Hoje, muitos espaços públicos são vistos como locais não tão seguros em milhares de cidades ao redor do mundo. A noção de segurança é perdida no momento em que uma localidade se torna vazia, não recebe iluminação, uso ou até mesmo a atenção adequada. Conectar os espaços entre o que é público e o que é privado pode ser um trunfo para evitar isso. Esses espaços são chamados deplinth. O conceito é amplamente explorado em A Cidade Ao Nível dos Olhos, livro que compila projetos que transformaram locais no mundo inteiro.
Paula Tanscheit
Conexões entre pessoas e lugares são a chave para a segurança dos espaços públicos
Placemaking vs gentrificação: a diferença entre requalificar e elitizar um espaço público
A ideia de qualificar um espaço público ao melhorar ambientes que unam pessoas não deveria gerar desconfianças ou temores. Porém, experiências específicas de locais que viram o custo de vida aumentar muito após a sua requalificação vêm gerando contradições. Afinal, a nova vilã chamada gentrificação tem alguma relação com placemaking?
Praças, parklets e outros espaços públicos: mudanças na legislação permitem que as pessoas transformem suas cidades
Ninguém conhece tão bem uma rua ou um bairro quanto as pessoas que vivem neles. Cada local tem suas peculiaridades, suas vocações e também seus problemas. Sendo assim, soluções em escala local podem ser criadas pelos próprios cidadãos, aumentando assim a eficiência e a aderência do projeto. Cidades ao redor do mundo vêm abrindo possibilidades em suas legislações para políticas públicas que facilitem e fomentem a participação cidadã em iniciativas transformadoras.
Os ganhos econômicos e sociais das cidades de baixo carbono
A ameaça das mudanças climáticas é um fator que se soma aos múltiplos desafios de um mundo cada vez mais urbano. Além da necessidade das cidades se estabelecerem como organismos prósperos e sustentáveis, as alterações no clima ainda colocam em risco a saúde da população e a economia local e irão acarretar problemas difíceis até de imaginar. A ação climática encontra sua origem nas cidades, espaços que irão determinar o futuro do planeta.
O conceito de desenvolvimento de baixo carbono, ou low-carbon, remete à forma de planejar o desenvolvimento urbano com menores taxas de emissões de dióxido de carbono (CO2), o principal gás de efeito estufa (GEE). Ao se debruçar sobre 700 estudos, um time de pesquisadores da Universidade de Leeds, em parceria com a Coalition for Urban Transitions, concluiu que medidas de baixo carbono podem ajudar a alcançar diversas prioridades do desenvolvimento urbano, como criação de empregos, saúde pública, inclusão social e melhoria da acessibilidade.
8 Ações para melhorar a segurança viária nas cidades
Imagine quantos esforços precisam ser feitos para evitar a morte de 1,24 milhão de pessoas por ano. Esse é o número médio de fatalidades que ocorrem no trânsito no mundo todo. É urgente que as cidades passem a proteger melhor seus cidadãos para que, com a atual tendência de aumento da população urbana, esse número não cresça ainda mais. Mas e se oito ações fossem suficientes para pouparmos a ocorrência de centenas de mortes ou ferimentos graves?
A publicação “O Desenho de Cidades Seguras” enumerou “oito ações para melhorar a segurança viária” e nós buscamos boas práticas e pesquisas que traduzem algumas delas.
Estudantes brasileiras são premiadas na Tanzânia com projeto inspirado em ruas completas
Em pouco mais três meses, Érica Oiticica e Sâmyla Souza, estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), elaboraram um projeto de Rua Completa que as garantiu um prêmio e a oportunidade de apresentar a ideia para pessoas do mundo inteiro durante uma conferência na Tanzânia. O concurso “As Cidades Somos Nós” inspirou a dupla a experimentar colocar as suas melhores ideias de urbanismo no papel para transformar uma rua de Belo Horizonte.
