As portas, janelas e painéis móveis operam por meio de diferentes mecanismos, os quais são responsáveis não apenas pelos movimentos de abertura e fechamento, mas também por sua denominação e classificação. Entre uma série de sistemas utilizados nos elementos móveis da arquitetura, que vão desde os mais simples aos mais engenhosos, aquele presente nas janelas e portas “articuladas” ou “camarão” é usualmente adotado com o intuito de unir estética e funcionalidade.
Noticias de Arquitetura
Casas brasileiras: 25 residências com portas e janelas camarão
Torre projetada por Frank Gehry na França abre ao público pela primeira vez
O aguardado LUMA Arles de Frank Gehry finalmente abriu suas portas ao público. A torre revestida de aço inoxidável com uma estrutura geométrica retorcida fica em um campus criativo de 27 acres no Parc des Ateliers, na cidade francesa de Arles, abrigando galerias de exposições, espaços para projetos e as instalações de pesquisa e arquivo do LUMA. Mais de 45 artistas e designers de renome mundial, como Etel Adnan, Olafur Eliasson, Koo Jeong A, Carsten Höller e Kerstin Brätsch apresentarão suas criações nos 12 níveis da torre, tornando-a um novo foco para artistas globais, curadores e entusiastas da arte .
O planejamento da mobilidade e as mulheres
“Levantar cedo, acordar os filhos, fazer e dar o café da manhã, tomar banho, dar banho neles, seguir para o ponto do ônibus. A bolsa cai, a criança embirra, o buzu atrasa. Colo, mochila, criança… nem se sabe mais a ordem. Na primeira ordem do dia, o primeiro ônibus e os filhos chegam à escola, corre de novo para o novo ponto e uma nova espera, chega o segundo transporte. Embarca em pé, dribla o sono e o assédio até o trabalho. Na hora do almoço, aquela passada na farmácia e, quem sabe, também na feira pertinho. Ou hoje é dia de passar no açougue? Volta do trabalho: pacotes, bolsa e cansaço. Uma parada no caminho para pegar as crianças e a lembrança inoportuna da falta que lhe conduz ao mercado antes de chegar a sua casa com o dia que termina, mas não sem antes preparar o jantar. Ufa!“
O trecho citado é o relato de um dia fictício. No entanto, essa rotina é a crônica diária em muitas residências, em especial nas de baixa renda, nas periferias, nas casas de famílias monoparentais chefiadas por mulheres, onde o drama das muitas idas e vindas pode se intensificar com elementos da interseccionalidade de gênero, raça, classe social, geração, território, capacidade física, orientação sexual, entre outros.
O arquipélago das artes no Japão: obras de Tadao Ando em Naoshima
Poucos lugares no mundo reúnem tantos equipamentos culturais e artísticos como o arquipélago composto pelas ilhas de Naoshima, Teshima e Inujima, localizadas no Mar Interior de Seto, no Japão. Dezoito museus, galerias e instalações compõem o Benesse Art Site Naoshima, um complexo dedicado às artes idealizado pelo magnata Soichiro Fukutake ainda na década de 1980.
À época, Fukutake convidou ninguém menos que o arquiteto Tadao Ando para projetar o Benesse House Museum, na ilha de Naoshima, um equipamento que ofereceu mais que um impulso econômico para a região, mas um estilo de vida mais lento e simples – evidentemente, para aqueles que podem pagar – distante das megalópoles japonesas.
7 Pavilhões na Bienal de Veneza que exploram as migrações e seus impactos no espaço construído
Buscando responder a intrigante pergunta proposta por Hashim Sarkis como tema central da 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, “Como viveremos juntos”, diversos arquitetos e curadores dos pavilhões nacionais apresentaram uma série de propostas e leituras sobre os principais problemas e as mais recorrentes questões que permeiam a nossa disciplina. A inquietação do curador da Bienal de Veneza de 2021, foi encarada como um chamado à comunidade de arquitetos “a imaginar espaços que nos permitam viver juntos generosamente”, espaços que não sejam limitados por contratos ou regras e sejam suficientemente flexíveis para acolher uma maior diversidade de pessoas, promovendo a sensação de pertencimento ainda que em um lugar completamente alheio a nossas próprias raízes. Ao contrário do que foi visto ao longo das últimas décadas, a migração hoje não é mais um fenômeno local—do campo para a cidade—, e sim uma questão bastante abrangente, complexa e que transcende fronteiras. As novas tecnologia e a consequente transformação dos espaços de trabalho, além é claro da recente pandemia, alteraram profundamente a forma como nos relacionamos com o espaço construído e não-construído. Atualmente, 85% dos nossos afazeres diários podem ser cumpridos sem precisarmos sair de casa. Dito isso, o que estamos observando no mundo hoje, é uma necessidade cada vez maior de flexibilizarão dos nossos espaços construídos e habitáveis.
