Mas, enquanto nos preparamos para um 2021 desafiador, gostaria de compartilhar nossas reflexões sobre esses momentos intensos, que não são apenas uma consequência da pandemia, mas também das diversas e muito necessárias mudanças sociais e culturais que vêm ocorrendo nos últimos anos. Enquanto empresa jovem e diversa que atua na Internet, com uma equipe consciente e globalmente distribuída, temos trabalhado nos últimos anos para abraçar a mudança, afinal esta é uma das atitudes que pode nos preparar para um mundo que muda rapidamente. E fazemos isso atuando no cruzamento de duas das indústrias que estão moldando a sociedade de hoje: a Internet e o ambiente construído. Estar preparado para a mudança não é fácil; precisamos constantemente nos desafiar e reinventar nossos modos de atuação. Mas conforme 2020 exigia, estávamos prontos.
Quarenta por cento da população mundial vive próxima à áreas litorâneas, em uma faixa de no máximo cem quilômetros de distância à partir da costa, sendo que dez por centro delas ocupam áreas apenas dez metros acima do nível do mar. Este é um dado importantíssimo a se considerar quando pensamos em como as mudanças climáticas podem afetar a vida nas cidades. Hoje em dia, estima-se que até 2050 o aumento dos níveis das marés e as recorrentes inundações possam custar anualmente mais de um trilhão de dólares às cidades litorâneas do mundo todo. Não podemos negar que a humanidade está chegando a um impasse, um momento onde nunca estivemos tão vulneráveis às consequências das mudanças climáticas.
https://www.archdaily.com.br/br/931856/como-as-cidades-estao-usando-a-arquitetura-para-combater-inundacoesNiall Patrick Walsh
“A mão inteira será a décima parte do homem; Da parte inferior do queixo ao topo da cabeça é um oitavo de sua altura; Dos mamilos ao topo da cabeça será a quarta parte da altura.” Se você continua aqui sem ter ido buscar uma trena, essas frases foram escritas por Marcos Vitrúvio Polião, arquiteto romano que viveu no século I a.C., cujo maior legado foi o tratado escrito em latim “De Architectura Libri Decem” (em português, traduzido para Tratado de Arquitetura). Os dados apresentados por Vitruvius foram compilados e desenhados cerca de mil e quinhentos anos depois por Leonardo Da Vinci, em seu célebre trabalho “L’Uomo di Vitruvio”, intensamente reproduzido em diversos contextos, de capas de livros a aventais de cozinha.
É inegável que a inteligência artificial está transformando a maneira como projetamos e construímos nossos edifícios e cidades. Acredita-se que nos próximos trinta anos, até 2050, a incorporação de tais avanços tecnológicos serão amplamente sentidos em todos os aspectos da nossa vida cotidiana. Tendo em vista todos os desafios que se desenham à nossa frente, incluíndo as mudanças climáticas e a dificuldade cada vez maior de acesso à moradia, a inteligência artificial – se utilizada da maneira certa –, pode ser um dos nossos principais aliados para transformar um potencial futuro distópico e um mundo habitável e sustentável. Ao imaginarmos o futuro hoje, é impossível não tentar prever como será a vida daqui a trinta anos, e está cada vez mais difícil, dissociar a imagem do futuro como uma realidade definitivamente entrelaçada e dependente das novas tecnologias.
Em um mundo que já foi tão obcecado por imagens, ou por uma arquitetura que apenas servisse para alimentar o feed do “insta”, a ascensão do TikTok está criando uma reviravolta na forma como experimentamos e consumimos arquitetura. Em se tratando de números, podemos dizer que o TikTok já não é mais apenas uma modinha: só com a hashtag #architecture podemos acessar mais de 950 milhões de vídeos carregados, frequentemente utilizados para apresentar edifícios e obras de arquitetura segundo um tema ou interesse específico. Com a disseminação deste fenômeno, talvez estejamos assistindo ao fim da era do “edifício instagramável” e presenciando um momento em que o TikTok chegou para provocar uma transformação na maneira como nos conectamos e nos relacionamos com a arquitetura.
