Em 2022 completamos 50 anos da demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe, e desde então, transformamos muitas das ideias de como habitar em coletivo. Veja a seguir uma seleção de projetos habitacionais com implantações que valorizam o encontro e a vida em comunidade.
Artigos
Habitando em coletivo: ideias de implantações para conjuntos habitacionais
Reformas: por onde começar?
Com a escassez de espaços livres, a alta concentração de edifícios vazios em áreas já consolidadas nas cidades e uma conscientização sobre o impacto de novas construções no meio ambiente, cada dia mais as reformas fazem parte da rotina de trabalho do arquiteto e da escolha do cliente. Ao mesmo tempo, muitas vezes elas são sinônimo de surpresas e problemas inesperados durante a obra, causando atrasos e indisposições. Esse texto apresenta quatro estratégias anteriores à obra que podem ajudar a se preparar melhor para esse momento.
Dora Riedel, a primeira mulher a se formar arquiteta no Chile
As mulheres têm sido sistematicamente invisibilizadas na história e ainda mais na arquitetura. Parte do desafio de hoje é corrigir essas lacunas, censura e esquecimento. Com este objetivo em mente foi criada a hashtag #MujerArquitectA e seu primeiro objetivo foi buscar informações sobre a primeira arquiteta formada no Chile.
Em 2017, a equipe empreendeu uma longa e completa pesquisa sobre a mulher por trás desta conquista: não apenas queríamos descobrir quem ela era, mas também quais eram suas motivações e aspirações. Uma vez comprovado que Dora Riedel Seinecke foi a primeira arquiteta formada no Chile, começamos uma busca exaustiva por sua história. Para isso, nossa equipe da Mujer ArquitectA pesquisou em diferentes fontes até chegar ao nome de Andrés Roi Riedel, sobrinho de Dora (filho de Alice, irmã de Dora), que gentilmente se encontrou conosco para dar informações sobre sua tia e nos colocar em contato com as netas de Dora, que estavam fora do Chile. Depois de mais de 80 anos de anonimato, Dora foi resgatada e destacada por nosso grupo de arquitetas.
Como a inclusão de gênero está influenciando o desenho urbano
Na década de 1970, em Berkeley, Califórnia, um grupo ativista dos direitos das pessoas com deficiência, chamado Rolling Quads, começou a desmontar os meios-fios e instalar rampas improvisadas nas calçadas, exigindo acesso para os cadeirantes. Mas, o que as pessoas não esperavam era que os usuários de cadeiras de rodas não seriam os únicos a se beneficiar da intervenção. Logo, pedestres com carrinhos de bebê, compras pesadas, malas ou simplesmente com mobilidade reduzida passaram a usar regularmente as rampas. Da mesma forma, uma cidade com inclusão de gênero funciona melhor para todos. Uma cidade onde todas as minorias de gênero, com idades e habilidades diferentes, podem se locomover com facilidade e segurança, participar plenamente da força de trabalho e da vida pública, levar uma vida saudável, sociável e ativa é uma cidade que melhora a vida de todos.
Questão monumental: como ficam os lugares de memória no futuro das cidades?
Qual é a história que o espaço público da sua cidade conta? Quem são as pessoas homenageadas em monumentos espalhados por ela? Questões como estas levaram a uma série de insurgências nos últimos anos em diversas cidades. As noções de memória e representatividade ampliaram a reflexão sobre qual narrativa construímos em nossos espaços, fato que tem desencadeado numa indagação urbana para o futuro: afinal, o que queremos lembrar (ou esquecer) através dos símbolos que erigimos (ou destruímos) nas cidades?
Como o Japão usa os hotéis cápsula para combinar funcionalidade e sofisticação
O hotel cápsula é tipicamente representativo quando se pensa no Japão, combinando o uso denso do espaço, engenhosidade técnica e uma vibração futurista. Os hotéis cápsula são um dos tipos de hospedagem mais conhecidos e exclusivos no país. Normalmente localizados em torno dos principais centros de transporte público em grandes cidades metropolitanas, eles têm como alvo indivíduos que procuram estadia de uma noite e de baixo custo.
Descanso e contemplação: 21 projetos no México que usam redes para definir os espaços
Um dos elementos não fixos mais representativos das zonas tropicais do México são as redes, pois elas fazem parte da história e da vida cotidiana, representando uma importante peça de mobiliário nas casas. Embora seja verdade que a rede não é originária do México, especula-se que possa ter chegado ao país pela Península de Yucatan e foi adotada em todo o sudeste em áreas cuja temperatura e umidade exigem uma espécie de cama flutuante. No caso da região maia, as redes eram inicialmente feitas de casca de árvore Hamack. Mais tarde, tanto na região mexicana quanto no resto da América Central, a planta de sisal, com fibras mais macias e elásticas, começou a ser utilizada.