Estudantes brasileiros são premiados no concurso de projeto "Casa das Mulheres na África"
Promover o envolvimento e emancipação da comunidade das mulheres no Senegal era o tema do concurso de projeto Casa das Mulheres na África, encabeçado pela Kaira Looro International, uma instituição sem fins lucrativos que organiza concursos abertos a estudantes e jovens arquitetos com o objetivo de fomentar projetos humanitários em países em desenvolvimento e lançar luz sobre novos talentos da arquitetura.
O concurso, que desafiava os participantes a desenvolverem uma “casa das mulheres” através de uma arquitetura simbólica, ecológica e inspirada das tradições locais, premiou com menção especial a equipe brasileira composta pelos estudantes Clara Teodoro, Daniel Teixeira, Maria Isabela Neves e Mateus Silva, da Universidade Federal de Pernambuco. Conheça a proposta destacada, acompanhada de seu memorial descritivo, a seguir.
A importância do contexto na arquitetura: 10 casas no Equador
A possibilidade de tirar fotografias aéreas torna possível mostrar questões de projetos que muitas vezes são complexas de capturar ou representar através de métodos convencionais. A partir das oportunidades tecnológicas oferecidas pelos pequenos veículos aéreos não tripulados (UAVs), comumente chamados de drones, os fotógrafos de arquitetura começaram a explorar novas maneiras de mostrar as obras para comunicar as decisões arquitetônicas relativas a pontos como implementação, diálogo com o entorno ou a relação com edifícios próximos.
Para onde o esgoto vai?
Quando a água escorre pelo ralo ou puxamos a descarga do vaso sanitário, geralmente não nos preocupamos onde isso irá parar. De fato, isso não deveria ser uma preocupação, principalmente se toda a população tivesse um saneamento básico adequado. A humanidade já levou o homem ao espaço, planeja colonizar Marte, mas falha em prover condições básicas de vida para boa parte de sua população. Um estudo abrangente estima que 48% da produção global de águas residuais é lançada no meio ambiente sem tratamento. A ONU, por sua vez, apresenta um número bem menos animador, de que 80% do esgoto do mundo é liberado sem tratamento. Mas voltando à pergunta do título, há basicamente dois destinos para o esgoto se ele não estiver sendo lançado in natura no meio ambiente: tratamento local, por fossas sépticas, ou ligação da rede de esgoto a uma estação de tratamento de esgoto, que devolverá a água tratada à natureza após uma série de processos.
Cartilha gratuita mostra como fazer moradias e reformas sustentáveis
O Conselho Internacional da Construção (CIB) aponta que o setor de construção é o que mais consome recursos naturais. Para minimizar os impactos ambientais surge então o conceito de construção sustentável, onde se busca técnicas que garantem maior eficiência e responsabilidade do início ao fim da obra.
A primeira coisa a se observar é a posição dos ambientes, cada cômodo tem um local ideal para ser construído, de acordo com o clima local. “A disposição dos ambientes em uma residência pode criar condições prévias de conforto ou desconforto. Cabe ao projeto arquitetônico, por intermédio da organização da planta, assegurar o grau adequado de insolação e ventilação natural para cada ambiente”, afirma o texto da cartilha gratuita de reformas sustentáveis disponibilizada pelo Ministério do Meio Ambiente.
“A boa arquitetura é aquela que tem algo a dizer sobre seu contexto”: entrevista com Mario Botta
Mario Botta, arquiteto suíço formado pelo Instituto Universitario di Architettura di Venezia (IUA) em 1969, é mundialmente conhecido por suas estruturas geométricas e imponentes, edifícios massivos inspirados na arquitetura vernacular italiana. Suas vilas, capelas, vinícolas, escolas, bibliotecas, museus, edifícios de escritórios, bancos e condomínios residenciais encontram-se espalhados pelos quatro cantos do mundo, desde pequenos vilarejos na região do Ticino, no sul da Suíça, até os confins da China, Índia, Coréia do Sul, Japão e Estados Unidos.
