Arquiteto da Pontifícia Universidade Católica do Chile (2012). Interessado no debate sobre eficiência, materiais e a importância de se conectar com o usuário durante o processo de projeto.
As cidades têm muitas vantagens a seu favor, mas o céu estrelado não é uma delas. O intenso reflexo da iluminação artificial e a poluição atmosférica não permitem que se veja as estrelas do mesmo modo que as vemos em regiões menos povoadas. O fotógrafo Thierry Cohen mostra uma alternativa para isso através de sua série "Darkened Cities".
Conhecemos muito da obra de César Pelli - autor das Torres Petronas de Kuala Lumpur - mas sabemos muito pouco da carreira produtiva e admirável de seu irmão, também arquiteto, Víctor Saúl. Nascido em Tucumán, Argentina, dedicou sua carreira ao desenvolvimento de habitação social, associando com êxito docência, pesquisa, ação participativa e assistência técnica a diferentes comunidades.
Conheça sua interessante visão do ensino de arquitetura no mundo de hoje e da importância do processo e da participação do usuário na redução da pobreza, através de uma série de citações retiradas de uma entrevista com o arquiteto realizada em 2005 por Elena Adobe para a páginaArquisocial.org.
O primeiro Cinema e Arquitetura do ano, apresenta o filme brasileiro "Elevado 3.5" de Maíra Santi Bühler, Paulo Pastorelo e João Sodré, que mostra o mundo das pessoas que vivem ao redor do Elevado Presidente Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, construído na zona central de São Paulo durante a ditadura militar.
Desde o nível da rua aos pavimentos superiores, o espectador é levado por diferentes pontos de vista. Por cima e por baixo do viaduto, sob sua sombra ou à luz da cidade, o documentário se desenvolve através das histórias das personagens que convivem cotidianamente com esta grande estrutura de concreto.
Mais detalhes e trailer do documentário, a seguir.
CALTROPe é uma estrutura modular projetada para promover o crescimento da vegetação de mangue, buscando evitar o desaparecimento de ecossistemas inteiros próximos ao mar e reduzir a perda de terreno cultivável. O ateliê coletivo Szövetség'39, de Budapeste, se associou com um grupo de cientistas para entender como os manguezais atuam como diques naturais e, então, idealizou um sistema modular composto por estruturas semelhantes a cordas que ajudam as plantas resistentes à água salgada a se desenvolver.
O projeto ganhou recentemente o 1º Prêmio no Concurso Internacional de Arquitetura organizado pela Fundação Jacques Rougerie na categoria "Arquitetura e aumento do nível do mar".
O sol é a maior fonte de energia sustentável da terra. Há mais de 30 anos a tecnologia tem nos ajudado a converter esta fonte inesgotável de energia para o funcionamento das nossas cidades, contudo, o movimento da terra sempre tornou difícil a tarefa de absorvê-la plenamente. O projeto Rawlemon, de André Broessel, se volta à produção de uma energia mais limpa, com uma pegada de carbono mais baixa e melhor rendimento no uso e conversão desta energia solar renovável.
O projeto é composto por uma esfera perfeitamente simétrica e transparente - fácil de integrar aos edifícios - que aumenta em 35% a eficiência dos painéis fotovoltaicos tradicionais.
Com vários anos de experiência no ensino e investigação no campo do projeto paramétrico e das geometrias complexas, o instituto ITKE (Institute of Building Structures and Structural Design) da Universidade de Stuttgart desenvolveu recentemente uma estrutura que utiliza folhas termo-moldadas feitas de bioplástico, uma alternativa eficiente que combina reciclagem com a alta maleabilidade do material.
Apresentado recentemente no Arqfilmfest Santiago de Chile 2013, o documentário "Espacio Modular" ("Espaço Modular" - tradução livre), de Bautista Cofré Yáñez e Nicole Ampuero Rodríguez, retrata a chegada do negócio imobiliário à cidade de Valparaíso.
Apesar de ser nomeada Patrimônio da Humanidade no ano de 2003, as lógicas habitacionais modernas foram quebradas em suas colinas, levantando altos edifícios que rompem com a coerência histórica do porto, transformando e deteriorando a cidade. O documentários apresenta mais do que apenas o testemunho de seus habitantes, muitos dos quais já não podem ver o mar desde suas janelas, apenas grandes muros de concreto.
Cientistas da NASA estão trabalhando duro nas investigações da porção de terra mais desconhecida do planeta: a Antártica. A humanidade nunca chegou a ver o continente sem neve e gelo, porém, após décadas de investigação, pode-se agora ver uma representação digital do território que existe por baixo das geleiras. A NASA compilou dados da British Antarctic Survey e as imagens do satélite ICESat para criar a imagem topográfica mais completa do continente branco.
