maior pandemia dos últimos tempos, o líder indígena, ambientalista e filósofo brasileiro Ailton Krenak lançou o livro “Ideias para adiar o fim do mundo”. O pequeno encarte, com um pouco mais de 80 páginas, não poderia ter surgido em melhor época servindo simultaneamente como alento e como alerta à uma humanidade que via os rumos da história se contorcendo diante dos seus olhos.
O Maximalismo pode ser definido como um movimento estético contrário ao minimalismo. Ao invés de pregar o “Menos é mais” , frase mais famosa do movimento minimalista, no maximalismo a frase da vez é “Mais é mais”.
Dentro das correntes do Movimento pós-moderno, que designa as condições sociais e estéticas que passaram a circular no mundo depois da Segunda Guerra Mundial, o maximalismo pode ser descrito como a ausência de valores e regras, imprecisão pluralidade, mistura do real e do imaginário, espontaneidade e liberdade de expressão.
Ao longo da história da arquitetura, a madeira tem sido um elemento fundamental na evolução do projeto e da construção de edifícios. Desde as antigas estruturas de madeira do Japão até as catedrais europeias medievais, a capacidade estrutural e o apelo estético da madeira deixaram uma marca indelével na civilização humana. Somente na Revolução Industrial é que ocorreu uma mudança significativa em direção aos materiais de construção alternativos, como aço e concreto, relegando o material a um papel secundário na construção. No entanto, à medida que os arquitetos contemporâneos enfrentam as consequências das alterações climáticas, a madeira tem registado um regresso notável, oferecendo uma alternativa ecológica e estruturalmente robusta. Empresas de renome internacional estão centrando seus projetos no potencial da madeira, abraçando a sua rica história e, ao mesmo tempo, aproveitando tecnologias avançadas para criar estruturas inspiradoras e sustentáveis que representam uma mistura harmoniosa de sabedoria histórica e inovação moderna.
O deck é uma palavra que surgiu na língua inglesa para designar o convés dos navios. Hoje, adotamos o termo para nomear as superfícies geradas por tábuas de madeiras, em áreas externas, que podem circundar ou não piscinas, jacuzzis e ofurôs. As soluções podem ser extremamente variadas, tanto que surgiu uma nova modalidade no mercado e que se aponta como possível tendência: o deck molhado.
https://www.archdaily.com.br/br/1007068/deck-molhado-inovando-na-arquitetura-de-piscinasArchDaily Team
A madeira, um material de construção milenar, deixou uma marca significativa na evolução da arquitetura. Estruturas como casas geminadas e antigas catedrais têm testemunhado o uso criativo da madeira como principal material construtivo. Com o avanço da tecnologia e o crescimento vertical das paisagens urbanas, a madeira emergiu como uma forte concorrente do aço e do concreto no projeto de arranha-céus.
Recentes avanços na engenharia, na ciência dos materiais e nas técnicas de construção abriram portas para uma nova era de experimentação, permitindo a construção de arranha-céus de madeira em todo o mundo. Eles representam uma mudança em relação aos métodos tradicionais de construção, combinando funcionalidade com a preocupação com o meio ambiente. A madeira, como material, com sua resistência mecânica e ao fogo, é uma esperança para uma indústria em busca de um futuro mais sustentável.
Arquitetura é uma disciplina multifacetada influenciada por diversas fontes de dados e informações, que desempenham um papel fundamental para moldar a produção arquitetônica. No passado, instrumentos horológicos como o relógio de sol eram usados para obter dados, como o tempo, e obter conhecimento sobre a incidência solar em diferentes épocas do ano e locais geográficos. Isso possibilitou determinar a orientação ideal dos edifícios, resultando em benefícios como melhor aproveitamento da luz solar e maior conforto térmico.
Embora fatores culturais, sociais e até religiosos possam influenciar o projeto arquitetônico, fatores quantitativos são especialmente relevantes ao tomar decisões nas fases iniciais do processo criativo, durante a construção e ao longo do ciclo de vida de um edifício. Portanto, é importante coletar e processar informações relevantes, como localização, incidência solar, capacidade de ocupação, interações dos ocupantes, desempenho energético e emissões de carbono, entre outros aspectos.
https://www.archdaily.com.br/br/1006649/arquitetura-orientada-a-dados-explorando-4-ferramentasEnrique Tovar
Há alguns dias, num belo domingo de sol em pleno inverno, minha esposa e eu resolvemos levar nossos dois filhos pequenos para conhecerem o Parque Villa-Lobos, no extremo oeste da cidade de São Paulo, já quase na divisa com Osasco.