Escritório no Equador propõe abrigo móvel para sem-tetos
Um pequeno refúgio para pessoas em situação de rua foi projetado no Equador. Mesclando dormitório e quiosque, a estrutura possui quatro rodas e, portanto, pode ser deslocada conforme a necessidade.
O projeto, batizado de “El Ambulantito”, é do escritório Natura Futura Arquitectura. O modelo de abrigo emergencial é composto por peças dobráveis. “El Ambulantito nasceu de uma realidade que testemunhamos todos os dias. Um dispositivo de abrigo e produção provisória para moradores de rua e em trânsito de uma cidade para outra, motivando reflexão e conscientização, enquanto as políticas públicas tratam do tema”, explica a empresa de arquitetura.
SOM projetará vila olímpica para os jogos de Milão Cortina 2026
Após concurso internacional envolvendo 71 escritórios de arquitetura de 9 países diferentes, os arquitetos da Skidmore, Owings & Merrill foram selecionados para projetar a Vila Olímpica para os jogos de Milão Cortina 2026. O projeto faz parte do masterplan do Pátio Ferroviário de Porta Romana e criará um novo centro de atividades na região, buscando o mínimo impacto ambiental. O projeto autossuficiente contará com espaços residenciais, comerciais e públicos, que mudam de configuração a partir do evento olímpico.
Soluções baseadas na Natureza: por cidades mais verdes, resilientes e inclusivas
O Brasil está no topo dos países que possuem maior biodiversidade. Com o maior número de espécies vegetais do mundo, das quais mais da metade são endêmicas, o Brasil abriga entre 15% e 20% da diversidade biológica do planeta. Considerando a grande extensão e diversidade dos ecossistemas do país, associados a uma ampla gama de serviços ecossistêmicos prestados, e a escala de degradação ambiental, torna-se crucial uma reflexão profunda e coletiva sobre como lidar com toda a riqueza biológica brasileira.
O processo de urbanização acelerado no Brasil transformou a paisagem de forma radical, pressionando os ecossistemas e retificando e enterrando corpos d’água. O modelo de rápido crescimento urbano adotado criou cidades insustentáveis, com baixa qualidade de vida, que alteraram profundamente os fluxos e processos naturais, gerando um território com altos índices de desigualdade e vulnerabilidade social, ecológica e econômica. Além de severos problemas como poluição do ar, da água, do solo e sonora que as cidades brasileiras enfrentam, observa-se uma falta de conexão das pessoas com a natureza e com os processos naturais, que está intrinsecamente relacionado a estilos de vidas sedentários e hábitos alimentares nocivos, levando a problemas de saúde física e mental que afetam o bem-estar da população urbana.
4 Filmes para entender o pós-modernismo na arquitetura e no urbanismo
Filmes vêm sendo estudados por arquitetos e outros profissionais interessados no campo da arquitetura e urbanismo por oferecerem uma perspectiva mais sutil e responsiva de nossa disciplina, nos informa o arquiteto e professor finlandês Juhani Pallasmaa. A partir de suas particularidades técnicas e estéticas, o cinema pode ir além da simples representação e ser um poderoso meio de transmissão de ideias e conceitos ligados à arquitetura e o espaço urbano.
Foster+Partners divulga imagens do projeto da torre mais alta da Grécia
O escritório Foster+Partners divulgou seu projeto para Marina Tower, uma torre residencial destinada a se tornar o edifício mais alto da Grécia. Localizado em Ellinikon, nos arredores de Atenas, o projeto faz parte de um plano de desenvolvimento maior que visa transformar os arredores do antigo aeroporto em novos bairros em torno de um grande parque costeiro. A torre de 200 metros de altura no centro do masterplan mostra uma relação permeável entre os espaços internos e externos em sintonia com o clima mediterrâneo, ao mesmo tempo que apresenta vários elementos de água e extensa vegetação.
Projetos desenhados e construídos digitalmente: usando tecnologia para explorar novas formas de construção
Até agora, está claro que a tecnologia assumiu quase todos os aspectos de nossas vidas. Mudou a maneira como nos comunicamos, como nos conectamos, como trabalhamos e estudamos, e até modificou nossos hábitos de compra e alimentação. A arquitetura e a construção não foram exceções e a tecnologia também está presente na forma como são hoje pensadas, projetadas e construídas.
Casas na Guatemala: sombra e ventilação para uma arquitetura tropical
“Aqui nos trópicos, é a sombra que refresca aquele que se reúne e, ao contrário do fogão, ela está em todo lugar”, diz Bruno Stagno ao explicar sobre a arquitetura tropical.