Uma das finalidades do projeto é ajudar a medir o impacto que terá o derretimento da crosta de gelo sobre o resto do planeta, já que graças à compreensão do território, pode-se entender melhor como o gelo se desloca sobre a superfície terrestre do continente.
Construído no topo da montanha mais alta da Europa, Aiguille du Midi, um cubo de cristal oferece as vistas mais incríveis e emocionantes dos alpes franceses. Os visitantes podem caminhar sobre sua superfície transparente e viver a experiência de flutuar sobre a cordilheira a 3.842 metros de altura. O mirante, conhecido como "Into The Void" (No Vazio), foi projetado por Pierre-Yves Chays e abriu suas portas para visitação há algumas semanas.
Mais imagens e um vídeo do conceito do projeto, a seguir.
Hoje em dia 50% da população mundial vive em zonas urbanas e no ano 2050 esta porcentagem aumentará para 80%. A vida nas grandes cidades é atrativa e problemática ao mesmo tempo. Hoje enfrentamos o auge do petróleo, o câmbio climático, a solidão e graves problemas de saúde devido ao nosso estilo de vida. Mas por que isso acontece?
Jan Gehl, arquiteto e professor dinamarquês, estudou o comportamento humano nas cidades durante 40 anos. Documentou como as cidades modernas repelem a interação humana e garante que podemos começar a construir cidades de uma maneira que as necessidades humanas da inclusão e intimidade sejam levadas em conta.
"A arte pela arte é uma aberração, a arquitetura pela arquitetura é um crime".
A partir de 1950, o controverso artista e arquiteto austríaco Friedensreich Hundertwasser (1928-2000) desenvolveu uma série de ensaios contra a arquitetura racional, a ortogonalidade e os espaços "não humanos" que tiravam o homem de seu meio ambiente natural. O artista rejeitou sempre a linha reta e apostou na mudança pela espiral, as cores fortes e as formas orgânicas. Para Hundertwasser, a miséria humana era resultado de uma arquitetura monótona, estéril e repetitiva, gerada por uma produção industrial mecanizada. Em seus discursos chamava a boicotar este tipo de arquitetura e exigia, em troca, a liberdade criativa da construção e o direito à individualidade.
Apesar de atualmente o discurso "ecológico" ser o pão de cada dia, seus edifícios são manifestos construídos a partir de um pensamento muito mais profundo de como o ser humano se relaciona com o meio através do espaço habitável e como pode determinar sua existência em harmonia com a natureza.
Você acha que precisamos de uma reflexão deste nível na arquitetura de hoje?
Qualquer pessoa que tenha usado o metrô de Londres sabe que esta pode ser uma experiência sufocante - mesmo no inverno. Atualmente, todo o calor gerado no subsolo se perde, enquanto que as pessoas na superfície colocam seus aquecedores no máximo para aquecer suas casas. Isto fez com que o prefeito de Londres tivesse uma grande ideia: aproveitar o calor gerado pelo metrô para aquecer as casas e, ao mesmo tempo, diminuir em 60% as emissões de carbono da cidade.
Apresentado recentemente no Arqfilmfest Santiago de Chile 2013, o documentário "El Rascacielo Latino" (O Arranha-céu Latino - tradução livre) do diretor Sebastián Schindel, desvenda uma série de mitos urbanos escondidos por trás do desenho excêntrico do Palácio Barolo do arquiteto Mario Palanti, construído em Buenos Aires em 1923.
A tese do documentário se centra na possível existência de uma estreita relação entre o edifício e a Divina Comédia de Dante Alighieri, e que incluso foi desenhada uma misteriosa escultura no hall central do edifício para depositar suas cinzas. Uma escultura que desapareceu sem deixar rastro.
Mais informações e o trailer do documentário, a seguir.
A arquitetura focada no design social, na cooperação e no apoio às comunidades é um campo que se encontra em pleno auge em nossa profissão. Vê-se cada vez mais projetos que tomaram o desafio de gerar mudança social através de boa arquitetura, sempre com um trabalho em conjunto com o usuário - desde a concepção do projeto - e a partir de mão de obra e materiais locais.
A seguir apresentamos uma série de livros recentes que fazem uma contribuição interessante para este campo, mostrando sua experiência de trabalho ao redor do mundo e através de diferentes esferas de aplicação.
