Após uma pausa de três anos, o festival de construção da Hello Wood está de volta para receber estudantes, arquitetos e jovens profissionais de todo o mundo para participar do camp de construção de 10 dias e testar suas habilidades de construção em madeira, além de aprender a participar ativamente do projeto e da construção no próprio local. Pela primeira vez na história do evento, o workshop deste ano acontece em um novo local, uma cratera de uma pedreira de basalto abandonada na montanha Haláp, na Hungria. O workshop também se alinha e apoia o título de Veszprém de Capital Europeia da Cultura de 2023, que também inclui mais de uma centena de outras vilas e cidades em toda a região de Bakony-Balaton. O evento aconteceu entre 6 e 15 de julho, culminando num festival de música de dois dias aberto a todos.
Artigos
Hello Wood testa técnicas de construção para reviver uma pedreira abandonada na Hungria
Urbanismo sustentável: de volta para o futuro?
“A arquitetura do futuro é a volta às nossas origens?”, nos questiona recente reportagem do Canal DW Brasil.
De fato, diante das mudanças climáticas, parece bem razoável voltarmos a valorizar nas construções aspectos como ventilação e iluminação naturais, por exemplo, tal qual se fazia no passado — e, com isto, reduzir o consumo de energia e a produção de gases de efeito estufa.
Explore o futuro da arquitetura com a realidade aumentada
Os softwares de realidade aumentada (RA) têm marcado presença entre as ferramentas profissionais de projeto há algum tempo. Mas o recente lançamento dos óculos Vision Pro da Apple mostra que o setor de dispositivos vestíveis de realidade mista está ganhando espaço também nos mercados de consumo, à medida que uma das maiores marcas mundiais de design e tecnologia entra nesse ramo.
Uma das principais razões para a imensa expectativa em torno da incursão da Apple no hardware de RA/RV é a decisão de posicioná-lo como "computação espacial". Ao utilizar a complexidade da realidade aumentada para aprimorar um setor familiar ao consumidor - a computação pessoal - a marca sediada em Cupertino simplificou toda a experiência, ampliando sua compreensão e apelo.
Construir sem água: um debate sobre a pegada hídrica (e a água da chuva como novo material)
É possível construir edifícios usando menos água? O ArchDaily abriu o debate sobre o tema dos recursos hídricos na arquitetura durante todo o mês de junho, convidando os nossos leitores a participarem da discussão.
Os dados do uso global da água não são encorajadores e o mercado da construção tem uma grande participação no seu consumo. Está na hora de pensar em formas de reduzir esse impacto. A necessidade de projetar edifícios a partir dessa perspectiva nos proporciona uma oportunidade única para explorar alternativas inovadoras e sustentáveis que minimizem ou até mesmo eliminem completamente o uso de água na construção.
Como funcionam as superfícies táteis para cegos?
Teoricamente, a arquitetura é uma disciplina multisensorial que envolve texturas, cores, sombras, sons e aromas. No entanto, na prática, a linguagem visual é frequentemente priorizada para explorá-la, limitando-se principalmente à visão para identificar elementos arquitetônicos e navegar autonomamente em ambientes construídos e contextos urbanos. Portanto, é crucial integrar superfícies de pavimentação tátil na arquitetura.
Cegueira e deficiência visual transcendem ser uma condição ou deficiência; elas representam uma forma alternativa de perceber o ambiente ao nosso redor. Nesse sentido, o toque se torna uma linguagem e um guia fundamental para interagir com a arquitetura. De acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Artigo 9), todas as pessoas têm o direito inerente de acessar o ambiente físico em igualdade de condições com as outras.
De moradia a comércio e vice-versa: a reabilitação de casas e casarões antigos
Ao longo da história da cidade, as edificações passam por mudanças de uso e de programa. Não teria como ser diferente, já que cada época possui suas questões e necessidades específicas. O tipo de moradia, a densidade demográfica em determinadas regiões e os novos comércios e serviços alteram a configuração da cidade, sem que as construções acompanhem as mudanças na mesma velocidade. Sendo assim, a requalificação – ou reabilitação – das construções não só fazem sentido, como também são necessárias.
Como a arquitetura cinética pode melhorar o espaço público?
Os avanços tecnológicos abriram caminho para uma abordagem revolucionária da arquitetura, que envolve responsividade e movimento. Este conceito chamado de "arquitetura cinética" permite que os edifícios se adaptem dinamicamente ao seu ambiente em constante mudança. Hoje em dia, os princípios cinéticos são aplicados para melhorar a sustentabilidade ambiental dos prédios, especialmente por meio das fachadas. No entanto, a arquitetura cinética também tem o potencial de impactar o ambiente construído em outros aspectos. Nos espaços públicos, a arquitetura cinética tem um grande potencial, apresentando oportunidades para torná-los mais acessíveis, inclusivos e amigáveis ao usuário. A introdução de elementos cinéticos nos espaços públicos desafia as suposições tradicionais sobre a arquitetura como um arranjo passivo, inaugurando uma nova era de ambientes urbanos interativos e envolventes.