Não é um parque a que costumamos ir com frequência hoje em dia; mas é, sem dúvida, um local que faz parte da nossa memória afetiva. Ela cresceu em Cotia; eu, em Osasco. Ambas as cidades ficam na parte oeste da Região Metropolitana de São Paulo e o Parque talvez fosse o principal espaço público relativamente próximo das nossas casas durante nossa infância e juventude. Temos inclusive algumas fotos de lá no começo do nosso namoro, em 2013, à toa, ora estirados num amplo gramado verde, ora abraçados embaixo de uma árvore florida.
https://www.archdaily.com.br/br/1007014/zeladoria-de-espacos-publicos-a-solucao-e-alugar-o-brasilVitor Meira França
Rayon, uma inovadora ferramenta de projeto online que tem como objetivo criar uma nova abordagem colaborativa para o desenvolvimento de "prédios mundanos" na cidade, foi selecionada como uma das melhores Novas Práticas do ArchDaily 2023. Fundado em 2021 por Bastien Dolla e Stanislas Chaillou, o software de projeto colaborativo reúne profissionais das indústrias de arquitetura, engenharia e construção. A empresa acredita que existe uma "cultura do ordinário" na arquitetura. Essa cultura representa um ecossistema de edifícios que podem parecer comuns ou não são marcos impressionantes na cidade. No entanto, esses edifícios e seus profissionais da construção constituem 90% do tecido urbano e contribuem para a cultura do design que coletivamente dá identidade à cidade. Os fundadores acreditam que as gerações anteriores de software negligenciaram essa cultura e propõem o Rayon como uma nova ferramenta para preencher essa lacuna, aprimorando a colaboração e a ergonomia do usuário.
O Serviço Social do Comércio (Sesc) oferece uma ampla gama de atividades nas áreas de cultura, esportes, lazer, educação, saúde e assistência social. Desde 1946, a instituição também desempenha um papel fundamental na Arquitetura ao trazer edifícios com abordagens inovadoras que priorizam a integração com a comunidade. Arquitetos renomados como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha já assinaram projetos icônicos como as unidades Pompeia e 24 de Maio, que demonstram como o espaço pode ser fundamental para transformar e revitalizar áreas urbanas, e conceber pontos de referência cultural e social nas cidades. São Paulo receberá 12 novas unidades na próxima década e uma delas inaugura ainda nesta semana, a 14 Bis.
A madeira tem desempenhado um papel importante na arquitetura mexicana contemporânea devido à sua versatilidade e conexão cultural com a história arquitetônica do país. Atualmente, a arquitetura do país tem se destacado por sua sensibilidade no design de espaços do dia a dia por meio de diversas técnicas que abordam questões de sustentabilidade, estética e design bioclimático.
Crescendo tanto em tamanho quanto em número, as cidades em todo o mundo estão experimentando uma expansão acelerada. Com áreas verdes sendo regularmente perdidas para a urbanização ou seus efeitos — como o aumento do nível do mar ou desastres ambientais — e populações em expansão trazendo mais bocas para alimentar, as indústrias agrícolas estão em crise. Visto por muitos como solução, a agricultura vertical é a prática de empilhar camadas de cultivos uns sobre os outros, usando a mais recente tecnologia de design e engenharia para produzir mais em menos espaço.
A agricultura tradicional horizontal, no entanto, faz mais pelo meio ambiente do que simplesmente cultivar nossa comida. Os espaços verdes ao ar livre muitas vezes servem como habitats naturais, filtragem do ar e controle de temperatura para a área circundante. Ao levar o conceito de agricultura vertical para o mundo da arquitetura, podemos trazer toda a bondade da fazenda diretamente para nossa porta.
Toda primeira segunda-feira de outubro, celebramos o Dia Mundial da Arquitetura e o Dia Mundial do Habitat, datas que servem como um lembrete para a comunidade global de sua responsabilidade coletiva pelo bem-estar do ambiente construído. Esta edição, assim como nos anos anteriores, lança luz sobre o campo da arquitetura e os desafios enfrentados por nossas cidades, introduzindo novos temas, contemplando o estado de nossas áreas urbanas e propondo estratégias construtivas.