Durante um tempo, a cidade mediterrânea de Valência abraçou a arquitetura de Santiago Calatrava com gosto. Num leito seco de um rio, Calatrava construiu e construiu até preencher 34 hectares com seus ousados projetos. Mas hoje em dia, enquanto se aproxima a conclusão de seu projeto Path Station em Manhattan, as críticas à seu trabalho em Valência estão aumentando: um político local lançou um site com graves denúncias contra o arquiteto.
Originalmente orçado em 300 milhões de euros, o complexo conhecido como a Cidade das Artes e Ciências, que abriga a maior coleção de obras do arquiteto, custou quase três vezes esse valor... dinheiro que a região nunca teve.
Ignacio Blanco, membro do Parlamento da Província que começou o site, publicou uma avalanche de informação sobre o complexo, concluindo que Valência ainda deve 700 milhões de Euros pelo projeto. Segundo ele, foi pago a Calatrava aproximadamente 94 milhões de euros por seu trabalho, e por isso se pergunta: Como é possível isso, quando a casa de ópera inclui 150 lugares com vista obstruída? Ou quando o museu de ciências foi originalmente construído sem escadas de emergência e elevadores para pessoas com deficiência? Como é possível que se comentam erros como estes?
Revise as polêmicas geradas por vários de seus edifícios e a resposta do arquiteto às acusações, a seguir.
Foi recentemente divulgado que Dubai será a sede da Expo Universal 2020; esta é a primeira vez que o evento acontecerá no Oriente Médio. O tema da Expo 2020 será "Conectando Mentes, Criando Futuro" e, para isto, está sendo desenvolvido um grande masterplan em um terreno nos arredores dos aeroportos de Dubai e Abu Dhabi.
No centro do plano haverá uma praça coberta chamada "Al Wasl" (A Conexão), de onde partirá uma série de "braços" dedicados aos principais temas da Expo: conectividade, mobilidade e sustentabilidade. O fluxo de pedestres será potencializado pela disposição dos pavilhões maiores no perímetro do terreno e pela concentração dos volumes menores na região central. O desenho se inspira nos tradicionais mercados árabes, buscando gerar uma interação permanente entre os visitantes de todas as partes do mundo.
Suspensa sobre os pavilhões haverá uma estrutura de sombreamento feita de tecido fotovoltaico - parte da estratégia para a geração de 50% da energia utilizada durante a Expo.
Assista o vídeo sobre o masterplan da expo a seguir:
Tiny House é um movimento social que promove a redução do espaço construído onde vivemos. A superfície média de uma casa nos Estados Unidos - segundo o movimento - é de aproximadamente 240 m², enquanto que a ideias destas "casas diminutas" é atingir no máximo 50 m². Propõe-se uma grande flexibilidade no modo de vida, sempre concentrado em espaços menores e, consequentemente, em uma vida mais simples e aberta para o espaço público.
Quanto maior é uma casa, mais cara ela é em termos construtivos, legais, de conforto, manutenção e reparos. Por isso, uma grande quantidade de pessoas se juntaram a esta ideologia, já que, além de gastar muito menos, reduzem sua pegada ecológica e têm mais liberdade para se deslocar e mudar de cidade.
Faz sentido que cada família - segundo o número integrantes e suas necessidades - viva em um espaço de dimensões apropriadas e justas, porém, este ideal arquitetônico parece se aplicar apenas quando se pensa em habitações sociais ou abrigos temporários para emergências.
Seria esta uma alternativa para se viver de de maneira sustentável? Estamos dispostos a mudar nosso estilo de vida (e nossas aspirações...) em favor destes benefícios?
Essa semana apresentamos o filme coreano "Casa Vazia" (título original Bin-jip - "Empty Houses"), do diretor Kim Ki-duk. Este não é um filme que declara desde o início uma relação direta com a arquitetura, mas definitivamente há uma ligação muito forte com ela. Através de poucos diálogos e um silêncio tórrido, o filme nos faz pensar sobre como habitamos nossos espaços privados hoje em dia, e, como esses parecem perder todo seu sentido ao estar completamente vazios. O protagonista percorre a cidade habitando casas vazias, enquanto os seus habitantes não estão nelas. Ele ocupa os espaços e artefatos, conserta alguns deles e, em seguida, deixa tudo intacto e parte em busca de um novo lar.
Durante as últimas décadas temos construído nossas cidades a partir de uma soma de espaços privados que parecem pertencer-nos, e parecem ser nosso lugar no mundo. Porém, esse filme nos apresenta uma interrogação: eles realmente são nossos? A propriedade privada é uma ilusão que nos separa de nossos vizinhos e nos faz habitantes invisíveis da cidade?