Projetando sem cliente: 6 casas desenhadas por arquitetos famosos para eles mesmos
Analisar casas que arquitetos projetaram para si mesmos pode abrir perspectivas sobre seu processo de design, prioridades e filosofia. Embora muitas vezes reduzidas em escala, essas residências pessoais oferecem um olhar sobre o processo dos arquitetos e a maneira como eles traduzem suas ideias em espaços habitáveis sem restrições impostas pelo cliente no resultado final. As estruturas também refletem os valores pessoais, estilos de vida e preferências estéticas de seus criadores.
Frequentemente, esses projetos são experimentos e campos de testes para seus próprios princípios de design, ampliando os limites da expressão arquitetônica. Desde Ray e Charles Eames, que acabaram passando suas vidas em uma casa experimental criada para a pré-fabricação, até Frank Gehry, que usou sua casa holandesa colonial em Santa Monica para testar as ideias de desconstrutivismo que mais tarde viriam a definir sua carreira, esses projetos representam uma face diferente do processo de projeto de arquitetos renomados mundialmente.
Neuroarquitetura e "wayfinding" inclusivo: novos caminhos para mentes diversas
Evidências científicas cada vez mais robustas e promissoras podem auxiliar arquitetos e demais projetistas que busquem pelo design inclusivo, levando em consideração as mentes diversas, ou seja, elaborar ambientes construídos que dialoguem com a neurodiversidade. A existência da neurodiversidade sempre esteve presente na humanidade. O termo abrange as pessoas com as mais diversas condições neurológicas e foi criado pela socióloga Judy Singer, em 1999.
O urbanismo tático enquanto processo para projetos urbanos de maior escala
O urbanismo tático é um tipo de intervenção no espaço urbano que vem ganhando destaque e levantando discussões em diversos locais nos últimos tempos. Ele parte da ideia de que ações civis de baixo custo e de pequena escala podem ter um impacto significativo no ambiente urbano, melhorando suas dinâmicas e o cotidiano das pessoas. No entanto, de uma intervenção pontual, temporária ou de escala reduzida, a partir de sua aceitação e reconhecimento, muitas dessas iniciativas extrapolaram suas pretensões iniciais e se transformaram em disparadoras de processos urbanos mais amplos, desencadeando novas atuações que envolvem outros atores, esferas e até o próprio poder público.
Rotas escolares seguras e acessíveis para as crianças: um plano de ação
Em busca de rotas escolares com mais acessibilidade e ações que incluem as crianças na mobilidade urbana, o coletivo Cidade Ativa, em parceria com a IDOM, desenhou um plano de ação baseado no diagnóstico de dois casos da cidade de São Paulo. Disponível gratuitamente e online, o material serve como inspiração para outras cidades que pretendem tornar o espaço urbano mais seguro e acessível.
Pensar fora da caixa: arquiteturas que exploram a versatilidade dos domos
Casas e prédios são um dos primeiros temas que as crianças aprendem a desenhar. A simples disposição de quadrados e retângulos com um triângulo em cima é fácil e eficiente, e rapidamente identificável. No entanto, uma vez que passamos do desenho para a construção, talvez existam maneiras melhores de se erguer uma edificação. Esses cinco exemplos de edifícios, pavilhões e instalações com cúpulas reforçam a ideia de que há uma maneira mais fácil de fazer quando se pensa fora do quadrado.
Teoria de cores de Le Corbusier: explorando a policromia na arquitetura
A obra do arquiteto franco-suíço Charles-Édouard Jeanneret, é, entre muitos outro adjetivos, abrangente. Le Corbusier aventurou-se em escalas desde o desenho de mobiliários a planos urbanos para cidades inteiras, passando pela pintura, projetos diversos e a escrita de livros. Algo que não é tão falado, no entanto, foi a teoria de cores que ele desenvolveu e aplicou a vários de seus projetos arquitetônicos e esforços artísticos. Profundamente enraizada em sua crença de que a cor desempenha papel significativo para evocar emoções e criar ilusões espaciais, a teoria das cores de Le Corbusier foi descrita em seu livro "PolyChromie Architecturtale" (arquitetura policromia), publicado em 1931. Ali, ele introduziu seu conceito e uma gama cuidadosamente curada de cores que pretendiam ser usadas em contextos arquitetônicos específicos.
Cinco países que estão no caminho para chegar a emissões líquidas zero
Até hoje, mais de 90 países estabeleceram metas para emissões líquidas zero, comprometendo-se a contribuir para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Mas permanecem dúvidas quanto à credibilidade de muitos desses compromissos e se essas metas serão de fato cumpridas.