A Guatemala vem construindo sua sombra ao longo dos anos. Encontramos 3 exemplos que propõem respostas interessantes a este clima. Projetos que materializam tanto grandes telhados com inclinações para criar sombra e evacuar rapidamente as águas da chuva, quanto fachadas perfuradas que permitem o fluxo de ventilação.
Ruy Ohtake ganha livro monográfico pela Romano Guerra Editora
A Romano Guerra Editora e o Instituto Tomie Ohtake lançam um novo livro sobre a obra de Ruy Ohtake, trazendo aspectos ainda pouco explorados em outras publicações sobre o arquiteto. Segundo os organizadores Abilio Guerra e Silvana Romano Santos, “nas nove publicações monográficas anteriores, destacava-se a carência de desenhos técnicos consistentes e, graças ao acesso franco ao acervo do arquiteto, foi possível analisar e apresentar a complexidade dos projetos”.
Rua Paulo Mendes da Rocha? IABsp propõe renomear a rua General Jardim
Hoje, Paulo Mendes da Rocha receberia a maior honraria da União Internacional de Arquitetos no âmbito do Congresso Mundial de Arquitetura (UIA 2021 RIO). Nessa ocasião, IAB São Paulo encaminhou uma carta ao prefeito e aos vereadores da cidade com uma proposta de homenagem ao arquiteto.
Zaha Hadid Architects apresenta espaço de reuniões modular na Bienal de Veneza 2021
O escritório Zaha Hadid Architects foi convidado a expor na 17ª Exposição Internacional de Arquitetura — A Bienal de Veneza de 2021. Intitulada de ‘Ecologias Urbanas de Alto Desempenho’- ‘High-performance Urban Ecologies’. A instalação responde ao tema das Comunidades Resilientes, exibindo o Alis Meeting Pod, uma estrutura modular projetada para o Masteplan da Unicorn Island, que está atualmente em construção em Chengdu, na China. A instalação está exposta no Giardino delle Vergini, na entrada do Pavilhão italiano.
O que são e para que servem blocos de termoargila? Detalhes e exemplos de aplicação
Blocos de termoargila são comumente confundidos com blocos cerâmicos simples. Acontece que, no processo de fabricação da termoargila, a argila é misturada a outros agregados miúdos (partículas de poliestireno expandido ou outros materiais granulares). Estes agregados, por sua vez, desempenham um papel fundamental na produção dos blocos de termoargila uma vez que, durante seu processo de cocção (acima de 900 °C), os mesmos evaporam deixando uma série de vazios que por sua vez proporcionam uma maior porosidade ao material se comparado aos tijolos de argila comum, diminuindo a densidade relativa e tornando-os mais leves (por este motivo, em alguns países estes blocos são conhecidos como blocos de argila expandida). Somado a isso, a alta porosidade adquirida contribui para um melhor desempenho térmico e acústico do material, tornando-o muito mais vantajoso se comparado a outros materiais similares.
Lições sobre processo cooperativo: o projeto de habitação coletiva Castelli 3902 em Buenos Aires
Localizada na Rua Castelli 3902, esta obra é o resultado de uma experiência entre a organização de arquitetos e urbanistas do Proyecto Habitar e a COOPTEBA SM/3F, uma cooperativa habitacional de trabalhadores da educação da Província de Buenos Aires, San Martín e Tres de Febrero. Em um mundo onde as desigualdades no acesso a bens e serviços urbanos determinam a vida de uma grande parte da população, os autores do projeto procuraram trabalhar de forma coletiva e interdisciplinar a fim de enfrentar a injustiça social e espacial existente. Saiba mais sobre a experiência abaixo.
Cidades dentro de cidades: as Chinatowns ao redor do mundo
A atual geografia humana de nosso planeta foi moldada ao longo dos séculos através de intensos processos migratórios e intercâmbios culturais. O constante movimento de bens e pessoas pelos quatro cantos do globo, inteiras comunidades que ao se afastar de seus lugares de origem levaram consigo traços de sua cultura e sociedade, acabou finalmente por influenciar o processo de desenvolvimento da arquitetura e construção de cidades ao redor do mundo. Isso significa também que, no processo de estabelecimento em um novo território, muitas destas comunidades costumam reproduzir seus antigos padrões que geralmente, resultam na formação de pequenos enclaves que muito de distinguem das cidades onde se encontram.