Uma vez que as economias urbanas enfrentaram dificuldades significativas este ano, o Dia Mundial do Habitat promovido pela ONU concentra-se em no tema Economias Urbanas Resilientes: cidades como impulsionadoras do crescimento e da recuperação. Lançando o Outubro Urbano, este evento busca reunir diversos atores para deliberar políticas que ajudem as cidades a se recuperarem após os impactos econômicos duplos causados pela pandemia de Covid-19 e conflitos em todo o mundo. Alinhado a esse conceito, o Dia Mundial da Arquitetura, criado pela UIA em 1985, foca em Arquitetura para Comunidades Resilientes, enfatizando o papel e o dever da arquitetura em promover a existência próspera entre comunidades, ao mesmo tempo em que inicia um diálogo global sobre a interconexão das regiões urbanas e rurais dentro de cada país.
A cada ano, a Trust for Public Land (TPL) emite o ParkScore, que classifica os sistemas de parques das 100 cidades mais populosas nos Estados Unidos. Este ano, a organização também explorou os resultados positivos para a saúde das cidades com as melhores pontuações, analisando mais de 800 programas e práticas inovadoras que integram parques e sistemas de saúde.
https://www.archdaily.com.br/br/1007390/parques-urbanos-deveriam-fazer-parte-do-sistema-de-saude-publicaJared Green
A fruição de um espaço depende de fatores múltiplos: área, iluminação, vista, temperatura, novidade. Em outras palavras, a emoção que se manifesta em uma pessoa dentro de um espaço é resultado de vários dos elementos próprios da arquitetura (intencionais ou não). Da parte do arquiteto, além do cliente ou da proposta, existe uma intenção formal, ou seja, estética, que seja digna do lado artístico da disciplina. O equilíbrio entre essas premissas são a base do pensamento arquitetônico em geral, mas o compromisso com ele é o que norteia a produção do spaceworkers, fundado por Carla Duarte, diretora financeira, Henrique Marques e Rui Dinis, diretores de criação do escritório.
Morar num país tropical significa apreciar momentos ao ar livre. Seja pelo contato com a brisa, a proximidade com a natureza ou para aproveitar o sol. Culturalmente, crescemos acostumados a brincar nos quintais, sentar com família e amigos em varandas, se divertir em churrascos ou apenas contemplar a paisagem ao redor. Para receber ou ampliar esses programas, muitas residências brasileiras adotam o deck de madeira como solução, um espaço versátil que pode receber distintos usos.
A madeira tem sido uma fonte popular de material de construção há milhares de anos. Por meio de processos de serragem, fresagem e outras transformações, várias formas foram criadas e aplicadas em produtos, móveis e arquiteturas. No entanto, esses processos às vezes podem alterar as linhas básicas da estrutura da madeira. Os troncos podem se dividir, os padrões de grãos podem mudar e algumas madeiras, como carvalho e cedro, podem ser facilmente reduzidas, enquanto outras podem se tornar intratáveis. Isso levou à exploração de peças inteiras nas estruturas antigas, como as cabanas feitas com madeira roliça, nas quais as camadas de madeira em diferentes seções transversais formam os perfis da casa. Por meio do projeto, o uso de troncos ou galhos de árvores em sua totalidade pode acentuar as propriedades mecânicas inatas para sustentabilidade estrutural. Embora essas práticas sejam pouco usuais nas técnicas de construção contemporâneas, inovações tecnológicas expandem as perspectivas da construção em madeira na arquitetura.
A crítica mais famosa do espaço desmedido ocupado pelos automóveis foi representada por um cartaz da cidade de Müenster, que compara o espaço ocupado por 60 carros, um ônibus e 72 bicicletas (todos transportando 72 pessoas). A imagem deixa evidente que o espaço ocupado pelos automóveis para transportar o mesmo número de passageiros é espantosamente maior.
Por que pesquisar e inovar em arquitetura? Em uma conversa com a arquiteta Jenny E. Sabin, mergulhamos na ligação crítica entre pesquisa e prática em arquitetura. Buscando o desenvolvimento de um novo modelo, sua equipe incorpora uma abordagem interdisciplinar que introduz conexões entre essas áreas, fomentando a colaboração tanto com cientistas quanto com engenheiros.
Observando o comportamento da natureza, o método proposto integra descobertas biológicas e matemáticas ao processo de design. Após passar por um processo de teste sistemático, essas percepções são aplicadas na fase de design generativo do projeto para criar soluções adaptativas e responsivas de materiais. Analisando suas estratégias de pesquisa e design, mostramos como ela traduz a pesquisa em prática arquitetônica.
A habitação é uma das principais premissas da arquitetura. Para muitos, o abrigo é um de seus denominadores principais. Dentro das cidades, é pauta premente e complexa. De todo modo, as iniciativas de habitação com interesse social tentam dar conta de abrigar uma parcela considerável da população, para garantir que usufruam dessa premissa-primeira da arquitetura: uma casa.