As teorias em evolução do design urbano buscam reformular como as cidades são construídas e vivenciadas. Com uma crescente empatia em relação às necessidades de diversos grupos, o design urbano queer representa uma mudança abrangente e holística na compreensão da identidade e da comunidade nos espaços públicos. Essa abordagem desafia os métodos tradicionais - que costumam ser rígidos - de planejamento urbano ao aplicar os princípios da teoria queer, que valoriza a fluidez e a interconexão. Em comemoração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+ de 2024, o ArchDaily explora os fundamentos do "design urbano queer" para influenciar práticas mais inclusivas no planejamento das cidades.
Arquitetura Queer: O mais recente de arquitetura e notícia
Espaços queer: por que eles são importantes na arquitetura e na esfera pública?
As pessoas queer sempre estiveram presentes, encontrando formas de existir, se reunir e celebrar. Embora sua visibilidade nem sempre tenha sido destacada ao longo da história, por terem que se submeter estritamente à heteronormatividade no passado, não significa que antes não tinham espaços próprios para chamar de seus. Espaços queer, no passado e no presente, têm sido categorizados como locais fortes, vibrantes, vigorosos e dignos de ocuparem seu próprio lugar na história. São lugares seguros para identificação de individualidades, convivência, entretenimento e até oferta de moradia comunitária. Sendo assim, sempre haverá a necessidade de espaços queer.
Edifícios e indivíduos desautorizados: outras formas de pensar a arquitetura com Andreas Angelidakis
O que poderia ser diferente no ato projetual se você se colocasse à frente das expectativas e limitações da sociedade e trouxesse uma mirada queer nas suas referências? Conversamos com Andreas Angelidakis, que se refere a si mesmo como "um arquiteto que não constrói", mas que enxerga a arquitetura como um local de interação social, criando obras que refletem sobre a cultura urbana ao misturar ruínas, mídia digital e psicologia para entender como mergulhar em si mesmo pode ser tão poderoso para encontrar diferentes caminhos de projeto.
Homomonument: a importância de um espaço de representatividade na cidade
Quando você caminha pela cidade, você tem medo de ser você mesmo? Por mais estranha que a pergunta possa soar para alguns, ela é realidade para grande parte de pessoas LGBTQIA+, que em algum momento já foram vítimas de hostilidades ao serem notadas performando fora do padrão heteronormativo no espaço público. Se a violência parte de camadas sociais que vão além do espaço desenhado, isso não exime a importância de pensar projetos que podem extrapolar a esfera física e inserir um elementar fator simbólico e de representatividade para incluir e educar seus cidadãos. Esse é o caso do Homomonument, que há mais de três décadas se tornou uma plataforma de celebração e manifestação queer no coração de Amsterdã.
Espaços queer e um caminho de outras possibilidades na arquitetura: entrevista com Adam Nathaniel Furman
"Crescer sendo queer significa experimentar a desestabilizadora ausência de uma história queer ampla e acessível, principalmente em relação ao pensamento espacial". Este relato é o que intrigou o designer Adam Nathaniel Furman e o historiador de arquitetura Joshua Mardell a reunir uma comunidade de colaboradores para apresentar novas perspectivas ao campo da arquitetura. A partir de histórias de espaços que desafiam a moral cis-heteronormativa e abrigam pessoas que buscam viver suas próprias verdades, surgiu o livro intitulado "Queer Spaces: An Atlas of LGBTQIA+ Places and Stories", o qual explora distintos contextos sociais, políticos e geográficos da comunidade LGBTQIA+.
Ética na arquitetura: repensando a prática em 2021
A ética abrange todas as práticas da arquitetura. Da interseccionalidade e projetos à crise climática, um arquiteto deve trabalhar com uma gama de condições e contextos que informam o ambiente construído e o processo de sua criação. Em todas as culturas, políticas e climas, a arquitetura é tão funcional e estética quanto política, social, econômica e ecológica. Ao abordar a ética da prática, os arquitetos e urbanistas podem reimaginar o impacto da disciplina e a quem ela serve.
Olhares queer sobre a arquitetura
Um número crescente de teóricos e profissionais está discutindo o impacto de gênero e raça na profissão e na teoria da arquitetura. Questões ligadas à relação entre o ambiente construído, orientação sexual e identidade de gênero, no entanto, permanecem particularmente pouco estudadas, talvez por causa de sua relativa invisibilidade e consequências discriminatórias menos claramente identificáveis; elas também são completamente negligenciadas pela teoria do design no mundo francófono. Este artigo corrige parcialmente a situação.
Arquitetura fora do armário
A arquitetura pode ser muitas coisas, inclusive bicha. Este termo junto de tantos outros que são desviantes e transitam distintas possibilidades e significados, disparam novos olhares sociais e colocam em conflito o modo como surge um projeto arquitetônico ou urbanístico, seu programa e ocupação. Se está dito como a arquitetura deve ser feita, se há uma certeza sobre o que ela representa, aqui se expressa o desejo de não saber o que ela é e o direito de duvidar das suas tradições para assim expandir a possibilidade do seu sentido, profissão e representatividade.
Afinal, fazemos arquitetura e urbanismo para quem?
O que seria de todo o ambiente construído sem seus usuários? Esta pergunta talvez facilite a compreensão de que a arquitetura e o urbanismo não se sustentam apenas como espaço físico, pelo contrário, ganham significado principalmente através das movimentações e vínculos humanos e não-humanos que - juntos dos traços arquitetônicos ou espontâneos que compõem a paisagem urbana - provocam as sensações que cada indivíduo sente de forma única.