Como os profissionais do setor sabem, construir pode ser um desafio que custa muito dinheiro e tempo. Atrasos são quase mais frequentes do que construções dentro do prazo e podem ser induzidos por extensos requisitos burocráticos, clima e outras circunstâncias inesperadas, planejamento inadequado, pessoal insuficiente ou uma série de outras causas. Projetos de construção longos também podem impactar negativamente a percepção pública de um projeto antes mesmo de ele ter sido concluído, especialmente se ocorrerem atrasos ou causar inconvenientes para aqueles que moram ou trabalham perto do local de construção. Além disso, alguns projetos simplesmente precisam ser construídos em um cronograma mais enxuto do que normalmente é viável para um projeto de construção tradicional. Felizmente, existe uma solução para quem busca reduzir drasticamente o tempo de obra: construções modulares
https://www.archdaily.com.br/br/949860/por-que-optar-por-construcoes-modularesLilly Cao
Comumente utilizados como suportes de armazenamento para mercadorias em estoques de supermercados e feiras livres, os paletes tem como característica a versatilidade, e após inutilização em sua função primária é cada vez mais comum sua reutilização para outros fins, sobretudo como matéria-prima para a criação de mobiliários e decks, colaborando ativamente para a diminuição da quantidade de resíduos descartados. No entanto, indo além dos tradicionais móveis comumente destacados em tutoriais DIY no youtube, estas estruturas vem ganhando espaço como principal materialidade na construção de arquiteturas efêmera, a exemplo de pequenos pavilhões e instalações urbanas, de modo que as peças de pequenas dimensões podem ser empilhadas e unidas umas às outras de maneiras e padrões diversos.
A pandemia proporcionou uma circunstância única para experimentos em escala urbana com relação à mobilidade, enquanto as respostas imediatas mostraram o poder transformador do urbanismo tático. Em muitas cidades, as medidas destinadas a garantir o distanciamento social devem ser mantidas após a pandemia, abrindo caminho para a recuperação com menos trânsito e mais atividades ao ar livre. Como a pressão de repensar ruas, funções e sistemas de transporte transformou o espaço público em 2020?
Em uma grande porção do território brasileiro, o clima permite o uso cotidiano nas áreas externas. Desde os quintais mais simples até edículas com churrasqueiras e fornos, cozinhar em ambientes abertos é algo presente na nossa cultura e este ato deverá ganhar cada vez mais evidência após lições que estamos aprendendo com a pandemia, uma vez que espaços ao ar livre tendem a ser mais seguros. Sendo assim, reunimos doze cozinhas externas, ou que se abrem completamente para áreas livres, para agregar algumas referências quanto a este tipo de ambiente.
https://www.archdaily.com.br/br/946960/casas-brasileiras-11-cozinhas-externas-e-churrasqueirasEquipe ArchDaily Brasil
Escondida sob as árvores densas da floresta Al-Ozer no Norte Líbano, a Capela da Terra é um santuário criado pelos arquitetos e artistas visuais do JPAG Atelier, um escritório com sede na cidade libanesa de Byblos. Como um santuário sagrado, a Capela da Terra é um edifício único que permite aos visitantes vivenciar ao mesmo tempo a simplicidade da arquitetura e a beleza da paisagem única do Monte Líbano.
Espera-se que ao longo dos próximos dez anos nossas cidades passem por um processo de transformação sem precedentes. Segundo estimativas publicadas pela ONU no ano passado, até 2030 no Planeta Terra existirão 43 megacidades — aquelas com pelo menos 10 milhões de habitantes. Além disso, o estudo indica que a maioria delas se concentrarão em países considerados subdesenvolvidos. Até meados do século XXI, passaremos de cinquenta para setenta por cento da população mundial residindo em áreas urbanizadas. Somando-se a isso, espera-se que a África e a Ásia juntas sejam responsáveis por até 90% deste vertiginoso crescimento populacional.
