Este ano será determinante para a ação climática. Os impactos crescentes das mudanças climáticas – de inundações e secas a furacões e ondas de calor – estão causando danos profundas em vidas humanas e economias ao redor do mundo, especialmente nos vulneráveis países em desenvolvimento que contam com poucos recursos para se proteger.
Atualmente, as ações climáticas não estão sequer próximas do necessário para manter o aquecimento global abaixo do limite de 1,5°C e evitar o pior desses impactos – será preciso acelerar muito os esforços dos países para entrar no rumo certo. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as ações feitas nesta década terão impactos “por milhares de anos”.
https://www.archdaily.com.br/br/1007427/o-que-e-o-balanco-global-do-acordo-de-paris-e-como-ele-pode-impulsionar-a-acao-nos-paisesJamal Srouji, Felipe Borja Diaz e Deirdre Cogan
Dois anos atrás, em setembro de 2021, foi inaugurado o L'Arc de Triomphe, Wrapped, 1961-2021, de Christo e Jeanne-Claude. A monumental obra de arte pública envolveu o monumento parisiense em mais de 25.000 metros quadrados de tecido prateado amarrado com 7.000 metros de corda vermelha. Os materiais, todos feitos de polipropileno trançado, uma espécie de termoplástico, agora serão reaproveitados e reciclados, seguindo a visão dos artistas. A maior parte dos materiais será transformada para servir a usos práticos em futuros eventos públicos em Paris. A Fundação Christo e Jeanne-Claude também colaborou com a Gagosian para levar os primeiros trabalhos de Christo ao East End de Londres, exibidos numa exposição que permenece aberta até 22 de outubro de 2023.
O espaço público urbano é, e deve continuar sendo, um ambiente para manifestação social, cultural e política. Estudos como o da ONU-Habitat reconhecem que espaços públicos acessíveis, seguros e inclusivos são meios reais para a abreviação da desigualdade urbana.
Além disso, idealizando estes espaços como uma “sala de estar”, é esperado que eles sejam funcionais e adaptados a todos, para que os usuários se sintam “convidados” a permanecer, utilizar e cuidar. Ao longo das últimas duas décadas, espaços públicos abertos (ruas, cruzamentos, largos, praças, parques etc.) têm sido alvo de ativações e experiências estratégicas e táticas.
A OPEN Architects divulgou dois novos projetos culturais distintos situados ao longo da costa de Yantai, na China. Um deles é "The Space Crystals", um museu digital futurista que parece um objeto extraterrestre que misteriosamente pousou em um local à beira-mar. O "Sea Square", por outro lado, tem planta retangular e abriga uma biblioteca e instalações de serviço comunitário. As duas estruturas se envolvem em um diálogo espacial e temporal — uma se estendendo em direção ao céu e a outra de frente para o mar, unindo o presente, o passado e o futuro.
A prioridade quando se trata do material de superfície externa de um prédio é a durabilidade. Tendo que literalmente resistir aos danos causados pela água da chuva, vento, luz solar, variações de temperatura e muitas outras condições climáticas, exigimos muito deles. Por outro lado, nos interiores protegidos, as superfícies tendem a priorizar o acabamento — com cores, padrões e texturas características de materiais como tintas, azulejos cerâmicos ou painéis de madeira.
Tradicionalmente, esses dois mundos, exterior e interior, nunca precisaram se encontrar. Requisitos opostos, pensava-se, exigem soluções opostas. Mas à medida que nossos ambientes externos e internos continuam a se fundir em uma única tipologia de espaço habitável, cada vez mais projetos, de escalas variadas, comerciais e privados, estão buscando inspiração no design de superfícies do mundo exterior. Trazendo os materiais, temas e a história das fachadas para o interior.
A cidade de Sanya, em Hainan, China, selecionou o escritório Zaha Hadid Architects como vencedor do concurso para o projeto do novo distrito cultural da cidade. O novo empreendimento, com uma área total de 409.000 metros quadrados, tem como objetivo se tornar um espaço central na vida cultural de Sanya, oferecendo um programa diversificado para artes cênicas, teatro, galerias de exposições, conferências e feiras comerciais. A forma fluida dos edifícios cria uma transição entre a Baía de Sanya e o tecido urbano da cidade.