Cidades mais densas são mais resilientes e prósperas, afirma novo relatório
A primeira solução geralmente encontrada para uma cidade que precisa acomodar um número crescente de habitantes é se espalhar-se, estender seu território. Infelizmente, essa prática é a mais custosa ao próprio município e contribui para o segregamento e a desigualdade socioespacial. As cidades precisam encontrar um caminho que as estabeleça como locais prósperos para as pessoas e para a economia. Um recente estudo afirma que o segredo para isso pode ser a “boa densidade”.
Qualificar um espaço como tendo uma “boa densidade” é muito mais do que ter um alto número de pessoas residindo ou trabalhando em uma determinada área. Características como planejamento de uso misto do solo, conectividade, infraestrutura de transporte sustentável, entre outros elementos, são fundamentais.
Plataforma inovadora e gratuita de participação popular deve ser usada em cidades brasileiras
Vital para que o planejamento de qualquer cidade gere prosperidade e qualidade de vida à sua população, a participação social precisa estar inserida nas tomadas de decisão. Cada cidadão precisa ter seu espaço para contribuir com novas ideias, eleger prioridades e também acompanhar o andamento dos projetos de seu município. Para facilitar essa troca, o Consul, uma plataforma desenvolvida pela cidade de Madri, está sendo disponibilizada gratuitamente para qualquer cidade ao redor do mundo. No Brasil, uma oficina promovida pelo WRI Brasil apresentou a ferramenta a cidades brasileiras interessadas e que já trabalham na sua implantação.
Mães e mobilidade urbana: como as cidades devem respeitar essa relação
As mulheres são maioria nas ruas e no transporte coletivo. Os padrões de deslocamento e o uso dos modos de transporte são diferentes para cada gênero, influenciados pelo fato de as mulheres ainda assumirem com mais frequência as tarefas “domésticas”, muitas delas relacionadas aos filhos. Se questões de gênero ainda são negligenciadas no planejamento urbano, o acesso de mulheres com crianças à cidade é um tema ainda mais carente de atenção. Por meio dos depoimentos de algumas mães, ficam ainda mais claras as consequências que as falhas de planejamento e mobilidade urbana provocam no dia a dia de mães e filhos.
Como os planos de mobilidade urbana afetam a vida nas cidades
Cidades são peças fundamentais para o funcionamento de muitos países. Com o alto crescimento populacional das últimas décadas, os centros urbanos precisaram enfrentar uma série de desafios, sendo um dos principais deles planejar a mobilidade. No Brasil, com a sanção da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), em 2012, as cidades brasileiras receberam novas diretrizes para planejar e guiar suas ações políticas para estabelecer uma mobilidade mais sustentável. Para isso, a PNMU determina a elaboração de Planos de Mobilidade Urbana para cidades com mais de 20 mil habitantes como requisito para o repasse de recursos orçamentários federais. Essa imposição visa, como consequência final, transformar as cidades e o modo como o brasileiro se desloca diariamente.
As cidades em livros: 26 títulos para você ler em 2018
Livros nos fazem crescer, nos dizem coisas que nunca pensaríamos, nos mostram lugares que nunca conheceríamos, nos ensinam. Ao mesmo tempo, uma pessoa pode viver sua vida inteira em uma cidade sem realmente enxergá-la ou percebê-la. Para isso temos os livros. Neste post selecionamos 26 títulos de autores brasileiros e estrangeiros, obras com propósitos variados, mas com duas principais temáticas: cidades e mobilidade urbana. É possível descrever cada rua, prédio ou espaço público em livros, pensar em como é a vida em meio ao urbano, como nos movemos e como tudo é planejado (ou não planejado).
Ruas para pessoas, fim dos estacionamentos e ônibus movidos a café: Londres combate a poluição
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, lançou esse mês o esboço do novo plano para a cidade que, segundo ele, marca uma ruptura com os planos anteriores. E ele não está exagerando, já que entre as novas metas a serem perseguidas até 2029 estão a quase completa proibição de estacionamentos para carros e a construção de 650 mil novas habitações. Enquanto o plano ainda está em sua versão inicial, os esforços da capital inglesa para conter a poluição do ar fazem avançar o processo de pedestrianização de uma de suas principais avenidas centrais, a Oxford Street, e até a apostar em biocombustível derivado do café para mover os ônibus pela terra da Rainha.