O escritório ODA, com sede em Manhattan, apresentou recentemente seu projeto para a nova sede da Academia da Língua Hebraica em Israel. Concebido como um novo ponto de referência no distrito cultural da capital israelense, o novo edifício encontra-se localizado entre a Suprema Corte, o Palácio do Congresso, o Museu e a Biblioteca Nacional e a Universidade Hebraica de Israel. Desta forma, o projeto concebido pela equipe do ODA busca se adaptar ao seu entorno específico, permitindo novas conexões físicas e visuais entre estas importantes estruturas do centro da capital.
O ano de 2020 provavelmente será difícil de esquecer, um ano onde tudo parece ter virado de cabeça para baixo, transformando nossas rotinas e a maneira como nos relacionamos com as outras pessoas e com os espaços construídos. A atual crise sanitária mundial trouxe à tona uma série de especulações sobre como será a nossa vida no futuro. Neste momento de encerramento e recomeço, percebemos cada vez mais que a pandemia foi responsável por acelerar algumas das tendências que já se desenhavam no campo da arquitetura e mais do que isso, questionando muitas ideias já bem estabelecidas.
Como seriam nossas cidades se deixássemos de experimentar e explorar novas soluções sempre em busca de uma melhor qualidade de vida para seus habitantes? Por mais que estejamos sempre trabalhando e desenvolvendo projetos e estratégias urbanas que nos permitam qualificar nossos espaços e, desta forma, construir cidades mais humanas, nem todas as iniciativas no campo da arquitetura e do urbanismo foram assim tão bem-sucedidas, as quais foram deixadas de lado para desaparecer na profundidade da nossa memória. Enquanto procuramos melhor compreender como será o futuro das nossas cidades, talvez seja importante analisar as lições que aprendemos com o tempo, para que os nossos erros históricos não voltem a se repetir mais adiante.
Segundo relatório da ONU-Habitat, em 2013 aproximadamente um bilhão de pessoas viviam em assentamentos informais e a expectativa é que esse número duplique até 2030. Vistos como resultado de falhas políticas – nacionais e urbanas –, leis e sistemas de provisão habitacional, os assentamentos informais não podem ser entendidos apenas como uma manifestação da explosão demográfica e globalização.
Um dos aspectos mais gratificantes de trabalhar com publicações de arquitetura é a possibilidade de conhecer e se aproximar dos profissionais que estão efetivamente transformando o campo profissional, seja com projetos construídos, especulativos, experimentais, teorias ou, ainda, trabalhos em campos externos à disciplina mas que se relacionam com ela. Nesse sentido, dentre todos os tipos de conteúdo que o ArchDaily se dedica a publicar diariamente, as entrevistas têm um lugar especial: é com elas que nos aproximamos para ouvir o que algumas das vozes mais proeminentes e promissoras têm a dizer sobre o presente e o futuro da arquitetura e das cidades.
Com mais de duzentas entrevistas publicadas em nossas plataformas em inglês, espanhol, português e chinês, realizadas em diferentes formatos – de registros em vídeo, conversas transcritas, entrevistas por email, vídeo-chamada ou, ainda, podcasts –, podemos dizer com toda a certeza que 2020 foi um ano de intenso aprendizado em que, paradoxalmente, nos aproximamos como nunca antes de um grupo inspirador de profissionais da arquitetura.
Segundo a ONU, a parcela da população que vive em áreas urbanas, hoje correspondente a cerca de 55% da população mundial, aumentará para 70% em 2050. A capacidade dos governos de administrar o crescimento urbano acelerado é uma tarefa difícil e, entre os desafios mais comuns a serem enfrentados diante dessa perspectiva, está o fornecimento de moradia, serviços básicos e alimentos aos habitantes das cidades. A questão da segurança alimentar nos grandes centros depende de vários fatores, como a disponibilidade, o acesso e a qualidade dos alimentos.
O estúdio de arquitetura, paisagismo, planejamento, design de interiores e design de interiores Miralles Tagliabue EMBT, liderado por Benedetta Tagliabue, venceu o concurso internacional para transformar a Century Square em um novo marco verde para Shanghai (China). Sua proposta, premiada com o primeiro prêmio, prevaleceu sobre a de outras equipes, incluindo David Chipperfield Architects. Propõe-se a renovar a praça localizada numa das zonas comerciais mais movimentadas do mundo, "re-naturalizando" o centro da cidade e introduzindo espaços verdes para melhorar o microclima urbano.