Para a abertura da CAB 5, a 5ª edição da Bienal de Arquitetura de Chicago,Skidmore, Owings & Merrill (SOM) apresentou uma alternativa ecológica ao concreto tradicional. Chamada de "Bio-Block Spiral", a instalação está localizada no Fulton Market, em Chicago. A criação foi desenvolvida em colaboração com a Prometheus Material, uma empresa que fornece materiais de construção sustentáveis para um futuro neutro em carbono.
A madeira na construção contemporânea é comumente associada ao aconchego, simplicidade e, de certa maneira, nobreza. Afinal, é um material que exige manutenção mais frequente que o concreto, por exemplo. Ao mesmo tempo, anuncia-se como uma possível alternativa construtiva dentro do pensamento de design regenerativo, precisamente por fazer parte de um ciclo orgânico natural ao planeta. Representantes arquitetônicos do uso da madeira não faltam, mas a madeira carbonizada (ou yakisugi) tem ganhado atenção e protagonismo dentre as opções de acabamento.
Se muita expectativa é criada durante o desenvolvimento de um projeto de arquitetura, o qual muitas vezes representa a materialização de um sonho profissional ou de um novo lar para uma família, e, se mesmo apesar de todo planejamento, inúmeros imprevistos e dores de cabeça podem ocorrer durante as fases de execução, após muitos orçamentos, cronogramas e atrasos, com a finalização da obra e ocupação do imóvel, costuma parecer que a jornada, finalmente, chegou ao fim.
No entanto, mesmo com os trabalhos aparentemente concluídos e a sensação de dever cumprido, é provável que arquitetos e clientes ainda precisem alinhar alguns pontos ou solucionar algumas questões que surjam pelo caminho. Mas então, diante desse cenário, quais são as responsabilidades do arquiteto após a ocupação do imóvel pelos proprietários?
O Brasil produz cerca de 150 milhões de metros cúbicos de madeira por ano. Devido à ampla variedade de espécies de árvores no país, os designers que buscam materiais naturais e de origem local têm diversas opções à disposição. Por esse motivo, não é surpresa que a madeira seja um elemento comum em casas tradicionais e contemporâneas do Brasil, sendo usada tanto na construção como na criação de superfícies decorativas.
A beleza dos padrões de fibras da madeira, combinada com paletas de cores quentes, ricas e variadas, faz com que a madeira seja um material muito procurado para compor espaços interiores, ao mesmo tempo em que oferece a resistência e estabilidade necessárias para pisos e estruturas. Sua coloração natural e apelo estético permitem uma abordagem simples e minimalista, conferindo aos espaços uma sensação atemporal.
Quando o próximo projeto ocorre num antigo edifício, é comum encontramos plantas compartimentadas, espaços com pouca luz e circulações intricadas que dificultam a fluidez que a vida contemporânea pede. Deste modo, na hora de reformar, arquitetos tendem a fazer intervenções cirúrgicas ao demolir algumas paredes. Uma solução capaz de resolver diversos dos problemas apresentados, mas que deve seguir um cuidadoso planejamento para manter a obra em pé. E, neste caso, um dos recursos mais adotados é o reforço estrutural.
O protesto é uma ferramenta poderosa para gerar mudanças e os espaços públicos sempre foram uma plataforma para o engajamento social nas sociedades. No dia 15 de setembro foi comemorado o Dia Internacional da Democracia e para celebrar a data examinamos a África, os protestos emergentes do último ano e como os cidadãos de vários países africanos contestam a justiça política, exigem melhores condições de vida aos governos e questionam a soberania de suas nações.
Com manifestações que vão desde grandes marchas organizadas até movimentos espontâneos menores, os habitantes desses países ocupam os espaços públicos de maneiras simbólicas e significativas para amplificar suas vozes. Esses espaços incluem praças públicas com significado cultural e histórico, edifícios políticos ou áreas de protesto improvisadas, como estradas e locais abertos. Por meio disso, as cidades africanas mostram como as pessoas tornam esses espaços seus e como o poder de sua confluência não pode ser ignorado ao revelar a essência democrática dos espaços públicos.
A madeira engenheirada tem emergido como uma alternativa sustentável para substituir os componentes de concreto nas construções, uma vez que este contribui, sozinho, para 8% das emissões globais de CO2. Com variados exemplos nas mais distintas escalas e programas, este material tem se mostrado promissor para revolucionar a indústria, agregando eficiência, resistência e conforto. Mesmo quando lidamos com processos altamente padronizados e eficientes na fabricação das peças estruturais, sempre há espaço para aprimoramento e redução de desperdícios. Principalmente porque o processo industrial tradicional de serrar os troncos em partes pode gerar resíduos substanciais.