Quando a arquitetura embarcou na era dourada da aviação
Quando os primeiros aviões comerciais decolaram, o mesmo aconteceu com a arquitetura. Como muitos outros momentos de avanço tecnológico, o fascínio por voar pelos céus foi uma forte influência para os movimentos de design dos últimos cinquenta anos. Não apenas em termos de como projetamos aeroportos e pensamos na experiência dos passageiros das companhias aéreas, mas na estética da aviação, e como os tecidos, texturas e detalhes sofisticados influenciariam nossas vidas no solo.
Projetando Nova York: soluções para habitações, ferrovias e orla
Nenhuma cidade é como Nova York. Amálgama de diferentes culturas, ela é uma das mais diversas do mundo. Entretanto, Nova York também enfrenta desafios sociais e ambientais que vão desde a necessidade de novas moradias e demandas de transporte até o aumento do nível do mar e tempestades. À medida que a pandemia enfatizou ainda mais a importância da arquitetura e do urbanismo no desenvolvimento da vida pública, as autoridades e os planejadores da cidade estão analisando uma série de abordagens e modelos a fim de reinventar o crescimento urbano.
A varanda: um espaço de transição desaparecendo na Índia
Um antigo conto folclórico indiano narra a história de um semideus, Hiranyakashipu, que recebeu a dádiva da indestrutibilidade. Ele desejou que sua morte nunca fosse provocada por qualquer arma, humana ou animal, nem de dia ou de noite, e nem dentro nem fora de sua residência. Entretanto, para cessar sua trajetória, o Senhor Vishnu assumiu a forma de um ser meio-humano-meio-animal para matar o semideus durante crepúsculo no limiar de sua casa.
Planet City: mundos imaginários como modelos sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas
Liam Young é um arquiteto, designer de produto e diretor que atua na área entre design, ficção e futuro. Young é especialista em projetar ambientes para a indústria cinematográfica e televisiva, com base na crença de que criar mundos imaginários permite nos conectar emocionalmente às ideias e desafios do nosso futuro.
Após os séculos de colonização, globalização e extração econômica e expansionismo sem fim, os humanos reconstruíram o mundo da célula até a placa tectônica. Young sugere em um TED Talk: “E se revertêssemos radicalmente essa expansão planetária? E se nós, como humanos, chegássemos a um consenso global para nos retirarmos de nossa vasta rede de cidades e cadeias de suprimentos emaranhadas para uma metrópole hiperdensa que abriga toda a população da Terra?"
Usando papéis de parede para transformar os interiores
Os papéis de parede estão longe de ser um consenso. Eles podem fazer referência a espaços domésticos antiquados, mas também podem dotar de personalidade um espaço sem graça. E o melhor, isso pode ser feito muito rapidamente e sem grandes custos. Da mesma forma, faz com que não perdurem por tanto tempo e sejam rapidamente descartados e substituídos, tornando-se, portanto, itens transitórios de decoração. Como afirma Joanna Banham, pesquisadora do tema, “O papel de parede é frequentemente considerado a Cinderela das artes decorativas - a mais efêmera e menos preciosa das decorações produzidas para o lar. No entanto, a história do papel de parede é um assunto longo e fascinante que remonta ao século XVI e abrange uma enorme variedade de belos padrões criados por mãos anônimas e por alguns dos designers mais conhecidos dos séculos XIX e XX.” Atualmente, temos visto mais um ressurgimento dos papéis de parede, com inúmeras possibilidades de materiais, padrões e cores e há diversos exemplos de arquitetos que os têm utilizado para criar novas atmosferas aos seus projetos. Neste artigo, delinearemos um pouco sobre a história destes elementos e algumas das opções mais atuais, através de um mergulho no catálogo do Architonic.
Por que devemos criar cidades para crianças
No livro Design of Childhood, a arquiteta e pesquisadora Alexandra Lange afirma que crianças foram consideradas não-pessoas durante quase toda a história da arquitetura da Arquitetura antiga e moderna, sendo excluídas dos processo de criação dos espaços urbanos e interiores. Esse processo acarretou e ainda vem acarretando diversos problemas quando as crianças atingem a idade adulta, já que essas crianças cresceram constantemente vigiadas pelo medo do movimento e dos olhos dos adultos.
A morte das lojas de rua e seu impacto nas cidades
Um endereço ideal pressupõe conveniência, atendimento das necessidades básicas de produtos e serviços a uma simples caminhada. O café da manhã na base do prédio, o “vou ali na farmácia”, o puxar o carrinho abarrotado de frutas, o descer no sábado para cortar o cabelo, o levar o pet na pracinha da esquina. A saúde de uma cidade passa pela frequência de pessoas caminhando em espaços públicos, com senso de comunidade, sensação de segurança, civilidade e capacidade de consumo para as necessidades básicas. E a loja nessa caminhada é um estímulo vital.
