Marília Matoso

Arquiteta e urbanista, Marília também é Mestre em Design, educadora e é criadora da Tabulla, revista digital onde escreve sobre criatividade, tendências e inovação para arquitetos e designers. Tem um escritório focado em estratégias criativas e inovadoras para ambientes e produtos e também atua como docente em cursos de graduação e pós-graduação em universidades brasileiras.

NAVEGUE POR TODOS OS PROJETOS DESTE AUTOR

CopyCat: por que a cópia de um estilo é nociva para as cidades?

CopyCat é o ato de emular algo que já foi criado e usá-lo num outro contexto. Copycats podem existir na música, nas artes, no design; mas eles não são exatamente uma inspiração projetual ou uma referência estilística, mas sim uma cópia literal com quase nenhuma modificação da obra original.

Em arquitetura é como se você se inspirasse em uma obra emblemática de outro espaço-tempo e o colocasse numa local sem ligação com as raízes originais do estilo-obra.

O que é Design Justice?

O que é Design Justice? - Imagem de Destaque
Assentamento Kya Sands em Joanesburgo, África do Sul. Foto © Johnny Miller Photography

Design Justice é um ramo da arquitetura e do design focado em redesenhar cidades, produtos, serviços e ambientes pensando em reparações históricas.  

O termo surgiu há mais ou menos 7 anos quando os debates e diálogos sobre inclusão e diversidade nos espaços começaram a ficar mais fortes criando movimentos que lutavam pelo direito de pessoas que tiveram suas raízes e escolhas negadas na sociedade.

Como seriam as cidades se fossem projetadas por mulheres?

Como seriam as cidades se fossem projetadas por mulheres? - Imagem de Destaque
Foto © Thiago Silva

Você já parou para pensar que, praticamente todas as cidades do mundo, desde os primórdios da humanidade, foram e continuam sendo criadas e pensadas por homens? Do planejamento urbano ao desenho dos edifícios, dos transportes públicos às cadeiras – as mulheres pouco fizeram parte do processo de criação de tudo que nos rodeia.

O legado das mulheres no design

Por muito tempo mulheres tiveram suas produções excluídas e apagadas em áreas com como engenharia, arquitetura e design. Há e sempre existiram mulheres arquitetas, planejadoras e políticas urbanas inspiradoras, mas em todo o mundo, as profissões de ambiente construído – e em particular seus escalões superiores – permanecem fortemente dominadas por homens, mais do que outras esferas, como educação ou saúde.

Metaverso: um terreno fértil para arquitetos?

Metaverso é o nome usado para denominar um ambiente virtual imersivo, coletivo e hiper-realista, onde as pessoas poderão conviver usando avatares customizados em 3D.

Ele foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado em 1992. A obra conta a história de “Hiro Protagonist”, personagem que na vida real é um entregador de pizza, mas no mundo virtual – chamado na história de metaverso – é um samurai.

Três razões por que precisamos de arquitetos nos sistemas de saúde

Quando pensamos em saúde, pensamos em médicos, enfermeiras, cirurgiões, radiologistas e anestesistas  – as pessoas que tratam doenças e salvam vidas.

Mas esquecemos um grande grupo de pessoas que os tornam bem-sucedidos em salvar vidas – especialistas em codificadores médicos, gerentes de serviços de saúde, arquitetos e engenheiros hospitalahres e outros que correm nos bastidores para trazer resultados positivos para a saúde.

Design é para aqueles que podem pagar?

A pioneira feminista negra Gloria Jean Watkins – mais conhecida por seu pseudônimo em minúsculas bell hooks – faleceu recentemente aos 69 anos. Ela deixa para trás inúmeras ideias que servem de base para a crítica moderna de raça, classe e gênero.

Por conta de sua morte, um antigo texto publicado por bell em 1998 foi divulgado em um blog que ela costumava escrever ocasaionalmente chamado Lion´s Roar. O texto intitulado “Design: A Happening Life” é tão atual que nem parece que foi escrito há 25 anos atrás.

Por que precisamos ensinar crianças a serem arquitetas?

Quer eles cresçam ou não para serem arquitetos, as habilidades básicas que impulsionam o design e a arquitetura podem ter enormes benefícios para nossos filhos. A maneira como as crianças crescem para pensar, se comportar, resolver problemas e criar pode ser aprimorada incomensuravelmente, ensinando-as desde tenra idade a pensar como arquitetos.

O feio é o novo belo: por que devemos democratizar a beleza

Para um designer ou arquiteto, o feio não tem sido historicamente algo pelo qual se esforçar. No entanto, culturalmente, estamos cada vez mais cansados ​​da perfeição.

Depois de anos de projetos se comportando de maneiras igualmente simples e ordeiras, especialmente no século XX com o racionalismo e a pureza do modernismo, ansiamos por expressões que sejam menos higiênicas e, ao mesmo tempo, mais humanas.

O fim do concreto armado está próximo?

Concreto armado é o material de construção mais usado no mundo. No Brasil, o maior expoente da arquitetura nacional, Oscar Niemeyer, era um apaixonado pelo elemento, pois dizia que era o único que conseguia dar forma às suas curvas sinuosas.