É nesse contexto que surge o A.I. Timber, um material de construção inovador projetado para minimizar o desperdício, ao preservar os contornos naturais das árvores. No lugar dos métodos convencionais de serrar troncos únicos em placas padronizadas, A.I. Timber utiliza a Inteligência Artificial de forma engenhosa para encaixar esses troncos como peças de um quebra-cabeça perfeitamente montado. Para entender mais sobre a iniciativa e o futuro deste material, conversamos com Carlo Ratti e Mykola Murashko, que coordenaram o projeto.
Em 2019, quando o mundo estava prestes a enfrentar a maior pandemia dos últimos tempos, o líder indígena, ambientalista e filósofo brasileiro Ailton Krenak lançou o livro “Ideias para adiar o fim do mundo”. O pequeno encarte, com um pouco mais de 80 páginas, não poderia ter surgido em melhor época servindo simultaneamente como alento e como alerta à uma humanidade que via os rumos da história se contorcendo diante dos seus olhos.
O Maximalismo pode ser definido como um movimento estético contrário ao minimalismo. Ao invés de pregar o “Menos é mais” , frase mais famosa do movimento minimalista, no maximalismo a frase da vez é “Mais é mais”.
Dentro das correntes do Movimento pós-moderno, que designa as condições sociais e estéticas que passaram a circular no mundo depois da Segunda Guerra Mundial, o maximalismo pode ser descrito como a ausência de valores e regras, imprecisão pluralidade, mistura do real e do imaginário, espontaneidade e liberdade de expressão.
Ao longo da história da arquitetura, a madeira tem sido um elemento fundamental na evolução do projeto e da construção de edifícios. Desde as antigas estruturas de madeira do Japão até as catedrais europeias medievais, a capacidade estrutural e o apelo estético da madeira deixaram uma marca indelével na civilização humana. Somente na Revolução Industrial é que ocorreu uma mudança significativa em direção aos materiais de construção alternativos, como aço e concreto, relegando o material a um papel secundário na construção. No entanto, à medida que os arquitetos contemporâneos enfrentam as consequências das alterações climáticas, a madeira tem registado um regresso notável, oferecendo uma alternativa ecológica e estruturalmente robusta. Empresas de renome internacional estão centrando seus projetos no potencial da madeira, abraçando a sua rica história e, ao mesmo tempo, aproveitando tecnologias avançadas para criar estruturas inspiradoras e sustentáveis que representam uma mistura harmoniosa de sabedoria histórica e inovação moderna.
O deck é uma palavra que surgiu na língua inglesa para designar o convés dos navios. Hoje, adotamos o termo para nomear as superfícies geradas por tábuas de madeiras, em áreas externas, que podem circundar ou não piscinas, jacuzzis e ofurôs. As soluções podem ser extremamente variadas, tanto que surgiu uma nova modalidade no mercado e que se aponta como possível tendência: o deck molhado.
https://www.archdaily.com.br/br/1007068/deck-molhado-inovando-na-arquitetura-de-piscinasArchDaily Team
A madeira, um material de construção milenar, deixou uma marca significativa na evolução da arquitetura. Estruturas como casas geminadas e antigas catedrais têm testemunhado o uso criativo da madeira como principal material construtivo. Com o avanço da tecnologia e o crescimento vertical das paisagens urbanas, a madeira emergiu como uma forte concorrente do aço e do concreto no projeto de arranha-céus.
Recentes avanços na engenharia, na ciência dos materiais e nas técnicas de construção abriram portas para uma nova era de experimentação, permitindo a construção de arranha-céus de madeira em todo o mundo. Eles representam uma mudança em relação aos métodos tradicionais de construção, combinando funcionalidade com a preocupação com o meio ambiente. A madeira, como material, com sua resistência mecânica e ao fogo, é uma esperança para uma indústria em busca de um futuro mais sustentável.
Arquitetura é uma disciplina multifacetada influenciada por diversas fontes de dados e informações, que desempenham um papel fundamental para moldar a produção arquitetônica. No passado, instrumentos horológicos como o relógio de sol eram usados para obter dados, como o tempo, e obter conhecimento sobre a incidência solar em diferentes épocas do ano e locais geográficos. Isso possibilitou determinar a orientação ideal dos edifícios, resultando em benefícios como melhor aproveitamento da luz solar e maior conforto térmico.