O projeto de interiores pode ser profundamente influenciado pelas opções de revestimento, acabamento e mobiliário. Atualmente, muitos arquitetos e profissionais de áreas próximas à arquitetura buscam soluções e materiais inovadores, no entanto, há também uma tendência que busca o calor dos espaços interiores, expondo os materiais em seu estado natural, bruto. Materiais ricos, como madeira e concreto, oferecem durabilidade que, combinada com um projeto que dê atenção aos detalhes, faz com que os espaços transmitam a sensação de calor e autenticidade.
Hoje em dia é quase impossível ver uma apresentação de projeto de arquitetura sem que a mesma esteja acompanhado de imagens. Independentemente do método ou software utilizado, renderes são atualmente uma ferramenta extremamente valiosa para dar voz à uma série de elementos bastante abstratos para aqueles que não estão habituados com a linguagem técnica de um projeto de arquitetura. Além de nos aproximar cada vez mais da realidade visível, imagens renderizadas são capazes de traduzir ideias em formas concretas. E quando aprovadas, tais imagens passam a ser vistas como uma promessa de futuro, seja para os clientes, investidores ou para cada um de nós.
Quando se trata de projetos desenvolvidos por arquitetos famosos, estas visualizações representam um momento crítico, utilizadas tanto como uma ferramenta de análise por parte dos projetistas quanto uma referência para toda a comunidade de arquitetos. Muitos detalhes acabam sendo incorporados no projeto exatamente no momento em que as imagens estão sendo desenvolvidas. Alguns elementos são fundamentais para se obter um resultado satisfatório e uma representação mais precisa da realidade: iluminação natural e artificial, materiais e texturas e principalmente, o contexto no qual o projeto está inserido.
A reforma da Neue Nationalgalerie de Mies van der Rohe em Berlim está muito próxima de ser concluída. Com supervisão de David Chipperfield e aguardada por mais de quarenta anos, a obra de restauro e modernização finalmente reabilitará este clássico da arquitetura moderna e a única obra de Mies van der Rohe construída na Alemanha após o término da Segunda Guerra Mundial. Com data de inauguração prevista para o verão europeu de 2021, a Nova Galeria Nacional de Berlim voltará a ser um dos mais procurados e visitados destinos da capital alemã.
Projetar uma casa é um dos exercícios que certamente todos os arquitetos já experienciaram ao longo de sua carreira (ou pelo menos, na jornada acadêmica). No entanto, seja pelo orçamento reduzido ou limitações físicas do terreno, desenvolver um projeto residencial com metros qudrados escassos pode ser um interessante desafio na busca por soluções que maximizem o espaço, cumpra o programa de necessidades requerido e ainda ofereça o máximo conforto aos futuros moradores. Com isso em mente, reunimos de nossa biblioteca de projetos, 21 residências brasileiras com menos de 100 metros quadrados construídos acompanhados de suas plantas. Veja a seguir:
Segundo dados do CRED (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters e do UNISDR (UN Office for Disaster Risk Reduction), em relatório divulgado em 2016, o número de desastres relativos ao clima duplicou nos últimos quarenta anos. A necessidade de abrigos temporários para desabrigados é, além de um reflexo das crise climática que atinge o planeta, também uma das consequências do crescimento desordenado das cidades que leva uma parcela significativa da população mundial a viver em condições vulneráveis aos desastres.
Frequentemente reconhecido como um dos materiais construtivas mais difundidos em todo o mundo, o tijolo é sem dúvidas tão versátil quanto de fácil aplicação e com baixo custo. Compondo estruturas e fechamentos nos projetos, é um material de fácil utilização, pouca manutenção e considerável resistência, graças a sua forma de produção e disponibilidade de mão de obra no mercado. No entanto, embora componha em grande parte superfícies verticais, também apresenta excelentes propriedades quando aplicados em superficies horizontais, como é o caso dos pisos.