Construtores amam o concreto, tornando-o o material de construção mais usado no mundo – mas a produção do cimento usado na maioria do concreto é responsável por 8% das emissões globais de gases do efeito estufa.

Desenhando para todos os corpos e pessoas

A deficiência e a variedade de corpos e pessoas deve ser um assunto estimulante para os arquitetos: trata-se da experiência vivida, da resolução de problemas e do design de um ambiente melhor construído.

Embora o tópico envolva a teoria crítica e as aspirações para a vida coletiva, muitas vezes é visto como um campo que requer o cumprimento de requisitos, ou pior, um assunto delicado repleto de termos desatualizados e hábitos de pensamento antiquados. As rotinas típicas de design nem sempre levam em consideração a variedade de corpos humanos.

Repensando os ciclos de produção e uso dos materiais na arquitetura

Já ouviu falar em agrowaste design ou “design com agroresíduos”? É assim a arquiteta filipina-ganesa Mae-Ling Lokko intitula o seu trabalho, uma pesquisa pioneira sobre o uso dos biomateriais na arquitetura. Junto com a crescente demanda por produção de alimentos e habitação no século XXI, há um fluxo de recursos materiais de crescimento igualmente rápido na forma de subprodutos de agrotóxicos. Isso tem o potencial não apenas de fechar as lacunas do ciclo de vida de produtos, mas também de impulsionar formas de cidadania generativa por meio do upcycling.

Ling procura repensar os ciclos e uso dos produtos na construção civil através da economia circular, ou seja, nada é desperdiçado, tudo pode ser reutilizado, mesmo depois de obsoleto.

Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia

Há cerca de um ano, a palavra bem-estar tinha um efeito diferente do que hoje. A pandemia da Covid 19 cristalizou a necessidade que todos temos de saúde mental e física, e tivemos de parar para refletir sobre nosso ritmo de vida e o impacto da tecnologia e de tudo que nos cerca nas nossas vidas.

Designers e arquitetos estão olhando para o amanhã precisando pensar em como criar ambientes seguros, funcionais e confortáveis. De plantas baixas mais abertas a materiais que ajudam a mitigar a propagação de doenças, os profissionais estão olhando para o futuro considerando o que nos dá espaço para respirar e viver juntos. 

Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia - Image 1 of 4Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia - Image 2 of 4Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia - Image 3 of 4Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia - Image 4 of 4Reinventando espaços para o bem-estar pós pandemia - Mais Imagens

Por que o modelo tradicional de shoppings centers vai acabar

Os shoppings centers foram uma grande moda no começo dos anos 80 e 90 e quase todas as grandes capitais do mundo começaram a investir em super complexos climatizados de lojas com praças de alimentação e cinemas. 

No Brasil, esse boom dos shoppings como modelo de desenvolvimento ainda perdura nas principais cidades e até no interior do país. O shopping center adquiriu uma importância crucial para o desenvolvimento e a manutenção da lógica do capital. Toda cidade que se “desenvolve” tem um ou mais shoppings em seu tecido urbano.

Como construir cidades e moradias mais criativas?

“Desde a Revolução Industrial, linhas de montagem ditaram um mundo feito de partes enquadrando a imaginação de arquitetos e designers que foram treinados a pensar nos seus projetos como resultados de pedaços com funções distintas”, essa foi uma frase proferida pela arquiteta israelense e pesquisadora do MIT Media Lab, Neri Oxman em sua palestra do TED intitulada “Projetando na intersecção entre tecnologia e biologia”.

Neri reforça que a maneira tradicional de se construir é feita do mesmo modo há milênios e precisa ser reinventada. De fato, fomos ensinados a construir edifícios e cidades de forma racionalizada, em partes, sem pensar no todo. Até hoje essa lógica ainda é ensinada nas universidades.

O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades

Há 12 mil anos, nossos ancestrais perceberam que onde caía uma semente ou um fruto, nascia uma planta. A partir daí, eles analisaram que poderiam plantar as sementes e um tempo depois colher os seus frutos. Por isso, pararam de se mudar de um lugar para outro em busca de alimentos e começaram a morar somente no lugar onde podiam plantar. E assim começaram a se estabelecer nas primeiras cidades do mundo e criar o que hoje chamamos de agricultura.

O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades - Image 1 of 4O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades - Image 2 of 4O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades - Image 3 of 4O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades - Image 4 of 4O futuro da alimentação é flexível, autônomo e passa pelas cidades - Mais Imagens+ 1

Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil

Você sabia que, em quase todo o mundo, pessoas constroem diariamente suas casas sem ajuda de arquitetos e engenheiros?

Comum nas regiões periféricas do Brasil, a autoconstrução é uma opção de quem deseja ter sua casa própria personalizada, sem enfrentar burocracias indesejadas ou dívidas de longo prazo. No entanto, a escolha por construir a própria residência sem o apoio técnico de engenheiros e arquitetos frequentemente é acompanhada pela falta de informação, o que pode acarretar em irregularidades, má qualidade da construção e riscos para os moradores.

Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil - Image 1 of 4Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil - Image 2 of 4Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil - Image 3 of 4Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil - Image 4 of 4Autoconstrução assistida: um caminho inexplorado no Brasil - Mais Imagens