Cidades são mais vulneráveis às mudanças climáticas, mas têm o poder para combatê-las
Ainda que ocupem apenas 2% da superfície do planeta, ninguém questiona a importância das cidades. Elas concentram mais da metade da população mundial, produzem 80% do produto mundial bruto (PMB), são responsáveis por 78% do consumo mundial de energia e produzem 70% do total de emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, estão crescendo e, em pouco mais de 30 anos, devem abrigar 66% da população. Como contestar, então, que as áreas urbanas carregam a força do combate ao aquecimento global nas mãos?
Planos Diretores de A a Z
O portal TheCityFix Brasil, parceiro do ArchDaily, tem dado destaque à importância dos Planos Diretores na vida das pessoas e na dinâmica das cidades. Longe de ser um assunto corriqueiro em conversas diárias, esse instrumento tão valioso exerce uma influência permanente nos possíveis usos e desenvolvimento dos municípios. Para descrever toda a relevância e dimensão dos Planos Diretores, apresentamos alguns termos comumente utilizados nesse contexto.
Seis cidades e suas grandes ideias sustentáveis
As cidades concentram, atualmente, mais da metade da população mundial. Segundo dados da ONU, 54% da população vive em áreas urbanas, e esse número pode passar para 66% até 2050. A distribuição desse contingente, na maioria dos casos, ocorre de forma desigual, lotando as grandes cidades. Até 2014, 453 milhões de pessoas viviam nas 28 megacidades mundiais. Entre essas, 16 são asiáticas, quatro são latino-americanas, três são europeias, três são africanas e duas são norte-americanas. Fica claro, portanto, que as cidades possuem vital importância para as causas ambientais. Iniciativas criadas nos grandes centros urbanos podem ser replicadas mundialmente.
O jornal inglês The Guardian formou uma lista de sete cidades do mundo que colocaram em prática grandes iniciativas na busca pelo desenvolvimento urbano sustentável.
Paris quer sediar os Jogos Olímpicos de 2024 sem carros nas ruas
O futuro de uma nova Paris já vem sendo noticiado há alguns meses. Desde que a atual prefeita, Anne Hidalgo, assumiu o cargo, seu desejo de uma cidade com cada vez menos carros vem se realizando em pequenas (ou nem tão pequenas) ações. No entanto, parece que esse objetivo ganhou uma data perfeita para ser alcançado: os Jogos Olímpicos de 2024.
Barcelona planeja uma transformação verde para tratar problemas climáticos
Barcelona, a segunda maior cidade espanhola, já virou referência em muitos aspectos devido ao planejamento urbano voltado às altas densidades, às medidas de redesenho urbano e a ações pela qualidade de vida da população. Grande parte das iniciativas fazem parte dos esforços para combater a poluição do ar e seus consequentes problemas. Agora, ao observar a distribuição dos espaços verdes, Barcelona traçou um plano que deverá transformar a cidade.
Medidas de eficiência para edificações podem ajudar o país a cumprir metas de sustentabilidade
Pensar em metas climáticas remete geralmente à busca por soluções no transporte das grandes cidades ou na queima de carvão nas indústrias, por exemplo. Mas resultados muito importantes no processo de combate ao aquecimento global podem vir de uma área ainda pouco explorada: a eficiência em edificações. A relevância deste setor se comprova em números. De acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), as construções respondem por 30% das emissões globais de CO2 induzidas por seres humanos. Sendo a redução de gases de efeito estufa (GEE) a principal meta de tratados internacionais, como o Acordo de Paris, medidas que promovam a sustentabilidade em edificações podem ter um peso muito importante para o Brasil cumprir suas metas.