Brasil e México se destacam na 4ª edição do Prêmio Oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana
Em novembro de 2022, a Rede de Bienais Latino-Americanas de Arquitetura REDBAAL celebrará seus primeiros 10 anos de existência prolífica e os comemorou convocando a Quarta Edição do Prêmio Oscar Niemeyer de Arquitetura Latino-Americana, o Grande Prêmio ON-04. Em agosto deste ano, foi anunciada a decisão do júri, com os três primeiros lugares reconhecendo o trabalho de arquitetos do Brasil e do México.
As 10 maiores cidades da América Latina em 2022
Hoje, 11 de julho, é celebrado o Dia Mundial da População, um evento anual iniciado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 1990 que visa aumentar a conscientização sobre questões demográficas globais. Uma questão ainda mais urgente hoje: não só seremos dez bilhões de pessoas em 2050, como também dois terços de nós viverão em cidades, segundo relatórios recentes da ONU-Habitat.
Anualmente, o World Population Review avalia o crescimento das cidades e o número de residentes que vivem em áreas metropolitanas para entender as tendências globais em transformação. Embora na lista das 20 cidades mais populosas do mundo encontremos muitas da Ásia, como Tóquio, Delhi e Xangai, ao mesmo tempo, diversas cidades latino-americanas, como São Paulo, Cidade do México e Buenos Aires, também marcam presença. Decidimos, portanto, listar as dez cidades mais populosas da América Latina e, assim, entender seu crescimento e participação no contexto global.
Como o poder do lugar molda as cidades
Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.
Há poucas perguntas mais poderosas que “de onde você é?”. As pessoas se sentem profundamente conectadas às cidades e se identificam com outras pessoas que sentem essa mesma conexão. Em outras palavras, tendemos a entender e vivenciar os lugares de uma forma muito pessoal.
No entanto, para entender o lugar – na verdade, para entender os assentamentos humanos em geral – é importante reconhecer que os lugares não são criados por acaso. Eles são criados com o propósito de promover uma agenda política ou econômica. Cidades melhores surgem quando as pessoas que as moldam pensam de forma mais ampla e consciente sobre os lugares que estão criando.
Os antigos arranha-céus do Iêmen: como o conflito apaga o patrimônio
Arranha-céus são elementos inerentes às cidades contemporâneas. Seja em São Paulo ou Nova York, em Seul ou Dubai, essas estruturas imponentes são onipresentes no tecido urbano e a imagem convencional que se tem delas é de planos de vidro. Isso não ocorre no Iêmen, onde há exemplos antigos que são bem diferentes dos arranha-céus atuais. No centro do país, a cidade de Shibam é cercada por uma muralha fortificada e é o lar de exemplos deslumbrantes de habilidade arquitetônica: casas em torre que datam do século XVI com até sete andares de altura.
Interiores mexicanos: projetos de salas de jantar em casas e apartamentos
Ao longo dos anos, a arquitetura de interiores evoluiu de acordo com as necessidades que foram surgindo mas, sobretudo, com as experiências que procura evocar no usuário. Nos últimos dois anos pudemos testemunhar uma mudança radical e um interesse especial por este tema já que a pandemia obrigou-nos a dar uma atenção específica à configuração dos lugares que habitamos. Isso trouxe consigo projetos muito mais abrangentes que buscam atender ao bem-estar do usuário, combinando cores, experiências sensoriais, tecnologia e elementos naturais que promovem a saúde.
Guadalupe Ibarra, a primeira arquiteta equatoriana
Nascida em 1947 na cidade de Quito, Guadalupe Ibarra se estabeleceu em Cuenca durante sua adolescência graças ao trabalho de seu pai no exército. Ali ela decidiu estudar arquitetura e se matriculou na Universidade de Cuenca em 1963. Estudante de alto rendimento, Ibarra obteve sua graduação em arquitetura em 1970, tornando-se a primeira equatoriana a se formar nesta profissão no país.
O que é arquitetura salutogênica?
Em um hospital, uma única conversa pode trazer boas ou más notícias aos pacientes. Nesse contexto, quando não são levados às pressas para as salas de tratamento, os doentes geralmente se sentem preocupados e estressados com sua saúde. No âmbito hospitalar, os profissionais da medicina têm um dos trabalhos mais extenuantes, com mudanças repentinas nas condições de saúde dos enfermos. A atmosfera geral nos hospitais tradicionais é, portanto, tensa e preocupante, e isso tem um efeito adverso no bem-estar dos pacientes.
As Torres de Babel de Nova York
O mundo está diante de um século urbano. A população mundial está desmoronando nos centros das cidades, pois a indústria e a agricultura precisam de menos humanos, já que a tecnologia substitui a mão humana por máquinas. A população urbana mundial cresceu de 751 milhões em 1950 para 4,46 bilhões em 2021, e crescerá para 6,68 bilhões em 2050.
Enquanto arquitetos e designers querem definir e controlar o futuro de nossas cidades, a realidade imediata da cidade de Nova York, agora, é uma lição sobre o que pode ser nosso futuro. Sua resposta pode ser vista pelo advento da The Tower no tecido de Manhattan.