Juntos, os países que estabeleceram metas de zerar emissões líquidas – um grupo de inclui China, Estados Unidos e Índia – são responsáveis por quase 80% das emissões globais de gases do efeito estufa. Além deles, milhares de outras regiões, cidades e empresas também estabeleceram suas metas. Nunca antes tivemos tanta ambição e um momento tão propício para reduções tão profundas nas emissões.
Materiais locais na arquitetura contemporânea: usando o solo para garantir identidade aos edifícios na Nigéria
Em Lagos, uma cidade de tecido urbano complexo, com edifícios históricos e diversas interpretações da arquitetura contemporânea, está sediado o PatrickWaheed Design Consulting (PWDC). O escritório, coordenado por Adeyemo Shokunbi, procura contribuir para uma nova linguagem arquitetônica nigeriana por meio do renascimento de materiais locais. Seus estudos focam no solo local, composto por laterita, que serve de base para acabamentos e corantes naturais, além de apresentar boas propriedades térmicas. Em dois de seus projetos recentes em Lagos — a Mad House e a Mesquita Abijo — o escritório faz uso dos acabamentos em laterita e defende uma linguagem arquitetônica nigeriana baseada no uso inventivo de materiais locais.
O Leblon pode perder seus moradores?
Grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, têm transformado as áreas centrais em regiões com mais habitações, resgatando assim um passado em que havia mais vitalidade. O Rio de Janeiro foi pioneiro ao lançar seu programa Reviver Centro em 2021. Já São Paulo lançou recentemente o Todos pelo Centro, que também pretende “promover ações de transformação no Centro de São Paulo, que tragam uma nova vida em conjunto com memórias e a história da cidade”
Nova Ponte High Line: uma conexão segura e ecológica
Em midtown Manhattan, os cruzamentos de ruas ao redor da entrada do Lincoln Tunnel já foram alguns dos maiores desafios da cidade. Uma confusão de rampas de vias expressas, calçadas perdidas e barreiras de concreto tornavam a esquina da Dyer Avenue com a 30th Street uma área a ser evitada.
Agora, com uma nova conexão suspensa — que custou cerca de US$ 50 milhões — os pedestres podem se mover com segurança nove metros acima do cruzamento. A ponte em forma de L tem 183m de comprimento e vai do High Line ao Moynihan Train Hall.
Processo projetual no cinema: 8 conversas sobre cenários, locações e direção de arte
"Acho que isso aqui não é o Kansas", disse Dorothy ao seu cachorro em "O Mágico de Oz", de 1939, enquanto caminha descobrindo um cenário de fantasia no qual, sem perceber, nos vemos imersos. Desde o primeiro esboço até a construção dos cenários, a direção de arte para cinema requer detalhes cuidadosos para realmente dar vida às ideias e transportar os espectadores.
Nessa combinação de criatividade, pesquisa e colaboração, diferentes cenógrafos e designers falam sobre suas aventuras e processos de projeto. A importância de criar uma visualidade integral, compreender a linguagem, os estilos e traduzir tudo isso para a tela estão reunidos nesta série de oito entrevistas que realizamos com Annie Beauchamp, Luca Tranchino, Felicity Abbott, Jacinta Leong, Alexandra Schaller, Ina Mayhew, Amy Lee Wheeler e Stefan Dechant.
Autoconhecimento mediado pelo espaço: neuroarquitetura a serviço do "mindfulness"
A “atenção plena”, também conhecida como mindfulness, é a prática de se concentrar completamente no presente. Nessa prática meditativa, as preocupações com passado e futuro dão lugar à uma consciência avançada do agora, que inclui o despertar do autoconhecimento mediado pela percepção de sentimentos, sensações e ambiente.
Nesse contexto de despertar para o autoconhecimento, o poder do ambiente construído de servir como local de refúgio não pode ser descartado. Apesar do convívio social ser tão importante para a manutenção da saúde da espécie humana, privacidade e espaços de refúgio também são necessários.
Como incorporar as novas tecnologias no processo projetual?
Embora a indústria da arquitetura e construção tenha avançado nos últimos anos em novas áreas, como inteligência artificial (IA), modelagem paramétrica, realidade virtual (VR) e outras ferramentas de ponta, sua implementação e sistematização no processo projetual ainda caminha em ritmo lento. Em um mundo cada vez mais conectado e em constante evolução, as ferramentas digitais e as tecnologias emergentes estão revolucionando a forma como os arquitetos projetam e constroem, mudando as regras do jogo e ampliando horizontes criativos. Portanto, é necessário continuar debatendo como essas ferramentas estão sendo incorporadas e como seu uso pode ser ainda mais potencializado na disciplina.
O ArchDaily explora, no mês de julho, o tema processo projetual. No âmbito dessa temática, queremos abrir a discussão e ouvir suas experiências, aprender com seus sucessos, desafios, erros — e explorar juntos como essas novas ferramentas estão transformando os modos de fazer arquitetura.