Em nosso país vizinho, o Paraguai, tijolo pode significar muitas coisas. Desde paredes, divisórias, muros, anteparos, lajes, abóbadas, pisos e pavimentos. Ao longo das últimas duas décadas, a arquitetura contemporânea paraguaia não só evidencia a grande versatilidade deste nobre material, mas sobretudo nos mostra a capacidade de seus arquitetos em reinventar constantemente a sua aplicação, explorando a fundo todo o seu potencial expressivo.
O Paraguai que conhecemos hoje já não é mais aquele de outrora, e assim como o país se transformou ao longo do último século, sua arquitetura passou por um radical processo de mudança durante os últimos cem anos. A herança cultural indígena do povo Guaraní esteve, por muito tempo, onipresente em todo território e como a principal referência na produção e organização do ambiente construído do país. Mais tarde, o colonialismo viria para transformar para sempre as relações entre o povo e seus assentamentos urbanos. Há alguns anos porém, este pequeno país latino-americano começou a redescobrir o seu próprio passado através de novas práticas de arquitetura, principalmente, em projetos de pequena escala.
A exposição Vkhutemas: O Futuro em Construção 1918-2018, em cartaz no Sesc Pompeia e com curadoria de Neide Jallageas e Celso Lima, apresenta ao público a experiência pedagógica soviética da Vkhutemas - Escola de Artes e Técnicas de Moscou, fundada em 1920. Apesar do curto tempo de duração, tendo sido fechada em 1930, a metodologia de ensino e produção da Escola exerceram grande influência na cena artística mundial no século 20.
Este artigo é parte da nossa nova série "Material em Foco", onde os arquitetos compartilham conosco o processo de criação através da escolha de materiais que definem parte importante da construção de seus projetos.
Neste projeto da Casa de Tijolos, realizado pelo escritório Verri & Galvão Arquitetos, os volumes receberam externamente revestimento de tijolos cerâmicos da região, que são feitos com a terra vermelha característica do lugar, condição necessária para controlar a incidência e reflexão da luz nas paredes externas e remeter à cor do solo, tão acentuada no norte do Paraná. Nós conversamos com o arquiteto Aníbal Verri Júnior para saber mais sobre as escolhas dos materiais utilizados e sobre a influência que desempenhou estas escolhas no conceito de projeto. Leia a seguir a entrevista:
https://www.archdaily.com.br/br/868614/casa-com-cor-da-regiaoEquipe ArchDaily Brasil