Embora fatores culturais, sociais e até religiosos possam influenciar o projeto arquitetônico, fatores quantitativos são especialmente relevantes ao tomar decisões nas fases iniciais do processo criativo, durante a construção e ao longo do ciclo de vida de um edifício. Portanto, é importante coletar e processar informações relevantes, como localização, incidência solar, capacidade de ocupação, interações dos ocupantes, desempenho energético e emissões de carbono, entre outros aspectos.
https://www.archdaily.com.br/br/1006649/arquitetura-orientada-a-dados-explorando-4-ferramentasEnrique Tovar
A construção do primeiro projeto da OMA em Bangladesh, a Torre Dhaka, acaba de começar. Com 150 metros de altura e 180.000 m² de área para escritórios, será um dos edifícios mais altos do país. Projetado pelo OMA em colaboração com a incorporadora local Shanta Holdings, a torre representa um marco significativo na paisagem urbana de Bangladesh.
Há alguns dias, num belo domingo de sol em pleno inverno, minha esposa e eu resolvemos levar nossos dois filhos pequenos para conhecerem o Parque Villa-Lobos, no extremo oeste da cidade de São Paulo, já quase na divisa com Osasco.
Não é um parque a que costumamos ir com frequência hoje em dia; mas é, sem dúvida, um local que faz parte da nossa memória afetiva. Ela cresceu em Cotia; eu, em Osasco. Ambas as cidades ficam na parte oeste da Região Metropolitana de São Paulo e o Parque talvez fosse o principal espaço público relativamente próximo das nossas casas durante nossa infância e juventude. Temos inclusive algumas fotos de lá no começo do nosso namoro, em 2013, à toa, ora estirados num amplo gramado verde, ora abraçados embaixo de uma árvore florida.
https://www.archdaily.com.br/br/1007014/zeladoria-de-espacos-publicos-a-solucao-e-alugar-o-brasilVitor Meira França
Rayon, uma inovadora ferramenta de projeto online que tem como objetivo criar uma nova abordagem colaborativa para o desenvolvimento de "prédios mundanos" na cidade, foi selecionada como uma das melhores Novas Práticas do ArchDaily 2023. Fundado em 2021 por Bastien Dolla e Stanislas Chaillou, o software de projeto colaborativo reúne profissionais das indústrias de arquitetura, engenharia e construção. A empresa acredita que existe uma "cultura do ordinário" na arquitetura. Essa cultura representa um ecossistema de edifícios que podem parecer comuns ou não são marcos impressionantes na cidade. No entanto, esses edifícios e seus profissionais da construção constituem 90% do tecido urbano e contribuem para a cultura do design que coletivamente dá identidade à cidade. Os fundadores acreditam que as gerações anteriores de software negligenciaram essa cultura e propõem o Rayon como uma nova ferramenta para preencher essa lacuna, aprimorando a colaboração e a ergonomia do usuário.
The Sphere, no Venetian Resort (anteriormente conhecida como MSG Sphere), abriu suas portas ao público na noite de sexta-feira passada em Las Vegas, com uma série de shows que tiveram como atração principal a banda de rock irlandesa U2. Anunciado pela primeira vez em 2018, foi projetado pelo renomado escritório de arquitetura Populous, especializado em estádios. Com 34 metros de altura e 157 de largura, o projeto custou US$ 2,3 bilhões e é considerado a maior estrutura esférica do mundo. Localizado a leste da Las Vegas Strip e conectado ao complexo do Venetian Resort, este projeto foi concebido para ser palco de diversos eventos, incluindo shows de música, exibições de cinema — a fachada externa é revestida com uma tela LED de alta resolução — e até mesmo algumas competições esportivas.
A equipe liderada por Dominique Perrault Architecture venceu um concurso internacional para reimaginar e reabilitar a área da Esplanada-Coupole no Campus da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça. O projeto inclui a construção de um novo edifício e a ampliação da Coupole, além de melhorias nos espaços públicos. A intervenção reutiliza o antigo estacionamento subterrâneo da Esplanada, aproveitando sua localização central no campus para criar uma nova topografia que integra as novas edificações ao denso tecido do campus. O projeto deverá ser construído entre 2025 e 2028.